O Plano Nacional de Imunização (PNI) brasileiro – criado em 1973 – foi, até o início da pandemia de Covid-19, aclamado pelos profissionais da saúde no mundo todo pela sua eficiência e abrangência.
A carteira de vacinação é o documento que comprova quais vacinas contidas no PNI os brasileiros tomaram e o número de doses aplicadas.
Com o início da vacinação contra o novo coronavírus e a inclusão da carteira entre os documentos solicitados para aplicação da Coronavac, o documento, que costuma ficar guardado em alguma gaveta pouco acessada, precisou ser resgatado.
Saiba por que é importante ter a carteira de vacinação atualizada e como fazer para tirar uma segunda via em casos de extravio da anterior.
Por que é a carteira de vacinação é importante?
A carteira de vacinação permite que o indivíduo saiba quais vacinas que já tomou e que o estado possa controlar o nível de imunização da população para combater surtos e epidemias de doenças cujas vacinas já foram desenvolvidas e fazem parte do cotidiano de vacinação do país.
Posso me vacinar mesmo sem carteira?
Sim. O Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde permite que as pessoas se vacinem mesmo sem carteira que ateste vacinações anteriores.
A carteira será usada também na vacinação contra a Covid-19?
Sim, o SUS poderá controlar a vacinação pelo registro na carteira. Porém, assim como qualquer outra vacina, a aplicação poderá ser feita mesmo sem esse documento.
É aconselhável, porém, que o cidadão leve a carteira no dia da vacinação contra a Covid-19 para facilitar o controle dessa vacina, que poderá vir a compor o calendário nacional daqui em diante.
Quem deve tomar vacinas?
A maior parte dos imunizantes deve ser aplicada na fase infantil, mas adolescentes também precisam receber novos imunizantes – como a vacina da HPV (papilomavírus) – e adultos e idosos devem tomar outras doses de algumas vacinas, como a DTP (difteria, coqueluche e tétano).
Segundo o Ministério da Saúde, “a partir dos 20 anos, é preciso se vacinar ao menos contra sarampo, caxumba, rubéola, hepatite B, febre amarela, difteria e tétano”.
Para se proteger de todas essas doenças, são quatro tipos de vacinas, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS): hepatite B, tríplice viral (SRC), Dupla Adulto (DT) e febre amarela.
Para as gestantes, existem três vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação: hepatite B, dupla adulto e dTpa, que protege, além da hepatite, contra difteria, tétano e coqueluche.
“Dependendo da vacina, o esquema vacinal completo pode ser composto de uma, duas ou três doses e ainda há a necessidade de se receber reforços”, diz o site da UNA-SUS (Universidade Aberta do SUS).
Onde tirar uma nova carteira de vacinação?
A Anvisa afirma que, em caso de extravio do cartão de vacinação, o usuário deverá se dirigir à unidade de saúde onde tomou a vacina e solicitar o resgate do histórico de vacinação e a segunda via do documento.
Para quem recebeu as vacinas todas no mesmo posto ou se lembra dos postos em que foi vacinado, isso pode ser mais fácil de conseguir.
Porém, como a digitalização dos históricos de vacinação começou apenas recentemente, por meio do Sistema de Informações do Plano Nacional de Informações (SI-PNI), as informações dos postos de saúde não estão concentradas em apenas um lugar e, por terem sido guardadas em papel, pode ter ocorrido extravio. Além disso, anteriormente, os postos não eram obrigados a guardar essas informações.
O que fazer se o histórico de vacinação se perder?
Não é porque o histórico se perdeu que o cidadão ficará sem carteira de vacinação. No posto de saúde, o profissional vai aplicar as vacinas indicadas conforme a idade da pessoa, mesmo que ela já tenha tomado e não se lembre ou não tenha como provar.
O protocolo do Plano Nacional de Imunização permite, portanto, que as pessoas sejam vacinadas duas vezes contra a mesma doença.
O calendário com as vacinas obrigatórias para cada idade está disponível no site do Ministério da Saúde.
Viagens ao exterior exigem vacinas diferentes?
Há países que exigem vacinas específicas, como a da febre amarela, para que as pessoas ingressem em seu território. O calendário brasileiro de vacinação já contempla essas vacinas.
Neste caso, a carteira de vacinação ou um comprovante emitido pelo SUS e assinado pelo responsável pela vacinação são fundamentais.
Existe registro online para controle de vacinas?
Sim, existe. É o Conecte SUS. O problema é que o sistema é recente e não contém o histórico da maior parte dos brasileiros.
Ele será útil no controle da vacinação das pessoas, porém, apenas no futuro. Por enquanto, é apenas um bom sistema esperando ser preenchido. Ele pode ser acessado pelo site conectesus– ou pelo aplicativo Meu gov.br .
Crédito: Raphael Coraccini/CNN – @internet 10/02/2021
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