Lava Jato III: Delator diz que Garotinho e Rosinha receberam R$ 12 milhões via caixa 2

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O ex-presidente da Construtora Odebrecht Benedicto Júnior afirmou que o ex-governador Anthony Garotinho (PR) e sua mulher, a ex-prefeita de Campos Rosinha Garotinho, receberam R$ 12 milhões em caixa 2 em quatro campanhas eleitorais. Os recursos teriam sido pagos em 2014, quando Garotinho tentou voltar ao governo do estado, em 2008 e 2012, quando Rosinha foi eleita e reeleita prefeita, e em 2010, quando Garotinho se elegeu deputado federal.

Como eles não têm foro privilegiado, o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), enviou os documentos e vídeos para a Justiça Federal do Rio. O Ministério Público Federal (MPF) decidirá se abre ou não inquérito para investigar as acusações.

“Em 2008, o governador (Garotinho) me procurou e me fez um pedido. A gente fez uma doação para a campanha da Rosinha de R$ 1 milhão, via caixa dois. Houve outros pagamentos. Na campanha de 2012, fizemos doação nova de recursos de caixa dois, de forma ilícita, de R$ 2,3 milhões, para a campanha à reeleição da Rosinha. Em 2010, para sua campanha a deputado federal (de Garotinho), fizemos doação de R$ 1,2 milhão, também em caixa dois, vindo do Setor de Operações Estruturadas (departamento de propina). Na última campanha, em 2014, fizemos doação de R$ 7,5 milhões, via caixa dois”, afirmou Benedicto Júnior aos procuradores.

O ex-executivo afirmou que pediu a um subordinado, Leandro Azevedo, também delator, para articular os pagamentos. De acordo com o depoimento, Garotinho indicou algumas pessoas para receber os repasses, mas o delator não citou nomes. Todas as movimentações da Odebrecht para pagamento de caixa dois partiam de um departamento específico, e o dinheiro era entregue em espécie. Os apelidos de Garotinho no sistema Drousys, usado para organizar os pagamentos, eram “Bolinha”, “Rolinho” e “Pescador”.

Benedicto Júnior afirmou que a empresa não conquistou obras de forma irregular em função das doações. A construtora executou um empreendimento de casas populares em Campos, mas, segundo o delator, não houve fraude na licitação.

Rosinha e Garotinho afirmam que nunca receberam doações ilegais nas campanhas. Eles dizem ainda que, se o caso se tornar um inquérito, vão provar que o delator está “mentindo”.

Crédito: O Globo– disponível na internet 17/04/2017

 

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