Na última campanha salarial, em 2016, o reajuste acordado com o governo foi de 10,8% em dois anos, percentual inferior ao recebido pelas carreiras de Estado, em média de 27,9%. Como será a negociação a partir de agora com o Executivo?
A campanha salarial já começou. Em março, protocolamos a pauta de reivindicações no Ministério do Planejamento, que até agora não abriu de verdade a mesa de negociações. Nossa proposta vai além dos 16% da diferença com as demais carreiras. Queremos repor as perdas inflacionárias desde 2010, porque, de lá para cá, nossos ganhos mensais sofreram uma queda de mais de 25%. Será esse nosso ponto de partida.
Diante da necessidade de ajuste fiscal e com a edição da Emenda Constitucional nº 95, que estabeleceu o teto dos gastos públicos, qual é a sua expectativa de sucesso nessa empreitada?
Relatórios e dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) comprovam o quanto a categoria vem sendo prejudicada com o descaso do governo. Por lei, anualmente, o servidor tem direito à correção da inflação. Há anos essa determinação não é cumprida. Temos a esperança de que, pelo menos, o próximo governo cumpra com a sua responsabilidade.
Apesar do percentual de 10,8%, a carreira ganhou mais de 50% com a incorporação das gratificações ao vencimento básico. Qual foi o impacto dessa medida?
Foi apenas a correção de uma injustiça. Durante anos, o servidor da base da administração pagava alíquota de 11% à Previdência sobre o total dos ganhos mensais, mas, quando se aposentava, recebia apenas metade daquele valor. A última parcela dessa incorporação vai ocorrer em 2019 e atender a 347 mil aposentados e a 120 mil pessoas em condições de se aposentar, que contam com o dinheiro. De acordo com o Planejamento, nesses três anos (2017, 2018 e 2019), o impacto financeiro é de R$ 3 bilhões.
Crédito: Vera Batista/Correio Braziliense – disponível na internet 14/07/2018