“A ideia é celebrar a Semana da Pátria e, ao mesmo tempo, ter esse material que vai servir constantemente em solenidades, ou celebrações, onde poderá ser usado como uma gravação oficial do Hino Nacional, independentemente de ter um grupo ao vivo, tocando presencialmente”, disse Claudio Cohen, regente da OSTNCS.
Foram mais de 20 dias e um esforço grande dos 72 músicos para que os vídeos, gravados em celulares, saíssem dentro do que era necessário para reunir todos os instrumentos, gravados de forma isolada e em ambientes diferentes, a partir de uma guia para orientação.
O maestro disse que desde o início da pandemia e do isolamento social, os músicos têm realizado esse tipo de gravação, como uma forma de manter viva a conexão com o público “Nós percebemos que durante esse período precisaríamos aguçar a criatividade e buscar um público por meio dessas ferramentas, que nos permitem avançar nesse sentido.”
Desde o mês de março, as redes sociais da OSTNCS são atualizadas semanalmente com vídeos novos, ou resgatados de gravações realizadas em apresentações anteriores à pandemia. “São vídeos inéditos nesse ambiente virtual, já que só que estava nos teatros pôde ver essas apresentações”, afirma.
A versão do Hino Nacional gravada pela orquestra de Brasília tem 2 minutos e 19 segundos de duração e é sem a letra, apenas a melodia executada sem a repetição usual da versão cantada.
Assista ao vídeo executado pela orquestra sinfônica, sob a batuta do maestro Claudio Cohen.
História do Hino Nacional do Brasil
A marcha triunfal do Hino Nacional é muito anterior a letra que cantamos atualmente em cerimônias e honrarias a nossa bandeira. Ela foi concebida ainda no Império, em 1831, pelo maestro Francisco Manoel da Silva.
Já os versos foram compostos pelo poeta Joaquim Osório Duque-Estrada, em 1909, e são a terceira versão de letra que acompanha a marcha triunfal. A primeira letra contava a história da abdicação de dom Pedro I e a segunda exaltava dom Pedro II.
Entre a segunda e a terceira versão, o hino passou quase cem anos sendo executado sem letra, após manifestações populares contrárias à adoção do novo hino escolhido para representar a, então, nova República, por meio de um concurso.
O presidente da República, à época, Deodoro da Fonseca, estabeleceu que seria mantida a música do hino anterior sem uma letra e que a composição com poema de Medeiros e Albuquerque e arranjo de Leopoldo Miguez, vencedora da disputa, passaria a ser o Hino da Proclamação República e não substituiria o Nacional.
A letra que permanece até hoje foi oficializada às vésperas do centenário da Independência, em 6 de setembro de 1922, por meio de uma lei criada pelo então presidente Epitácio Pessoa.
Para o professor de História da Música e História da Música Brasileira da Universidade Federal de Brasília (UnB), Adeilton Bairral, o passo mais importante para que a composição fosse preservada foi dado por uma comissão dirigida pelo maestro Heitor Villa-Lobos, na Era Vargas. O grupo de caráter técnico, determinou a adoção da versão para piano do maestro cearense Alberto Nepomuceno, como referência melódica para a unificação da versão oficial.
Na época, Villa-Lobos viu a necessidade da criação de um Conservatório Nacional de Canto Orfeônico para capacitar professores de música a ensinarem os hinos pátrios nas escolas de todo do país. Segundo Adeilton, também foram estabelecidas duas versões possíveis de serem tocadas: uma com canto em Fá e composta por duas estrofes, além de uma versão instrumental, em Si Bemol, apenas com uma estrofe.
“Com o tempo, a didática musical mudou muito e, hoje, o Hino Nacional já não é mais ensinado nas escolas, então, percebe-se adaptações sutis na melodia para facilitar o canto”, conclui o professor.
Ações
Fundada em março de 1979, pelo maestro e compositor Claudio Santoro, a OSTNCS desempenha papel fundamental na educação musical e difusão da música clássica e erudita. Em mais de 40 anos de atuação, o corpo de músicos manteve apresentações regulares e gratuitas à disposição que quem vive ou visita Brasília.
Dentre as ações recentes destacadas pelo maestro Claudio Cohen, estão os Concertos Didáticos, para crianças; Concertos para Saúde, em hospitais, os Concertos Sociais, que já aconteceram em todas as Regiões Administrativas do Distrito Federal, além dos concertos internacionais, nas embaixadas.
Para saber mais, siga as redes sociais da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro: no Instagram, no Facebook e no YouTube.
Agência Brasil de Notícias 07/09/2020