No BNDES, menor salário é de R$ 3.780 e o maior, de R$ 75.650
Dados do Ministério da Economia apontam variação salarial de 1.901% entre o menor contracheque, de R$ 3.780, e o maior, de R$ 75.650, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao divulgar informações como essas de estatais, a pasta comandada por Paulo Guedes pretende explicitar os benefícios de empregados dessas companhias e tentar atrair apoio para um programa de privatização.
O BNDES não está nesses planos, mas chama a atenção pelos altos salários — a média é de R$ 29.230, muito maior do que na grande maioria das estatais listadas pela Economia.
O vale-refeição dos empregados do BNDES é de R$ 1.521,80 por mês. Ainda há auxílio de R$ 654, 88 para cesta alimentação (são 13 parcelas por ano). Pelo Programa de Assistência Educacional, cada empregado do banco recebe R$ 1.261,65 por mês por dependente de até 17 anos e 11 meses.
Quanto ao plano de saúde, cada funcionário do BNDES custa, em média, R$ 3.673,62 por mês ou R$ 44.083,47 por ano. Essas despesas também valem para aposentados pelo banco. A instituição contribui, ainda, com o plano de previdência complementar de seus empregados. São quase R$ 180 milhões por ano.
Na Petrobras, diferença entre o maior e o menor salário chega a 6.932%
A Petrobras é o retrato perfeito da enorme desigualdade que marca o Brasil. Levantamento realizado pelo Ministério da Economia sobre os benefícios pagos aos empregados de estatais mostra que a diferença entre o maior e o menor salário na empresa chega a 6.932%.
O piso salarial na Petrobras é de R$ 1.510 e o topo, de R$ 106.189. Pelos cálculos do Ministério da Economia, a média salarial na petroleira é de R$ 18.930.
A pasta chefiada por Paulo Guedes, que, passados dois anos do governo de Jair Bolsonaro, ainda não conseguiu privatizar nenhuma estatal, aponta que a Petrobras paga 100% de adicional de férias para seus empregados, ante um terço recebido pela maioria dos trabalhadores da iniciativa privada.
O mesmo estudo revela que, também, os funcionários das companhias Docas do Ceará, do Espírito Santo, do Pará e do Rio de Janeiro recebem adicional de férias acima do um terço previsto em lei. Nos casos dessas estatais, o extra corresponde a 50% do salário normal e vale para aqueles que entraram na empresas até 1996.
O objetivo do Ministério da Economia, ao detalhar os benefícios pagos aos funcionários de estatais, é chamar a atenção para o que a equipe de Guedes chama de excessos. “A melhor arma que a gente pode ter para combater qualquer tipo de privilégio é a transparência”, diz o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Diogo Mac Cord.
Crédito: Blog do Vicente/Correio Braziliense -@internet 02/02/2021