Informes sobre o enfretamento ao COVID-19

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Pesquisadores encontram anticorpo que neutraliza coronavírus.

Casa Branca vai supervisionar distribuição do remdesivir, droga contra COVID-19.

As candidatas a vacina contra o coronavírus.


Pesquisadores encontram anticorpo que neutraliza coronavírus

O estudo avaliou apenas o comportamento do anticorpo in vitro e mais pesquisas são necessárias para comprovar sua eficácia no combate à covid-19
Pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, reportaram a descoberta de um anticorpo capaz de neutralizar e impedir a infecção das células pelo novo coronavírus, causador da doença chamada covid-19.Publicado na revista científica Nature Communications, os cientistas ressaltam que o anticorpo, chamado 47D11, funcionou para conter o novo coronavírus em testes de laboratório in vitro.

Os pesquisadores avaliaram 51 tipos de anticorpos diferentes se baseando no genoma do vírus Sars, que é da mesma família do novo coronavírus. O 47D11 é um anticorpo humano, o que pode acelerar o processo de testes clínicos que podem dar origem a uma vacina.

“Usando essa coleção de anticorpos do Sars-CoV, identificamos um anticorpo que neutraliza a infecção pelo Sars-CoV-2 em células curadas”, escrevem os autores.

Os pesquisadores buscam agora avaliar se o anticorpo pode ser usado para a criação de uma vacina contra o novo coronavírus. No entanto, uma série de testes ainda é necessária para descobrir se o 47D11 pode se comportar no corpo humano da mesma forma que se comportou em laboratório e se ele não oferece risco à saúde.

Mundialmente, cerca de 100 vacinas e 200 medicamentos estão sendo desenvolvidos e testados por pesquisadores e empresas do ramo farmacêutico. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, por exemplo, estima que criará a primeira vacina eficaz contra o novo coronavírus em setembro deste ano. No entanto, como esse é um processo que leva normalmente dez anos, qualquer previsão inferior a um ano desde a descoberta da covid-19 é considerada otimista por especialistas.

Crédito: Lucas Agrela/ Revista Exame – disponível na internet 05/05/2020


Casa Branca vai supervisionar distribuição do remdesivir, droga contra COVID-19

Fabricação do medicamento Remdesivir
Fabricação do medicamento Remdesivir Foto: Gilead/Divulgação (4.abr.2020)

O remdesivir, medicamento apontado como efetivo no tratamento da COVID-19, será distribuído de acordo com plano aprovado pela força-tarefa da Casa Branca contra o coronavírus, informou a Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências, na sigla em português) nesta segunda-feira (4).
 
A fabricante do medicamento, a farmacêutica Gilead, já havia dito que o governo americano que tomaria a decisão de onde enviar o estoque do medicamento da empresa — que deve ser suficiente para tratar entre 100 mil e 200 mil pacientes.
 
“O remdesivir será distribuído diretamente aos condados nos Estados Unidos pela fabricante — com base em um plano de alocação aprovado pela Força-Tarefa da Casa Branca”, disse um porta-voz da Fema à CNN nesta segunda.
 
“A Fema e o HHS [Departamento de Saúde e Serviços Humanos] estão trabalhando na estratégia de alocação de longo prazo para esse produto médico”, acrescentou o porta-voz.
 
Nos primeiros resultados de um estudo patrocinado pelo National Institutes of Health, o remdesivir reduziu a duração da doença em pacientes com COVID-19 grave, mas não teve efeito estatisticamente significativo sobre a taxa de sobrevivência dos pacientes.

O presidente e CEO da Gilead, Daniel O’Day, disse, em entrevista ao canal americano CBS neste fim de semana, que o governo federal começaria a enviar “dezenas de milhares” de doses do remdesivir no início desta semana.
 
A FDA, agência dos EUA de administração de alimentos e medicamentos, autorizou o remdesivir para uso emergencial na semana passada em pacientes com coronavírus em estado grave. 
 
A Gilead disse que doaria para o governo americano o estoque de Remdesivir existente, que é de 1,5 milhão de frascos.
 
“Forneceremos essa doação ao governo dos EUA, e eles determinarão [o destino], com base em critérios como disponibilidade leitos de UTI”, disse O’Day no último domingo (3).
 
Questionada sobre se todos os 1,5 milhão de frascos seriam doados ao governo dos EUA, como O’Day sugeriu, a porta-voz da Gilead, Sonia Choi, disse que a empresa planeja fornecer o medicamento globalmente.
 
“Pretendemos alocar nosso suprimento disponível com base em princípios orientadores que visam maximizar o acesso de pacientes com necessidade urgente de tratamento”, disse ela.
 
“Estamos trabalhando com autoridades reguladoras em todo o mundo”, completou.

