“Greve fracassou”, diz ministro da Infraestrutura

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Movimento da categoria ocorreu em vários estados, mas não alcançou grandes proporções. Tarcísio de Freitas diz que continua examinando demandas dos profissionais

Após movimento de paralisação dos caminhoneiros na segunda-feira (1/2), o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que governo pretende seguir com agenda voltada para a categoria, mesmo que a greve tenha “fracassado”. O movimento foi motivado pelo aumento do valor do diesel que, no fim de janeiro, sofreu reajuste de 4,4%. Além disso, os trabalhadores reclamam dos baixos preços dos fretes e defendem melhores condições de trabalho, com alterações nas regras de jornada e aposentadoria especial.

Para o ministro, a “greve fracassou e fez água”. E acrescentou: “Conversamos muito com os caminhoneiros e, desde o início, já dizíamos que a greve não ia voar. As poucas coisas que aconteceram, como queima de pneus e paralisação em São Paulo, não têm relação com os caminhoneiros. Agora, não é porque a greve não prosperou que vamos abandonar a agenda, mas precisamos estudar”.

A greve teve seu último ato, segundo boletim informativo do ministério, durante a noite de segunda-feira, em uma tentativa de paralisação na BR-324, na Bahia, perto de Feira de Santana. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a ação durou cerca de 20 minutos. As rodovias concedidas ou sob gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), segundo a PRF, estão nesta terça-feira (2/2) com fluxo livre, sem nenhum ponto de retenção total ou parcial.

No entanto, a insatisfação da categoria não diminuiu. O presidente da Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, conta que os caminhoneiros pretendem se organizar e adotar novos métodos de reivindicação. “Parte dos caminhoneiros ficou em casa na segunda, e alguns foram dar apoio ao movimento nas ruas, mas fomos fortemente repreendidos pela força policial. Caminhoneiros que estavam nos pátios foram obrigados a voltar para a rodovia pela polícia. E agora temos a decisão de interdito proibitório que proíbe nossa ação”, explicou.

José Roberto ressalta que o governo não está realmente aberto ao diálogo. “Estamos tentando negociar desde 2018 sem nenhum resultado. Mas vamos encontrar outra maneira de nos manifestarmos, uma paralisação com o caminhão vazio em casa e descarregado”, apontou.

(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente da ANTB também criticou o áudio vazado do ministro Tarcísio de Freitas no domingo (31/1), em conversa com um dos líderes dos caminhoneiros. Na ocasião, Tarcísio declarou não ter a possibilidade de atender aos principais pedidos da categoria. A autenticidade do áudio foi confirmada e o ministro disse que se tratava de um esclarecimento do papel do governo em cada demanda.

Tarcísio chegou a dizer que caminhoneiros precisavam “desmamar” do governo, e que integrantes da categoria deveriam pensar como empresários, pois havia obstáculos econômicos agravados pela ação de prefeitos e governadores que “fecharam tudo” durante a pandemia.

Protestos

Os movimentos de paralisação na segunda-feira ocorreram em diversos estados. Houve protestos em Mossoró (RN), na BR-304, que registrou trânsito lento na saída para Fortaleza. Já em São Paulo, o km 30 da Rodovia Castello Branco, próximo a Barueri, foi bloqueado das 6h às 10h.

Em Salvador, cerca de 100 caminhoneiros se reuniram na BA-256. Também houve movimentação em Feira de Santana (BA), mas a paralisação foi interrompida pela PRF por volta das 14 horas. Em Itati (BA), outro grupo protestou na BR-116 e bloqueou a pista com pneus e objetos queimados.

Em Goiás, a movimentação foi próxima a Guapó, mas ação conjunta da PRF e do Corpo de Bombeiros impediu tentativa de bloqueio na BR-060 no quilômetro 190.

Crédito:Edis Henrique Peres (estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo)/Correio Braziliense  – @internet 03/01/2021

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