O laboratório chinês Sinovac Biotech disse nesta segunda-feira (7) que sua vacina contra a Covid-19 parece ser segura em pessoas mais velhas, segundo resultados preliminares de seus testes em Fase 1 e 2, embora as respostas imunológicas induzidas tenham sido moderadamente mais fracas do que em adultos jovens.
A candidata da Sinovac está sendo testada no Brasil na sua Fase 3 em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo. Foram trazidas 20 mil doses ao país, que estão sendo aplicadas em até 9 mil voluntários em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
As autoridades de saúde de todo o mundo estão preocupadas com a perspectiva de eficácia das vacinas em desenvolvimento nos idosos, grupo cujo sistema imunológico normalmente reage com menos intensidade às inoculações, contra um vírus que matou quase 890 mil pessoas no planeta.
Na avaliação preliminar da Sinovac, foram considerados idosos pacientes com mais de 60 anos.
A vacina candidata CoronaVac da Sinovac não provocou efeitos colaterais graves nos ensaios combinados de Fase 1 e Fase 2 lançados em maio, que envolveram 421 participantes com pelo menos 60 anos, disse o representante da mídia da Sinovac, Liu Peicheng. Os resultados completos ainda não foram publicados.
Quatro das nove vacinas que estão nos testes de Fase 3 globalmente são de empresas chinesas.
Dos três grupos de participantes que tomaram respectivamente duas injeções de baixa, média e alta dose de CoronaVac, mais de 90% experimentaram alta significativa nos níveis de anticorpos, enquanto os níveis foram ligeiramente mais baixos nos idosos do que os observados em indivíduos mais jovens. Mas, segundo o representante da empresa, esse resultado está dentro das expectativas.
A CoronaVac, testada no Brasil e na Indonésia no estágio final de testes para avaliar se é eficaz e segura o suficiente para obter aprovações regulatórias para uso em massa, já foi dada a dezenas de milhares de pessoas, incluindo cerca de 90% dos funcionários da Sinovac e suas famílias, como parte do esquema de vacinação de emergência da China para proteger as pessoas que enfrentam alto risco de infecção.
A vacina potencial pode permanecer estável por até três anos no armazenamento, disse Liu, o que pode oferecer à Sinovac alguma vantagem na distribuição da vacina para regiões onde não há transporte refrigerado garantido.
Outras vacinas sendo testadas no Brasil também estão tentando cobrir a população idosa em seus testes para garantir que a eficácia seja avaliada dentro do grupo com o maior percentual de risco de complicações da Covid-19.
A vacina produzida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford incluiu inicialmente pacientes de 18 a 55 anos de idade em seu teste clínico, depois estendeu o recrutamento sem limite máximo de idade. A vacina russa do Instituto Gamaleya, que deve ser testada em um grupo do Paraná, também promete recrutar pacientes idosos.
Crédito: O Globo com agência Reuters – disponível na internet 08/09/2020