“Pagamentos a juízes chamam a atenção pelas cifras milionárias”, afirmam servidores do Judiciário

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@reprodução internet /tribunadosertao
Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados dispara reação enfática à manifestação do secretário-geral do Tribunal de Justiça de Rondônia, Ronaldo Forti Silva, segundo o qual quando servidores ingressam na instituição representam peso à folha de vencimentos; ‘não é que vocês só chegam para somar em produção, vocês chegam para pesarem gasto

Servidores do Poder Judiciário nos Estados criticaram enfaticamente a remuneração com ‘cifras milionárias’ de magistrados após um juiz do Tribunal de Justiça de Rondônia afirmar que, funcionários recém-chegados à Corte ‘não só chegam para somar em produção, chegam para pesar em gastos’.

 

A declaração do secretário-geral do TJ de Rondônia Ronaldo Forti Silva foi dada em cerimônia realizada na última sexta, 26. A fala gerou reação da Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, que representa 170 mil servidores.

Na avaliação da entidade, a afirmação de Forti Silva é ‘segregacionista e discriminatória, como se a categoria fosse um peso’. “O juiz (Forti Silva), porém, deixa de mencionar que os servidores não são os responsáveis por consumir a maior parte do orçamento do tribunal. Há registros públicos de pagamentos a magistrados que chamam a atenção pelas cifras milionárias”, reage a Federação.

A declaração questionada ocorreu quando Forti Silva abordava o ‘selo diamante’ conferido ao Tribunal de Justiça de Rondônia. Segundo o magistrado, a Corte é considerada pelo Conselho Nacional de Justiça o ‘melhor Judiciário do Brasil’, o que implicaria aos servidores recém-chegados ‘honra e responbilidade’.

Segundo o juiz, o ‘selo diamante’ é ‘terrivelmente penoso para manter’. “Vocês estão somando esse time para ajudar a carregar esse fardo. Esse fardo que parece ser bom, e é, mas é pesado”, afirmou.

“E quando vocês entram na instituição vocês pesam negativamente no número de gasto, em relação a número de processos. Então, não é que vocês só chegam para somar em produção, vocês chegam para pesarem gasto. E isso perde ponto. Efetivamente esses pontos perdidos devem ser comprovados em produtividade, se não a gente não consegue uma correlação de causa e efeito. A responsabilidade é muito grande”, seguiu.

A Fenajud classificou o pronunciamento do secretário-geral do TJ de Rondônia como ‘absurda e infundada’. Na avaliação da entidade, a declaração sugere ‘a categoria como vilões’.
Crédito: Pepita Ortega / Blog do Macedo no O Estado de São Paulo – @ disponível na internet 2/5/2024

FENAJUD repudia fala desrespeitosa de magistrado em posse de servidores em Rondônia

É com grande indignação que a FENAJUD – Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados, legítima representante nacional de mais de 170 mil servidoras e servidores em todo o país, vem a público repudiar veementemente a declaração do Juiz secretário-geral do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, Rinaldo Forti Silva, feitas na última sexta-feira (26). De forma inaceitável e desrespeitosa, durante a solenidade de posse, o magistrado se direcionou aos servidores recém-chegados, com fala segregacionista e discriminatória, como se a categoria fosse um peso, uma “despesa” desnecessária ao orçamento do tribunal.

A Fenajud teve acesso ao conteúdo e considera um verdadeiro absurdo a fala infundada direcionada à categoria, quando o juiz diz que “quando vocês entram na Instituição, vocês pesam negativamente no número de gastos, em relação ao número de processos. Não é que chegam para somar, vocês chegam para pesar em gasto”. Tal declaração, que sugere a categoria como vilões, denota uma falta de compreensão sobre o papel fundamental desses servidores efetivos na prestação de serviços essenciais à sociedade. Estes, que se dedicaram anos a fio para aprovação nesses cargos, no concurso público, que movem à justiça e são essenciais para a sociedade, merecem respeito.

O juiz, porém, deixa de mencionar que os servidores não são os responsáveis por consumir a maior parte do orçamento do tribunal. Há registros públicos de pagamentos a magistrados que chama a atenção pelas cifras milionárias. Um feito levantamento sobre as remunerações no Judiciário no Brasil, divulgado na imprensa, aponta que seis das maiores remunerações ultrapassaram a marca de um milhão graças ao pagamento retroativo do auxílio-moradia referente aos anos de 1987 a 1993 no TJ-RO, uma prática realizada há mais de 30 anos. Tais valores foram pagos entre 2016 e 2022.

Para a entidade, a fala do magistrado direcionada aos recém-empossados, demonstra desrespeito à dignidade e ao compromisso firmado por esses indivíduos quando decidiram fazer parte do Poder Judiciário, um dos Poderes mais importantes do país. Insinuações como essa alimentam a desvalorização e desmotivação. Servidores, estes que estão em estágio probatório, passam a acumular o peso negativo instalado no subconsciente de que são desnecessários e lançados à estereótipos e preconceitos infundados.

Por fim, reafirmamos nosso compromisso em defender os direitos e a dignidade de todos os servidores públicos em todas as esferas, em especial dos servidores que atuam na justiça. Cobramos publicamente respeito à todas as servidoras e aos servidores de Rondônia. Pedimos que as autoridades competentes possam alinhar essas arestas e rejeitar qualquer tipo de fala desrespeitosa que vá na contramão do reconhecimento, do respeito, da dedicação, da competência e da ética. Assim, cobramos retratação pública por parte do Juiz Rinaldo, para que aja com responsabilidade e respeito ao dirigir-se à categoria.

Fonte: https://www.serjusmig.org.br/noticia/10879/fenajud-repudia-fala-desrespeitosa-de-magistrado-em-posse-de-servidores-em-rondonia – @ disponível na internet 2/5/2024

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