Bolsonaro pede ao Ministro da Justiça, Anderson Torres, mais mil convocações para PF e PRF

0
146

Em conversa com apoiadores, na manhã desta segunda-feira (2/5), o presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu novamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, a convocação de mais mil aprovados nos concursos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Apesar de nenhum ato sobre os certames ter sido publicado no Diário Oficial da União (DOU), o chefe do Executivo federal solicitou ao titular da pasta mais 500 vagas, além do que já havia sido prometido. Em abril deste ano, o presidente assegurou que já estava tudo certo para as convocações.

“Tem 500 vagas para vocês. Foi aprovado um PLN (Projeto de Lei do Congresso Nacional), na semana passada, para 500 vagas da PF e PRF. Não temos orçamento para este ano. Não tem como formar na academia também. Ao todo, gastei todo meu limite. Não posso incorrer na Lei de Responsabilidade Fiscal. Quero ver se publica hoje. Tem 500 vagas preparadas para cada lado”, declarou Bolsonaro. O momento foi gravado e divulgado por um canal simpatizante.

O PLN a que Bolsonaro se refere foi aprovado na quinta-feira (28/4) e abriu crédito suplementar de R$ 2,57 bilhões para a recomposição de despesas com pessoal e o reforço de dotações do Plano Safra 2021/2022. A proposta, contudo, ainda não foi sancionada pelo chefe do Executivo.

Em seguida, apoiadores aprovados na prova pediram que o mandatário pleiteasse mais vagas. Prontamente, o mandatário ligou para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres.

“Se você pedir mil para cada força, dá para resolver? Então, faz um aditivo aí e pede mil vagas para cada lado. […] E tem como formar este ano, essa turma toda? Tem? Então tá, valeu”, disse Bolsonaro durante conversa ao telefone com Torres.

Lula

Debochando da fala do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o petista disse que Bolsonaro não gostava de “gente”, mas só de policiais, o mandatário brasileiro ainda justificou o empenho em resolver a questão dos aprovados.

“Estou resolvendo a questão da PF e PRF, porque são até lucrativos para nós, tá? Apreensões, combate à corrupção… Por isso que um cara de nove dedos falou que eu ‘não gosto de gente, só gosto de polícia’”, afirmou Bolsonaro, rindo.

Crédito: Mariana Costa/ Metrópoles -@disponível na internet 03/05/2022


Cobrado por reajuste salarial, Bolsonaro faz aceno a policiais e promete abrir novas vagas para PF e PRF

Categoria tem feito críticas ao presidente nas últimas semanas após anúncio de aumento salarial de 5% para todo funcionalismo federal

Alvo de críticas da categoria policial por frustrar uma expectativa de reajuste salarial de até 20%, o presidente Jair Bolsonaro fez um novo aceno ao grupo e prometeu nesta segunda-feira aumentar o número de convocados em concursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

Os policiais pressionavam o governo por um plano de reestruturação que resultaria em aumento salarial entre 16% e 20%, além de critérios para progressão na carreira e reajustes periódicos, mas a equipe econômica do governo é contrária ao projeto, por seu impacto orçamentário. O anúncio de que todo o funcionalismo público federal terá reajuste linear de 5% frustrou a categoria e gerou diversos protestos nas últimas semanas.

Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada nesta segunda, ao ser questionado sobre o assunto, o presidente acenou aumentar de 500 para 1.000 o número de candidatos a serem convocados na PF e na PRF, aprovados em concurso já realizado.

Diante dos apoiadores, Bolsonaro chegou a ligar para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, para solicitar um aditivo para dobrar o número de vagas. O presidente pediu que o ministro conversasse com o Ministério da Economia sobre as novas vagas.

— Anderson (Torres), você pediu quanto pra PF e pra PRF? Quantas vagas a mais para cada força você pediu? Se passar mil pra cada um, acha que dá pra resolver? Mil pra cada lado? Então faz um aditivo, pede mil vagas, já que você tá no limite teu, pede mil vagas para cada lado, tá ok? Pode ser? — disse Bolsonaro ao telefone com o ministro.

Luciano Leiro, presidente da ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal) afirmou que houve uma “frustração” quando Bolsonaro havia dito que seriam apenas 500 novas vagas. O edital do concurso já previa 1500 vagas.

—  É uma questão política, a academia tem condição de fazer o curso e incorporar essas pessoas. A grande questão é que as palavras do presidente são uma incógnita, é difícil saber se ele cumpre ou não. Estamos nessa questão da reestruturação que ele não cumpriu o que foi prometido por ele, publicamente inclusive, então a gente não sabe. Nunca sabemos se a fala do presidente vai ser cumprida ou não — afirmou.

Leiro diz ainda que o novo número apresentado por Bolsonaro continua sendo considerado baixo para a categoria, diante da demanda de trabalho da PF.

— É um número baixo (1000), temos ainda 3 mil vagas (em aberto). Ainda tem as aposentadorias normais, que são em média 200 por ano. A Economia pressiona, nunca quer nada. Pela Economia não chamava ninguém. Paulo Guedes se pudesse demitir todos os funcionários, ele demitia. É uma questão de vontade política — diz Leiro.

Bolsonaro havia prometido uma reestruturação à categoria policial, que previa reajustes salariais superiores ao que deve ser concedido a todo o funcionalismo público, de 5%. A categoria esperava um reajuste na faixa entre 16% e 20% para recompor as perdas inflacionárias dos últimos anos

A decisão por um reajuste de 5% foi tomada numa reunião entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio Bolsonaro no Palácio do Planalto. O ministro da Justiça Anderson Torres vinha, nos bastidores do governo, defendendo a implantação da reestruturação da categoria policial, mas a equipe econômica se manifestava de forma contrária por causa do impacto aos cofres públicos.

Em nota, a Federação Nacional de Policiais Federais (Fenapef) afirmou que considera que os aprovados estão “qualificados para ingressar na corporação” e ressaltou que há “previsão orçamentária na LOA para o aproveitamento e necessidade de efetivo para fortalecimento das atividades exercidas pela policia federal”.

Crédito: Alice Cravo / O Globo – @disponível na internet 03/05/2022

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, digite seu nome!