Brasil já aplicou 25 milhões de doses de vacinas contra a covid-19

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Cerca de 80% das doses aplicadas são da Coronavac, imunizante promovido pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e que foi inicialmente rejeitado pelo governo Bolsonaro. No mesmo período, EUA aplicaram três vezes mais.  

O Brasil ultrapassou a marca de 25 milhões de doses aplicadas de vacinas contra a covid-19. Até esta segunda-feira (05/04), haviam sido administradas 25.293.644 doses. Do total, 19.762.485 pessoas receberam a primeira dose, o equivalente a 9,4% da população brasileira, e 5.531.159 a segunda, cerca de 2,6%. Os dados são de consórcio de veículos de imprensa, formado por G1, O Globo, ExtraO Estado de S. PauloFolha de S.Paulo e UOL. Lentidão se deve, sobretudo, à escassez de vacinas.

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde, a grande maioria das vacinas aplicadas (82,2%) são da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan e que desde dezembro está sendo produzida no Brasil. Os outros 17,8% são da AstraZeneca-Oxford, que no Brasil é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para comparação, no mesmo período, após 78 dias do início da campanha de imunização, os Estados Unidos tinham aplicado 78,6 milhões de doses, segundo dados do Our World in Data, da Universidade Oxford. 

No ano passado, a Coronavac foi alvo de uma intensa campanha de ataques organizada pelo presidente Jair Bolsonaro, que rejeitou o imunizante promovido pelo governador João Doria, seu desafeto político. Mais de dois meses depois do início da campanha de vacinação no Brasil, a Coronavac continua sendo a única vacina disponível em larga escala, enquanto a vacina de Oxford promovida pelo governo federal ainda engatinha. 

Em números absolutos, São Paulo está no topo da lista, com 6.646.984 doses administradas. Em seguida vem Minas Gerais (2.297.840) e Bahia (2.060.848). Os estados que menos vacinaram foram o Acre (71.609) e o Amapá (72.817).

Quando se trata de porcentagem da população imunizada, a liderança é do Mato Grosso do Sul, com mais de 10,7%, seguido de Bahia (11,6%) e Rio Grande do Sul (11,1%). Em último lugar estão Maranhão (6,1%) e Mato Grosso (5,7%).

A lentidão da vacinação no Brasil se deve ao começo tardio e a escassez de imunizantes. Enquanto o Reino Unido iniciou a vacinação em 8 de dezembro, o Brasil começou apenas mais de um mês depois, em 17 de janeiro. Hoje, o Reino Unido já vacinou 47% da população (mais de 31 milhões de pessoas), segundo dados do Our World in Data.

De acordo com especialistas ouvidos pelo Estadão, com a lentidão, é improvável que todos os grupos prioritários, que juntos somam mais de 77 milhões de pessoas, sejam vacinados antes de setembro. Qualquer previsão mais otimista dependeria da vacinação de ao menos um milhão de pessoas por dia, mas faltam vacinas. Na quinta-feira, o país vacinou pela primeira vez um milhão de pessoas. Porém, na sexta-feira, o número já caiu para cerca de 300 mil.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) teria condições de imunizar ao menos 2 milhões de pessoas por dia, mas esbarra na escassez de vacinas.

Além disso, o governo federal demorou a tomar a iniciativa para aquisição de vacinas, chegando a negar a oferta de 70 milhões de doses da Pfizer, a serem entregues até dezembro do ano passado. Também houve atraso na entrega de insumos vindos da China para a produção de vacinas no Brasil.

Apenas no mês passado, o Ministério da Saúde firmou acordo para adquirir 100 milhões de doses da vacina da Pfizer-BiONTech, mas 75% delas devem ser entregue apenas no segundo semestre. O mesmo ocorre com o imunizante da Janssen, braço farmacêutico da Johnson &Johnson, que deve entregar 38 milhões de vacinas em dose única a partir de agosto.

Há, ainda negociações para adquirir a vacina russa Sputnik V e com a empresa indiana Bharat Biotech, que produz a Covaxin.

Crédito: Deutsche Welle – @internet 07/04/2021

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