O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), afirmou, em entrevista exclusiva à CNN no início da noite desta segunda-feira (31), que é inocente das acusações que levaram ao seu afastamento do posto, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Witzel alegou que “nenhum contrato” da Secretaria Estadual da Saúde passou por ele nem pela Procuradoria do Estado e que o responsável pelos desvios na área da saúde era o ex-secretário Edmar Santos.
Em delação premiada, Edmar acusou Witzel de envolvimento com o caso.
“Alguém que já era diretor do hospital Pedro Ernesto e infelizmente se demonstrou ao longo dessas investigações, como o grande operador de um esquema de corrupção na área da saúde”, afirmou o governador afastado em referência ao ex-secretário.
“Ele já vem operando dessa forma com empresas desde 2016. Lamentável que tenha se infiltrado no nosso governo para poder continuar praticando seus atos ilícitos”, completa, em entrevista aos âncoras Daniel Adjuto, Daniela Lima e Carol Nogueira e aos colunistas Leandro Resende e Renata Agostini.
Wilson Witzel definiu o suposto esquema de corrupção como “esse lamaçal que o Edmar trouxe para o meu governo”.
A respeito da sua relação com o ex-secretário, Witzel afirmou que a nomeação de Edmar Santos foi “uma escolha técnica” e que não sabia da existência de um esquema de corrupção na pasta até a eclosão das investigações durante a pandemia do novo coronavírus.
Uma das afirmações dos investigadores é a de que o governador afastado do Rio teria recebido recursos de propina por meio de contratos com o escritório da sua esposa, a advogada Helena Witzel. “Isso tudo será demonstrado, pela defesa dela, que, na verdade, se trata de trabalho efetivo. Existe serviço prestado”, disse o governador à CNN.
Witzel afirma que a sua esposa não sabia que empresas para as quais prestava serviços jurídicos seriam ligadas ao empresário Mário Peixoto, suspeito de pagar propinas para obter benefícios junto ao governo do estado. “Tanto que, assim que ela soube, ela rescindiu o contrato”, afirma o governador afastado.
Crédito: Guilherme Venaglia, da CNN Brasil – disponível na internet 01/09/2020