Trabalho voluntário no Campus Dr. Armênio Lobo da Cunha Filho, do Inmetro, é o bicho

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Veja o que servidores, colaboradores e bolsistas que estudam e trabalham no Campus Dr. Armenio Lobo da Cunha Filho, do Inmetro, em Xerém, fazem para cuidar dos animais que vivem em harmonia: um time de dez cachorros, sete tartarugas, carpas e alguns gatinhos, verdadeiros xodós e que recebem todo carinho e amor, além de alimentação e cuidados especiais. João, mais conhecido por “chefe”, é também o líder, e com crachá e tudo!

Esses seres de quatro patas não têm um dono, mas recebem carinho, cuidado e proteção de, pelo menos, quatro dezenas de servidores, colaboradores e bolsistas que estudam e trabalham no campus do Inmetro, em Xerém. Esses verdadeiros anjos da guarda atuam de forma voluntária e são movidos unicamente pelo amor que sentem pelos animais. São atualmente cerca de 10 cachorros, 7 tartarugas, carpas e alguns gatinhos. Deixados nas imediações, os cães e gatinhos entram no campus em busca de alimento e, diante dos bons tratos, acabam ficando. Como no caso do João, mais conhecido por “chefe”. Chegou ao campus em dezembro de 2019 faminto, esquálido, implorando socorro e afeto. Foi alimentado, medicado e hoje é o xodó, com direito a crachá e tudo. Outros, são crias dos “residentes”. “O Inmetro não impede a entrada dos animais no campus, que passam a habitar nosso local de trabalho. Com a atuação voluntária do Grupo de Protetores muita coisa é evitada, como maus-tratos. Além disso, o grupo preza pelas condições de saúde e alimentação dos animais”, observa Taciano Costanzi, coordenador-geral de Infraestrutura.

O fato é que, entre reuniões, treinamentos e demais tarefas do dia, os voluntários do Grupo de Protetores se dividem e se revezam como podem para atender às necessidades dos animais – alimentação, vacinação, medicamentos e, claro, muito chamego. “Minha motivação para me juntar ao Grupo de Protetores foi perceber o quanto os animais residentes no campus necessitam das ações de cuidado, amor e preservação da vida que são tomadas por essas pessoas todos os dias. É impossível não se sentir compelido a fazer parte de algo dessa natureza!”, enfatiza Ana Cristina Follador, chefe da Divisão de Administração de Pessoas (Dapes).

Essa rede do bem é alimentada pela solidariedade das pessoas envolvidas, que se mobilizam para angariar recursos financeiros para as despesas e muitas vezes se revezam no transporte dos bichinhos para consultas veterinárias.  Também há casos de emergência nos quais os animais precisam ser acolhidos na casa dos voluntários para o acompanhamento no processo de recuperação. Não surpreende que a convivência diária muitas vezes se transforme em laços mais fortes que resultam em adoção definitiva e em novo lar para os animais.

Adoções

Ana Cláudia da Silva Paula, colaboradora do Cicma, adotou um dos cinco filhotes da Dengosa, uma cadelinha caramelo muito dócil e “moradora” da área de transportes, um dos alojamentos dos animais. “O que me faz atuar no grupo é saber que o amor que eles dão para gente não mede estudo nem condição financeira. Apenas sentem aquela empatia de saber que somos pessoas do bem que os tratamos com carinho, atenção, remédio ou mesmo apenas um afago. Às vezes não precisamos dar nada, apenas carinho”, justifica.

Aliás, adoções definitivas não são raras. A mais recente foi da Branquinha, uma cachorra adulta que, segundo notícias, foi morar na Zona Sul e se tornou a princesinha de Copacabana. Finais felizes como esses, porém, não são tão simples. Dependem da exclusiva dedicação dos voluntários. O Lobinho, por exemplo, quase morreu por causa de ataque de carrapatos. Muito debilitado, foi socorrido no meio de uma noite fria e chuvosa por duas protetoras, as bolsistas Natalia Yoshihara e Marcelle Figueiredo, que o resgataram do meio do mato e o levaram a uma clínica veterinária. A conta do tratamento? Está no prego aguardando a entrada de dinheiro no caixa, mas Lobinho se encontra em franca recuperação na casa de Rosilene Silva de Jesus, outra colaboradora protetora. “Tenho duas cachorrinhas e percebi que cuidar delas ajudou a me ressignificar como ser humano. Quando temos algum animal passamos a ter outra percepção da vida e, principalmente, passamos a ter percepção de todas as formas de vida”, declara Edson Miyata, servidor do Cicma e responsável pela contabilidade do grupo.

Adesões

Apesar dos esforços e dedicação, atender às necessidades dos animais é tarefa difícil. Não apenas pelo desafio de mantê-los sob observação constante, afinal gozam de total liberdade no belo cenário de Mata Atlântica que hospeda o campus, mas também porque faltam recursos financeiros e humanos. O Grupo de Protetores, portanto, precisa de todo tipo de ajuda pois as necessidades são muitas. “Não se faz nada sem dinheiro, mas precisamos muito de pessoas para nos ajudar em várias frentes, como conhecimento de contabilidade para ajudar na administração dos recursos de doação; pessoas que tenham conhecimento em logística, por exemplo, para organizar os deslocamentos dos voluntários; conhecimento em veterinária para ajudar em eventual emergência. Enfim, toda ajuda é bem-vinda”, reforça Ana Cristina.

Quer ajudar o grupo? Entre em contato pelo e-mail [email protected] e veja a melhor forma de contribuir! 30

E lembre-se, maltratar e abandonar animais é crime! Se você sabe de casos de maus-tratos a animais, denuncie nos telefones (21) 2776-8704 (Prefeitura de Duque de Caxias), 1746 (Prefeitura do Rio de Janeiro), 190 (Política Militar), (21) 2253-1177 (Disque Denúncia) ou 0800 61 8080 (Ibama – animais silvestres)

Fonte:https://www.gov.br/inmetro/pt-br/area-do-servidor/na-medida/2110/passe-livre/amor-cuidado-e-protecao-o-kit-sobrevivencia-dos-animais-que-vivem-no-campus-do-inmetro – 30/10/2021

2 Comentários

  1. Que linda essa história e parabéns a Asmetro pela matéria. Fico feliz que a direção do inmetro apoia esse “projeto” . Esses bichinhos nos transformam em seres humanos melhores, só com o olhar.

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