Procuradores de Justiça de Minas Gerais estão revoltados com seus salários. O vencimento base é de R$ 24 mil por mês. “Estamos vivendo à base de comprimidos, à base de antidepressivos (…) Vamos virar pedintes quase?”, disse, exaltado, o procurador Leonardo Azeredo dos Santos, durante reunião da Câmara dos Procuradores do estado sobre o orçamento de 2020.
O governo de Minas Gerais estuda assinar um contrato de recuperação fiscal junto ao governo federal, o que impediria próximos reajustes dos servidores. E a elite do funcionalismo se manifestou afoita com a situação. “Como o cara vai viver com 24 mil reais? (…) De qualquer forma, já estou abaixando meu padrão de vida bruscamente, mas vou sobreviver”, avalia o procurador.
“Não tenho origem humilde”
Azeredo justificar o motivo de sua angústia. “Infelizmente, não tenho origem humilde. Não sou acostumado com tanta limitação”, diz. “Todo mundo já verificou que é um salário relativamente baixo. Sobretudo para quem tem mulher e filho (…) Não sei se vou receber a mais, se vai ter algum cálculo dos atrasados que vai me salvar, salvar a minha pele.”
A renda média do brasileiro, incluindo super salários, é de R$ 2.270 por mês, de acordo com o IBGE. A dos trabalhadores no serviço público é de R$ 3.666. Outros 38,6 milhões trabalhadores estão em situação de informalidade, sem registro, sendo que 10 milhões vivem com rendimento abaixo do mínimo necessário à sua sobrevivência; nem nos 13 milhões de desempregados.
O Dieese, na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos calcula que o salário mínimo necessário para uma família viver, de acordo com o que determina a Constituição, deveria ser de R$ 4.044,58.
Crédito: RBA – disponível na internet 10/09/2019