IBOPE: Governo Temer tem 13% de avaliação positiva e quase metade acha igual ao de Dilma.

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 O governo do presidente interino Michel Temer foi avaliado como ótimo ou bom por 13 por cento da população e 44 por cento o consideram igual ao da presidente afastada Dilma Rousseff, mostrou pesquisa CNI/Ibope nesta sexta-feira.

Em março, na pesquisa anterior do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, a avaliação positiva de 10 por cento de Dilma era bastante similar a de Temer, embora agora a opção pela nota regular tenha aumentado em relação a três meses atrás e diminuído a avaliação negativa.

“O que a gente percebe, é que claramente… não houve um descolamento completo do governo do presidente Temer do governo da presidente Dilma, na visão da população”, explicou o gerente executivo de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca.

O governo Temer foi avaliado como regular por 36 por cento dos entrevistados, enquanto 39 por cento o veem como ruim ou péssimo. Em março, os números de Dilma eram, respectivamente, 19 e 69 por cento.

Na comparação direta entre os dois, além dos 44 por cento que os consideram iguais, 23 por cento acreditam o que o governo Temer está sendo melhor, enquanto 25 por cento acham que o de Dilma era melhor.

Para Fonseca, a percepção de continuidade dos governos pela população pode ter sido influenciada pelo fato de a gestão ter sido assumida por partidos e políticos que integraram o governo anterior. É o caso do próprio Temer (PMDB), que além de vice-presidente de Dilma, chegou a ser responsável pela coordenação e articulação política do governo durante alguns meses.

    “É um fator que já se esperava, porque é um dos principais partidos que estavam na base do governo passado que está no governo, alguns ministros, até, participaram em ocasiões anteriores do governo passado, o que pode levar a essa impressão da população de que o governo está muito parecido.”

    Muitos dos integrantes do governo Temer fizeram parte da administração Dilma, como o atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, além de Romero Jucá (PMDB-RR), que foi líder do governo da petista no Congresso e agora chegou a ocupar o Ministério do Planejamento até deixar o cargo devido a denúncias, e Henrique Eduardo Alves, que pediu exoneração do comando do Ministério do Turismo pelo mesmo motivo.

  AINDA É CEDO

Outro ponto, disse Fonseca, diz respeito ao período relativamente curto de governo. Para ele, “um mês e meio é muito pouco” para uma avaliação, e esse pode ter sido um dos motivos pelos quais os índices de avaliação regular e de não respostas se mostraram mais altos nesta pesquisa.

    “O índice de não sabe, não respondeu é grande, a tendência do regular também… a próxima pesquisa de setembro vai nos dar um cenário melhor da avaliação”, afirmou.

    A pesquisa, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria, apontou ainda que 27 por cento confiam no presidente interino, enquanto 66 por cento não confiam. Já a maneira de governar de Temer é aprovada por 31 por cento e desaprovada por 53 por cento.

    Em março, apenas 18 por cento confiavam em Dilma, contra 80 por cento que não confiavam. Sobre a maneira da petista governar, 14 por cento aprovavam e 82 por cento desaprovavam.

O levantamento foi realizado entre 24 e 27 de junho, com 2.002 pessoas em 141 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

Planalto vê pesquisa sobre Temer dentro do esperado; quer deter aumento de rejeição

O Palácio do Planalto considerou como dentro do esperado o resultado da pesquisa divulgada nesta sexta-feira sobre o governo do presidente interino Michel Temer, que apontou aprovação de 13 por cento, e avaliou que ainda há um efeito de rejeição generalizada à política.

“Foi mais ou menos dentro do que se esperava. A aprovação está melhor do que a da presidente afastada Dilma Rousseff. O que se espera é uma reação quando acabar a interinidade”, disse uma fonte palaciana.

De acordo com a pesquisa Ibope, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apenas 13 por cento dos entrevistados avaliam o governo como ótimo ou bom, e 39 por cento o veem como ruim ou péssimo. Ao deixar o Planalto, Dilma Rousseff tinha 10 por cento de aprovação.

O Planalto reconhece que a série de denúncias que atingiram e derrubaram ministros, em poucas semanas de governo, ajudou a prejudicar a imagem do governo.

A intenção do Planalto é não deixar a rejeição aumentar nas semanas até a votação do impeachment para recuperar a aprovação depois, quando Temer, efetivado no cargo, poderia tomar medidas mais efetivas.

Nesse período, o presidente interino deve procurar contato com grupos que tem aprovação assegurada, como o realizado na quinta-feira com presidentes de associações comerciais, que foram ao Planalto demonstrar apoio ao governo.

Na segunda-feira, Temer irá a São Paulo para uma palestra no Global Agribussiness Forum, onde irá receber um documento de apoio de diferentes associações de agronegócio.

A estratégia vai limitar, por enquanto, as viagens do presidente interino. Chegou-se a cogitar uma visita a duas cidades do Nordeste, canceladas na última hora. A região, onde a simpatia por Dilma e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda é muito forte, é considerada campo minado pelo Planalto.

Temer deve se concentrar em regiões onde tem mais apoio e onde as manifestações tendem a ser menores ou inexistentes. Daí a ida ao Rio de Janeiro e ao interior do Paraná. Antes de qualquer viagem, o Planalto faz uma “sondagem política”, a começar pelos prefeitos das cidades a serem visitadas se são ou não da base– existência de movimentos sociais organizados e qual a simpatia pelo governo na região.

Na próxima semana, o governo continuará investindo em tentar gerar notícias positivas. Além do evento em São Paulo, Temer se reunirá com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e senadores para tratar da retomada de obras paradas e da chamada Agenda Brasil, uma séire de projetos proposta por Renan.

Crédito: Reuters Brasil – disponível na web 02/07/2016

 

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