Aquecimento global: Planeta Azul ficará ainda mais azul à medida que Terra esquenta

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Mergulhador em oceano azul
Cientistas dizem que a água do oceano deve ficar mais azul nas próximas décadas. Direito de imagem GETTY IMAGES

Além de transformar a luz solar em energia química e consumir dióxido de carbono, eles estão no primeiro degrau da cadeia alimentar marinha.

Eles também desempenham um papel importante na forma como vemos os oceanos com nossos olhos.

Quanto mais fitoplâncton houver na água, menos azul será o mar. O mais provável será uma cor esverdeada.

Fitoplâncton em detalhes
Fitoplâncton, que absorvem e refletem a luz dos oceanos, visto por meio de um microscópio. Direito de imagem GETTY IMAGES

Pesquisas anteriores mostraram que, com o aquecimento, os oceanos terão uma redução no fitoplâncton em vários lugares.

Este novo estudo modela o provável impacto que essas mudanças terão sobre a cor do oceano e do planeta à medida que o mundo se aquece.

“O que descobrimos é que a cor vai mudar. Provavelmente não tanto a ponto de você enxergar a olho nu, mas certamente os sensores serão capazes de perceber que há uma mudança”, disse a autora do estudo, Stephanie Dutkiewicz, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, nos Estados Unidos, em entrevista à BBC News.

“E provavelmente será um dos primeiros sinais de alerta de que mudamos a ecologia do oceano.”

Imagem mostra mar esverdeado próximo à mata
Além das mudanças no azul dos oceanos, também é provável que vejamos mudanças na área verde. Direito de imagem NASA

Os pesquisadores apontam que as alterações são um impacto indireto da mudança climática. Como o aquecimento está afetando a circulação dos mares, isso está mudando a quantidade de alimentos disponíveis para o fitoplâncton.

Outra diferença em relação a estudos anteriores é que, desta vez, os pesquisadores estão olhando apenas para medições feitas por satélites da luz refletida pelo fitoplâncton.

No passado, cientistas usavam medições de satélites da clorofila – pigmento no fitoplâncton que absorve luz – para tentar entender o impacto da mudança climática.

No entanto, eles tiveram problemas para estabelecer a diferença entre a variação natural e o aquecimento induzido pelo homem sobre esse pigmento verde. Eles acreditam que demorará de 30 a 40 anos até que eles possam dizer com certeza que a mudança climática está causando um impacto na clorofila.

“O que mostramos é que a cor na faixa verde/azul vai mostrar esse sinal de mudança mais cedo. Em alguns lugares, talvez na próxima década”, disse o Dr. Dutkiewicz.

“O oceano vai apresentar uma mudança de cor nas próximas décadas maior do que veríamos na clorofila. A mudança de cor será mais um sinal de alerta.”

Rio Dnepr
Padrões naturais vistos no rio ucraniano Dnepr coberto por cianobactérias como resultado da evolução do fitoplâncton em estações quentes. Direito de imagem GETTY IMAGES

Os pesquisadores acreditam que o Atlântico Norte será um dos primeiros lugares a refletir a mudança – seguido por regiões no Oceano Antártico.

A equipe modelou o que aconteceria com os oceanos até o final deste século se a temperatura média do mundo esquentasse em 3º C, o que é próximo ao cenário previsto caso cada país siga as promessas que fizeram no acordo climático de Paris.

“Haverá uma diferença notável na cor de 50% do oceano até o final do século 21”, disse o Dr. Dutkiewicz.

“Isso pode ser potencialmente muito grave. Diferentes tipos de fitoplâncton absorvem a luz de maneira diferente, e, se a mudança climática levar uma comunidade de fitoplâncton a invadir o espaço de outra, isso também mudará os tipos de cadeias alimentares que eles podem suportar.”

A equipe também acredita que o mundo verá mudanças em algumas das tonalidades verdes vistas também nos oceanos.

Isso acontecerá porque algumas espécies de fitoplâncton responderão bem a um ambiente mais quente e criarão proliferações maiores e mais diversas de organismos marinhos. É provável que isso apareça com mais intensidade em regiões verdes perto do equador e dos polos, dizem os pesquisadores.

O estudo foi publicado na revista Nature Communications.

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