A greve dos Correios entra no sétimo dia, e, no governo, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Gilberto Kassab (das Comunicações), ambos do PSD, estão trabalhando pesado para a privatização da estatal, que, na visão deles, se transformou em um sorvedouro de dinheiro público.
Comandada pelo PSD, a empresa só dá prejuízo. O buraco já passa de R$ 5 bilhões e não há perspectiva de reverter as perdas, pois os Correios não se prepararam para a modernidade. Mas foi o aparelhamento político o pior mal imposto à estatal. A derrocada de uma empresa que sempre foi orgulho do país começou no governo PT.
Quem está pagando a conta dos desmandos são os funcionários, que viram os recursos que garantiriam o complemento de suas aposentadorias serem surrupiados. O Postalis, fundo de pensão dos carteiros, está em situação pré-falimentar. Para evitar a quebra, os empregados dos Correios estão sendo obrigados a pagar uma taxa extra à fundação.
Sem um plano estratégico de recuperação, a empresa tenta sobreviver cortando benefícios dos funcionários. Mudou o sistema de férias, demitiu terceirizados e fez uma série de demissões voluntárias. Muitos trabalhadores, inclusive, acusam a estatal de estar forçando à adesão ao PDV. Também será reduzida a parcela de contribuição da empresa ao plano de saúde dos trabalhadores, o Postal Saúde, totalmente deficitário.
Reivindicações
A paralisação dos Correios atinge 23 estados e o Distrito Federal. Segundo os sindicatos que representam os trabalhadores, a proposta de aumento salarial de 3% somente a partir de janeiro de 2018 é inaceitável. Eles querem que o aumento seja retroativo a 1º de agosto deste ano, data base da categoria. Várias assembleias estão marcada para esta terça-feira, 26, e a orientação é pela ampliação da greve.
Segundo os sindicatos, a adesão à greve está aumentando a cada dia. E o serviço mais prejudicado é o de distribuição. Os Correios alegam, porém, que tudo está funcionando normalmente e a paralisação atinge menos de 10% do quadro de pessoal. Por determinação de liminar concedida pelo vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Emmanoel Pereira, no mínimo, 80% dos empregados dos Correios devem continuar trabalhando em cada setor, sob pena de multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.
Crédito: Blog do Vicente/Correio Braziliense – disponível na internet 27/09/2017