O resultado primário representa o resultado nas contas do governo desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. Por causa do fechamento da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, o mês de abril tradicionalmente registra superávit primário, quando a conta fecha no positivo.
Por causa da antecipação dos precatórios, as receitas ainda crescem em ritmo maior que os gastos. Até abril, as receitas líquidas cresceram 7,5% acima da inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Além da recuperação da economia, que fez a arrecadação de abril registrar recorde nos últimos quatro anos, as receitas foram influenciadas pelo leilão de blocos de petróleo, que rendeu R$ 8 bilhões em março.
Resultados
As despesas cresceram 6,8% acima da inflação nos quatro primeiros meses do ano. A Previdência Social registrou déficit de R$ 61,213 bilhões de janeiro a abril, valor recorde para o período. O rombo foi parcialmente compensado pelo superávit de R$ 56,029 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central.
Em relação às despesas, os gastos de custeio (manutenção da máquina pública) aumentaram 15,6% acima da inflação. Infladas pelos precatórios, as despesas com a Previdência Social subiram 5,9%, e os gastos com o funcionalismo federal aumentaram 5,7%, descontado o IPCA. Sem a antecipação, os gastos com a Previdência teriam crescido 3,1%; e as despesas de pessoal, 1,8%.
O maior crescimento, no entanto, ocorreu com os investimentos federais (obras públicas e compra de equipamentos), que somaram R$ 12,106 bilhões de janeiro a abril, com alta de 44,3% em relação ao mesmo mês do ano passado acima da inflação. Depois de cair nos últimos meses, a execução do principal programa federal de investimentos estabilizou-se em março e abril. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) executou R$ 5,539 bilhões nos quatro primeiros meses de 2018, alta de 1% em relação ao ano passado descontado o IPCA.
Agência Brasil de Notícias 30/05/2018