Carreiras do funcionalismo têm grandes distorções remuneratórias há 25 anos

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@ reprodução internet /MARTHA IMENES

Carreiras do funcionalismo têm grandes distorções remuneratórias há 25 anos, aponta estudo

A remuneração de profissionais e lideranças políticas que ocupam funções relevantes e de alta complexidade no governo federal foi significativamente desvalorizada nos últimos 25 anos. Segundo o estudo Propostas de Modernização do Sistema de Carreiras do Governo Federal, é possível observar “uma desigualdade entre as carreiras”.

A novidade, contudo, é que houve uma inversão: em 1998, um secretário nacional de Ministério ocupava o topo das carreiras analisadas no estudo, com remuneração que atualmente corresponderia a mais de R$ 27 mil ao mês; hoje, o mesmo cargo tem remuneração fixada em pouco mais de R$ 17 mil e está atrás de outras quatro carreiras.

A perda inflacionária chega a 36% para cargos como os de secretários nacionais de Ministérios e a 38% para cargos de chefia de terceiro escalão da administração pública. Ao mesmo tempo, houve valorização real na remuneração para algumas carreiras, como é o caso de cargos do grupo de gestão (60,7%), carreiras de nível superior do plano geral de cargos (48,2%) e auditores fiscais (45,4%).

A análise considera dados compilados de 1998, primeiro ano em que o governo iniciou a divulgação do documento com o compilados das tabelas salariais, a 2022, partindo das carreiras de nível superior da administração direta já existentes. Todos os valores foram corrigidos pelo IPCA-E para os referentes ao mês de abril de 2023 – antes da aplicação do aumento geral de 9% em julho de 2024.

Os dados são parte do diagnóstico realizado pelo Movimento Pessoas à Frente.

Felipe Drumond, pesquisador responsável pelo diagnóstico, aponta que é preciso uma reforma do sistema de carreiras para modernizar a administração pública federal.

De acordo com o estudioso, seria importante estruturar critérios para uma política centralizada da revisão de salários dos servidores e lideranças públicas, de forma a corrigir as distorções, assim como combater supersalários.

Crítica ao estudo

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) divulgou nesta semana uma nota de repúdio ao estudo Proposta de Modernização de Carreiras do Governo Federal, “porque a matéria distorce dados relativos ao investimento em pessoal pela União”.

“O estudo em questão apresenta recorte tendencioso sobre a evolução salarial das carreiras de Estado a partir de 1998, deixando de lado, de forma arbitrária, dados que precisam ser ressaltados. Só em 1995, o acumulado da inflação no país superou 22%. Outra informação importante é que as carreiras de Estado passaram a ser remuneradas, no período, pelo sistema de subsídio, e gratificações e adicionais foram incorporados à rubrica única”, destaca texto.

Segundo o Fonacate, os dados apresentados mostram, na verdade, a desvalorização e mesmo o esvaziamento dos quadros funcionais, o que fez os servidores acumularem novas atribuições e elevarem as entregas à população.

“Cabe citar, por exemplo, o recente recorde da fiscalização do Trabalho, que retirou mais de 3.000 trabalhadores de condições análogas à escravidão em 2023″, finaliza.

Procurado, o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos não retornou até o momento de publicação da matéria.

Crédito: Gustavo Silva / EXTRA – @ disponível na internet 07/02/2024


Presidente do Inmetro recebe Carta dos Servidores 

A PERDA SALARIAL DOS SERVIDORES FEDERAIS DE 01/07/2007 A 31/03/2023 : Computando também a inflação de 1,3% de 08 a 12/2006, a perda percentual acumulada chega a 54,75%. 

asmetro.org.br/portalsn/2023/04/28/presidente-do-inmetro-recebe-carta-dos-servidor/


Nota-repudio-1

 

Levantamento foi feito pelo Movimento Pessoas à Frente a pedido do governo federal
Levantamento foi feito pelo Movimento Pessoas à Frente a pedido do governo federal — Foto: Editoria de Arte
 

 

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