Com aumento da conta de luz, especialistas explicam como evitar o desperdício de energia

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Os reservatórios estão em baixa, as contas de luz estão em alta, mas especialistas em energia mostram que tem como diminuir o impacto no seu bolso.

A iluminação pública está de cara nova em Belo Horizonte: 100% das lâmpadas foram substituídas pela tecnologia led. O resultado é uma economia de R$ 25 milhões por ano na conta de luz. Outros 422 municípios espalhados pelo país seguem na mesma direção.

A eficiência energética tem inspirado mudanças importantes também nos condomínios residenciais. Em um no Rio de Janeiro, a economia começa nos coletores solares que aquecem a água do banho. Passa pelo telhado verde, que impede a passagem do calor, reduzindo o uso de ventiladores e ar-condicionado. A iluminação natural também ajuda.

“Existe uma economia direta no bolso, que é uma redução de 20% da conta de energia do condomínio”, contou Talhita Abreu, representante do condomínio.

Mudanças importantes também começam dentro de casa.

“Tirar os aparelhos do stand-by, que é aquela luzinha vermelha que fica na TV. No micro-ondas que fica ligado, tirar esse equipamento da tomada. Não colocar alimentos quentes na geladeira. Olhar se a borracha da geladeira está vazando ar”, aconselhou Frederico Araújo, da Associação Brasileira de Serviços de Conservação de Energia.

Mesmo com bons exemplos, o Brasil continua mal posicionado no ranking dos países que mais se destacam no combate ao desperdício.

“Quando a gente olha para os 25 países com maiores consumos de energia, no último ranking da Accee, do Conselho Americano para Economia Eficiente de Energia, o Brasil ficou na 20ª posição”, ressaltou Frederico.

Um dos vilões da ineficiência é o setor industrial, que consome 30% da energia produzida no país e ainda tem muito o que avançar com a substituição de máquinas e equipamentos.

Outro problema, é a baixa eficiência de produtos usados no dia a dia. A geladeira consome pouca energia, mas, como ela precisa ficar sempre ligada, é bom prestar atenção no que diz a etiqueta de eficiência energética. Quando mais próximo da letra A, menor o consumo de energia do equipamento.

O problema é que essa etiqueta não é atualizada há 15 anos. Nesse tempo as tecnologias avançaram, mas as geladeiras brasileiras ficaram para trás. Um modelo como o apresentado na reportagem, letra A, não é aceito em países como Índia, Quênia, México, Jamaica e Estados Unidos.

Desde o fim de 2020, o Inmetro discute novas regras para etiquetagem, o que obrigaria a indústria a fabricar geladeiras mais eficientes. Já houve consulta pública, mas a decisão final ainda não foi anunciada.

“Se o país tivesse feito uma revisão modesta da etiquetagem A das suas geladeiras só em 10%, uma melhoria de 10% dessa etiquetagem, significaria que os consumidores, em um ano, não perderiam R$ 1,3 bilhão em suas contas de eletricidade”, afirmou Rodolfo Dourado Maia Gomes, diretor internacional do International Energy Initiative – Brasil.

Em uma escola em Niterói, na região metropolitana do Rio, além de todos os ajustes para economizar luz, a garotada é estimulada desde cedo a praticar o que aprende. Jeniffer, de 14 anos, já assumiu a função de xerife do uso racional de energia.

“A gente tem mania de deixar a água quente caindo e só ficar pensando na vida. Não tem essa de deixar a água cair e pensar na vida, não. Não é só o nosso futuro que está em jogo é o futuro do planeta porque a gente depende do planeta para tudo”, disse.

O Inmetro afirmou que o aperfeiçoamento da etiquetagem das geladeiras está em curso e que, especialmente neste momento de crise, procura equilibrar a busca de maior eficiência dos produtos com o impacto que essas mudanças trazem para a indústria e para o preço ao consumidor. Sobre a comparação dos refrigeradores nacionais com os de outros países, o Inmetro declarou que as altas temperaturas em algumas regiões do país justificam o uso da classificação atual.

Crédito: Jornal Nacional do dia 02/07/2021 – @internet 03/07/2021

Saiba mais>>>

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