O presidente da República, Jair Bolsonaro, assinou, na última segunda-feira 17, uma medida provisória (MP) que agiliza a comercialização e utilização desses bens. Com o fim da burocracia, a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça e Segurança Pública poderá colocar à venda os produtos confiscados quase que de maneira imediata.
20 mil – itens serão comercializados no prazo de um ano
100 milhões – de reais é a estimativa de arrecadação
Cinco anos de espera
Dos 80 mil itens hoje em poder da União, 20 mil poderão ser vendidos desde já. Desde calçados e roupas, passando por joias e veículos de luxo, e até barcos, aeronaves e fazendas. Com a medida, o governo espera arrecadar R$ 100 milhões. Por meio de edital eletrônico, o Senad selecionou sete leiloeiros que ficarão responsáveis pela guarda, armazenagem, vistoria, avaliação, exposição, venda, pós-venda e a regularização do bem. O retorno financeiro dos pregoeiros será de cinco por cento do total arrecadado, pago pelo arrematante.
Antes da nova iniciativa do governo, os produtos apreendidos ficavam guardados por cinco anos, em média, pois a alienação tinha que esperar o fim da tramitação jurídica dos processos movidos contra os traficantes. Com isso, muitos desses bens perdiam valor de mercado, quando não ficavam deteriorados. Para Luiz Roberto Beggiora, Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas, todos vão lucrar com a nova legislação. “Com essa medida todos ganham. A União, pois não terá mais os custos com a gestão dos bens, o Judiciário, porque também ficava responsável pelos itens nos estados, e a população, uma vez que o valor arrecadado será revertido para a sociedade. Além disso, o produto não será danificado, pelo longo período de armazenamento e exposição”, disse.
A cerimônia de assinatura da medida provisória foi realizada no Palácio do Planalto, com a presença de Bolsonaro e do ministro da Justiça, Sergio Moro. Os recursos arrecadados com os pregões abastecerão o Fundo Nacional Antidrogas (Funad). A intenção é que a verba possa gerar melhorias nas políticas públicas de segurança. Os aportes aos governos estaduais que assinarem o termo de adesão vão ser usados na manutenção e compra de equipamentos de uso das polícias e no atendimento aos dependentes químicos. “São muito itens que estavam sem destinação adequada há anos, e que agora vão ter. O intuito é ajudar a viabilizar o setor de segurança e enfraquecer o tráfico de drogas. Temos que evitar que acumulem bens fruto do crime”, afirma Beggiora. Agora, para adquirir força de lei, a medida precisa da anuência do Congresso Nacional, em 120 dias. Se tiverem o mínimo de bom senso, vossas excelências não ousarão criar maiores obstáculos.
Crédito: Fernando Lavieri/ IstoÉ – disponível na internet 22/06/209