Leia também:

Remdesivir: saiba mais sobre remédio aprovado pelos EUA contra COVID-19

Anvisa encontrará representantes da Gilead para falar de remdesivir

Crédito: Arman Azad, da CNN Brasil – disponível na internet 05/05/2020


As candidatas a vacina contra o coronavírus

Mais de 100 institutos e empresas em diferentes países pesquisam um antígeno contra o vírus Sars-Cov-2 usando três diferentes técnicas de imunização. Entenda as diferenças entre elas.    

Homem de jaleco branco manipula aparelho com pipetas para realizar testes de uma vacina contra o coronavírus na empresa alemã Curevac.
Testes de uma vacina contra o coronavírus na empresa alemã Curevac

Desde o início do ano, empresas farmacêuticas e institutos do mundo inteiro buscam uma vacina contra o coronavírus Sars-Cov-2. Até agora, a associação alemã de Empresas Farmacêuticas de Pesquisa contabilizou 115 projetos diferentes neste âmbito, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) registra 102 pesquisas em andamento.  

Basicamente, os estudos se concentram em três tipos de agente de imunização: vacinas vivas, suspensões com microrganismos mortos e vacinas de DNA ou de RNA mensageiro. Entenda as diferenças: 

Vacinas vivas (ou atenuadas) 

São produzidas a partir de vírus conhecidos, porém inofensivos. Eles não desencadeiam doenças, mas podem se reproduzir nas células humanas. São os chamados vetores que estimulam uma reação imunológica no nosso organismo.  

Isso pode funcionar, por exemplo, quando quem desenvolve a vacina “fantasia” o antígeno “de Sars-Cov-2” com métodos de engenharia genética. A “camuflagem” ocorre quando o vírus recebe uma proteína superficial equivalente. Esse tipo de vacina é uma alternativa usada sobretudo no combate contra novos patógenos. 

Quando se aplica essa vacina numa pessoa, o corpo desenvolve uma proteção imunológica que pode combater uma infecção real. Uma vacina vetorial desse tipo já foi usada contra a varíola, por exemplo. A primeira vacina autorizada contra o ebola tem como base um vetor vacinal desse tipo (microrganismo manipulado para produzir antígenos que desencadeiam anticorpos). 

Vacinas inativadas  

Essas vacinas contêm proteínas selecionadas de um vírus, ou vírus inativados. São patógenos inativados ou mortos, ou seja, incapazes de se multiplicarem. Porém, o corpo os reconhece como invasores, e o sistema imunológico produz anticorpos para combatê-los. Não há irrupção da doença.  

Esse método é uma tecnologia reconhecida amplamente e há muito tempo. Já é usada, por exemplo, contra a gripe, paralisia infantil, coqueluche, hepatite B e também tétano.  

Vacinas com base em material genético

Em relação às vacinas inativadas ou vivas, as vacinas produzidas por engenharia genética têm a vantagem de poderem ser rapidamente produzidas pela indústria. Isso será necessário contra o coronavírus, pois bilhões de doses deverão ser disponibilizados num curto espaço de tempo. 

As vacinas com base genética possuem informações puramente genéticas, sob forma de DNA ou do RNA mensageiro do coronavírus, por exemplo. Componentes do material hereditário dos vírus são “infiltrados” nas células, “empacotados” em nanopartículas. Quando os antígenos entram no corpo, têm a missão de produzir proteínas de vírus inofensivas e que constroem uma proteção imunológica. 

Até agora, porém, não existe nenhuma vacina desse tipo no mercado – ainda estão sendo desenvolvidas. Várias empresas e institutos pesquisam esse tipo de agente de imunização. A primeira vacina contra o Sars-Cov-2 autorizada para testes em humanos na Alemanha é uma vacina de RNA mensageiro. 

Vacina para quando? 

Quando, finalmente, haverá uma vacina eficaz contra o coronavírus? Essa é uma pergunta que ocupa a todos. Porém, não é apenas decisivo a vacina ser desenvolvida, testada e autorizada. Após os testes em laboratório, seguem-se os testes em animais. Em seguida, as candidatas à vacina são testadas em várias fases: são antígenos seguros? Ajudam na composição da resposta imunológica? Funcionam na prática? 

Até quando todos estes obstáculos são superados, novas barreiras surgem: as empresas precisam produzir as vacinas, e em grandes quantidades. Raramente, uma única empresa tem esse tipo de capacidade.

No caso de algumas vacinas, também já há desenvolvimentos paralelos para que as empresas estejam preparadas para a produção. Essas fábricas disponibilizam capacidades apesar de a vacina ainda não ter passado por todas as fases de testes. Por outro lado, quase nenhum médico acredita que uma vacina estará disponível antes de 2021.  

Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 05/05/2020

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