“O BIM é um novo paradigma para a indústria da construção, que pode revolucionar os índices de produtividade, reduzir custos e aumentar a participação do setor no PIB”, explica o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge. “Ainda é baixa a adoção dessa ferramenta. Por isso, vamos estimular o uso do BIM nas compras públicas, dando maior transparência às licitações e a execução de obras federais”, afirma.
A adoção do BIM permite o levantamento de quantidades, a estimativa de custos e a realização de análises diversas (energética, acústica, estrutural etc.) antes da efetiva execução da obra. Com isso, é possível prevenir problemas, refazer o planejamento e suas especificações técnicas.
Do mesmo modo, a modelagem possibilita otimizar o orçamento e harmonizar diferentes fases de uma mesma obra, tais como estrutura, instalações hidráulicas e elétricas. A metodologia permite ainda a melhor quantificação de materiais. Dessa forma, o BIM reduz erros e riscos, induz o cumprimento de prazos e oferece maior confiabilidade aos projetos, com controle preciso das obras, maior produtividade e economia de recursos.
Estratégia Nacional
Dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) apontam que o percentual de empresas do setor da construção civil que utiliza o BIM em suas rotinas de trabalho ainda é pequeno. No total, há cerca de 215 mil empresas que atual nesse segmento da economia, em todo território brasileiro.
Com a estratégia, o governo federal pretende que, até 2028, os custos da construção sejam reduzidos em 9,7%, a produtividade cresça 10% e, pelo menos, 50% das empresas do setor adotem o BIM como ferramenta de trabalho. Outro ganho esperado é um acréscimo de aproximadamente 30% no PIB setorial.
“A modelagem BIM é uma forma de construção inteligente que traz diversos benefícios para o setor e para a sociedade, como redução de custos, ganho de produtividade, privilegia a transparência e a sustentabilidade”, afirma o presidente da ABDI, Guto Ferreira.
Nos próximos meses, será lançada a Plataforma BIM, com acesso para conteúdos e componentes de modelagem que contêm informações para projetos de arquitetura, engenharia e construção. A plataforma, construída por meio de uma parceria entre o MDIC e a ABDI, se constituirá em repositório da Biblioteca Nacional BIM (BNBIM). “Além de hospedar a Biblioteca Nacional BIM, a plataforma será uma importante ferramenta de comunicação entre os atores do setor, com troca de informações, disseminação de padrões técnicos e melhores práticas”, diz o presidente da ABDI.
“Acredito que podemos e devemos induzir a inovação do setor, com iniciativas que partem do próprio governo. O poder público, como grande demandante de obras, pode assumir o papel de estimular o mercado brasileiro”, defende Marcos Jorge.
Para isso, o MDIC lidera desde junho de 2017 o Comitê Estratégico de Implementação do BIM com a proposta de alinhar as ações e iniciativas do setor público e do privado e impulsionar a adoção da modelagem no país.
Entre as medidas previstas estão a difusão do conceito, estruturação do setor público para adoção do BIM, e criação de novos requisitos para compras governamentais. Inclui, ainda, a capacitação de profissionais e a elaboração e atualização de guias para edificações.
Obras públicas
O governo federal vai estimular a adoção de BIM por meio de programas pilotos envolvendo contratações dos ministérios da Defesa e dos Transportes.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC 17/05/2018