O comunicado não identifica as páginas ou usuáriosenvolvidos, e um representante do Facebook se negou a identificá-los. Fontes disseram à Reuters, entretanto, que a rede era administrada por membros importantes do MBL.
O MBL disse, posteriormente, em comunicado compartilhado no Twitter, que diversos de seus coordenadores haviam sido afetados, confirmando a reportagem da Reuters.
O grupo ganhou destaque ao liderar protestos em 2016 pelo impeachment da então presidente Dilma Roussefff com um estilo agressivo de política online que ajudou a polarizar o debate no Brasil.
O comunicado do MBL criticou o Facebook por desativar as contas de diversos coordenadores do grupo sem fornecer explicação, afirmando que alguns dos perfis retirados do ar possuíam nomes e informações verdadeiras dos membros.
“Mas, como ao contrário do Facebook, liberdade de expressão e democracia são pilares do MBL, iremos utilizar todos os recursos midiáticos, legais e políticos que a democracia nos oferece para recuperar as páginas derrubadas e reverter a perseguição sofrida”, disse o grupo.
O Ministério Público Federal em Goiás pediu explicações ao Facebook sobre a remoção de páginas e perfis de sua rede social, e deu prazo de 48 horas para que “envie a relação de todas as páginas e perfis removidos e a justificativa fática específica para a exclusão”, de acordo com comunicado do MPF.
O Facebook se negou a comentar o pedido do MPF e as críticas do MBL.
As páginas desativadas, que juntas tinham mais de meiomilhão de seguidores, variavam de notícias sensacionalistas atemas políticos, com uma abordagem claramente conservadora, comnomes como Jornalivre e O Diário Nacional.
Ao deturpar o controle compartilhado das páginas, os membros do MBL eram capazes de divulgar suas mensagens coordenadas como se as notícias viessem de diferentes veículos de comunicação independentes, de acordo com as fontes.
O Facebook disse que retirou a rede do ar no Brasil após uma “rigorosa investigação” porque os perfis envolvidos eram falsos ou enganadores, violando sua política de autenticidade.
A rede social tem um conjunto separado de ferramentas para combater a disseminação de notícias falsas com a ajuda de empresas externas de checagem de fatos.
O Facebook tem enfrentado pressão para combater as contasfalsas e outros tipos de perfis enganosos em sua rede. No ano passado, a empresa reconheceu que sua plataformahavia sido usada para o que chamou de “operações de informação”que usaram perfis falsos e outros métodos para influenciar aopinião pública durante a eleição norte-americana de 2016, eprometeu combater as fake news. Agências de inteligência dos Estados Unidos afirmam que ogoverno russo realizou uma campanha online para influenciar aseleições no país, e casos de grupos políticos que usam a redesocial para enganar as pessoas têm surgido pelo mundo desdeentão. Não há indicação de envolvimento estrangeiro na rede do MBLtirada do ar nesta quarta-feira, de acordo com as fontes. (Reportagem adicional de Laís Martins)
Crédito: Brad Haynes/Reuters Brasil – disponível na internet 26/07/2018