Competências para inovar na Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira 4.0

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@reprodução - divulgação FIEMG

Competências para inovar na Indústria Têxtil e de Confecção Brasileira 4.0: uma revisão sistemática da literatura

Na história da humanidade, em decorrência do crescimento populacional e do desenvolvimento de novas técnicas de sobrevivência, do domínio de tecnologias e de novos instrumentos de produção, as intervenções na sociedade têm se tornado cada vez mais numerosas e frequentes. O setor industrial é parte integrante de muitas economias de nações mundiais e, desde o início da industrialização, esse setor tem proporcionado mudanças nos paradigmas tecnológicos e inovadores. Essas mudanças de paradigma são chamadas de revoluções industriais (SHAMIM, 2016). Nesse contexto, Branco (2012) afirma que a primeira revolução industrial foi um marco na relação entre a sociedade e a natureza por meio do estabelecimento de novas formas de produção, trazendo mudanças significativas para a economia e a sociedade e tornando-as mais complexas. As mudanças introduzidas pelas revoluções industriais transformaram as relações entre as pessoas; nações tiveram que se adaptar a este novo mundo. Essas mudanças na sociedade produziram grande diversidade cultural e econômica.

Durante os movimentos da revolução industrial que trouxeram avanços tecnológicos significativos para a indústria mundial, alguns países investiram no desenvolvimento de suas próprias competências nacionais, o que contribuiu para sustentar a propriedade nacional nas indústrias de média tecnologia e avançar nos setores de alta tecnologia com base em “líderes nacional.” O Brasil não tem feito ações como essas, aumentando sua dependência do know-how estrangeiro para seu desenvolvimento. A geração de tecnologia muitas vezes esteve ausente desde o início do desenvolvimento capitalista na América Latina. Os níveis de investimento estatal e privado em ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento eram muito baixos, ao contrário do que acontecia, por exemplo, nos Estados Unidos, na Europa e no continente asiático (NERY, 2015).

Atualmente, a indústria mundial passa por uma nova mudança de paradigma caracterizada pela integração e conectividade. Conhecido como a quarta revolução industrial, ou Industrie 4.0, esse paradigma visa uma produção mais eficiente, flexível e individualizada, alcançada por meio da gestão descentralizada da produção e/ou das cadeias de valor totalmente controladas digitalmente (GEBHARDT, 2015), onde a automação e a integração em tempo real tecnologias de sensores desempenham um papel crucial na produção industrial (KAGERMANN, 2013).

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI) (2016), o conhecimento da indústria brasileira sobre as tecnologias digitais da Indústria 4.0 é pouco difundido: 42% das empresas brasileiras desconhecem a importância dessas tecnologias para a competitividade do mercado, enquanto mais mais da metade das empresas não utiliza nenhuma tecnologia digital entre as dez opções apresentadas na pesquisa. Também, segundo a CNI, há diferença na intensidade de uso dessas tecnologias; por exemplo, o setor têxtil e de vestuário utiliza aproximadamente 29% dessas tecnologias, enquanto o setor petrolífero utiliza aproximadamente 60%.

A quarta revolução industrial apresenta um novo modelo de produção industrial baseado na conectividade e em um grande volume de dados gerenciados em tempo real. O cenário de competição e as grandes mudanças industriais apresentam a complexidade dos sistemas produtivos atuais e futuros. Esse ambiente produtivo está em processo de conformação pela Industrie 4.0, oferecendo oportunidades de desenvolvimento e competitividade para as indústrias que acompanham a transformação tecnológica.

O conceito de Indústria 4.0 está ligado à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, desempenhando um papel importante em cada organização. A adoção da Indústria 4.0 faz parte de um processo de inovação que não é apenas tecnológico, mas também organizacional (inovação organizacional) (Ferreira, 2019). Apesar disso, a realidade das indústrias brasileiras, principalmente as indústrias têxtil e de confecções devido a sua característica trajetória tecnológica, dominada por fornecedores (Pavitt, 1984), é de dificuldades e desafios na implementação dessas tecnologias. Empresas dominadas por fornecedores são aquelas onde a mudança tecnológica se origina quase inteiramente de fornecedores de máquinas e outros insumos de produção (TIDD, BESSANT e PAVITT; 2005). De acordo com Trott (2012),

A transformação organizacional é um dos desafios a serem enfrentados. Este artigo tem como objetivo revisar a literatura sobre competências organizacionais, ou competências para inovar, necessárias à inovação organizacional das indústrias têxtil e de confecções por meio da assimilação do paradigma da Industrie 4.0.

Palavras-chave : inovação; Indústria 4.0; Indústria Brasileira 4.0; industria têxtil; e competências organizacionais.

Crédito: Kamila Rodrigues Merle (SENAI CETIQT) e Ricardo Kropf Santos Fermam (INMETRO)  – @ disponível no linkedin do Ricardo Ferman  23/08/2023

acesse a íntegra do artigo:  Vista do Competências para inovar na Indústria 4,0 do setor têxtil e de vestuário brasileiro _ Sistemas & Gestão

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