Câmara tem serviço médico de alto nível para deputados e servidores

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Departamento médico custo cerca de R$ 100 milhões por ano à Casa. Menos de 4% dos municípios gastam mais com saúde do que a Câmara.

Em contraste com o caos das emergências de hospitais públicos do país, o departamento médico da Câmara dos Deputados exibe um padrão de serviço médico de primeiro mundo para deputados e servidores da Casa, com ambulância e até tomógrafo novinhos.

Apesar de os funcionários da Câmara contarem com plano de saúde, a Casa gasta, em média, R$ 100 milhões todos os anos para manter o serviço médico. Para efeito de comparação, menos de 4% dos municípios brasileiros gastam mais com saúde do que a Câmara.

O atendimento médico para parlamentares e servidores fica pertinho dos dois maiores hospitais públicos de Brasília. Distante é a realidade entre a rede pública e o que se encontra no departamento de saúde da casa legislativa.

Tomógrafo, que no Sistema Único de Saúde tem sido luxo, a Câmara tem. A Casa pagou R$ 2,5 milhões pelos equipamentos, que foram instalados no ano passado.

Além disso, os parlamentares têm à disposição uma UTI móvel. A ambulância, novinha, foi comprada por mais de R$ 134 mil. A Câmara alega que o veículo é usado no atendimento de deputados, ex-deputados e servidores – incluindo aposentados e os dependentes.

Levantamento da ONG Contas Abertas aponta várias outras compras para o departamento de saúde da Câmara, entre os quais aparelho para medir gordura e kits de exames diversos.

Atendimento médico

O departamento de saúde da Câmara tem 82 médicos de 17 especialidades e mais emergência.

Embora o corpo médico tenha diversos especialistas, os atendimentos mais comuns são de pressão alta, diarreia, dor de cabeça, infecção de vias aéras superiores – como nariz e laringe – e infecção do sistema gastrointestinal. Essas informações são do próprio departamento médico.

Do início do ano até agora, a Câmara gastou R$ 86 milhões para bancar serviços médicos, odontológicos, exames, aparelhos, equipamentos e ressarcimento de despesas pagas pelos funcionários. Os servidores, que têm direito ao atendimento médico dentro da Câmara e podem solicitar ressarcimento de despesas médicas, têm também plano de saúde.

Em 2015, a casa legislativa gastou mais de R$ 92,5 milhões para sustentar o sistema de atendimento médico de parlamentares, ex-parlamentares, funcionários e dependentes.

“Já gastaram perto dos R$ 100 milhões com esse tipo de atendimento, o que deveria ser o tipo de atendimento para todo tipo de brasileiro, mas, na prática, não funciona assim”, observou o secretário-geral da ONG Contas Abertas, Gil Castelo Branco.

Municípios

Se as despesas anuais da Câmara com o setor de saúde forem comparadas com os gastos dos municípios, é possível constatar que, das 4.792 prefeituras que informaram ao Tesouro Nacional o que foi repassado para sustentar o sistema de saúde, somente 180 cidades gastaram mais.

“Acaba acontecendo o seguinte: aquele cidadão que está sendo mal atendido em seu munícipio, no seu estado, ele acaba pagando para que alguns, uma casta, tenha atendimento de primeiro mundo. É isso que está acontecendo”, ressaltou Castelo Branco.

O que disse a Câmara

A assessoria da Câmara disse à TV Globo que os gastos com o departamento de saúde se justificam na medida em que cerca de 18 mil pessoas circulam diariamente na Casa.

A área médica da Câmara, enfatizou a assessoria, é responsável pelos atendimentos de casos de emergência registrados nas dependências da casa legislativa.

Além disso, a ambulância exclusiva da Casa, de acordo com a assessoria, transporta por mês cerca de 70 pessoas para hospitais da capital federal.

Crédito: BSPF, (Fonte Portal do G1 com informações do Bom Dia Brasil do dia 18/11/2016) – disponível na web 19/11/2016. 

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