11/11/1918 – Dia do Armistício: Líderes mundiais lembram em Paris fim da Primeira Guerra

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Cerca de 70 chefes de Estado e de governo participam no Arco do Triunfo de cerimônia de comemoração do centenário do armistício. Presidente Macron critica nacionalismo e alerta para “novos demônios” que ameaçam a paz.

Cerca de 70 chefes de Estado e de governo participaram neste domingo (11/11) da cerimônia do centenário do armistício da Primeira Guerra Mundial, realizada no Arco do Triunfo, em Paris.

O presidente da França, Emmanuel Macron, foi o mestre de cerimônias em um ato que começou pouco depois das 11h (hora local) e do qual também tomaram parte 15 dirigentes de organizações internacionais.

A maioria dos líderes percorreu a pé, debaixo de chuva, alguns metros na avenida Champs Élysées para chegar ao Arco do Triunfo, onde está o Túmulo do Soldado Desconhecido, símbolo do sacrifício dos milhões que morreram de 1914 a 1818.

    
Melania Trump, Donald Trump, Angela Merkel e Emmanuel Macron, com sua mulher, Brigitte
Melania Trump, Donald Trump, Angela Merkel e Emmanuel Macron, com sua mulher, Brigitte

Antes, alguns líderes haviam sido recebidos por Macron no Palácio do Eliseu. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, deixou o palácio em direção ao Arco do Triunfo juntamente com Macron e a esposa dele, Brigitte.

Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin – que aterrissou em Paris com atraso nesta manhã –, foram diretamente para o local da cerimônia.

Antes do início dos festejos, militantes do coletivo Femen protagonizaram um incidente quando pelo menos uma integrante do movimento, de topless, pulou o cordão de segurança, avançando para o meio da rua, na tentativa de impedir a passagem da comitiva de Trump pela Champs Élysées. As forças de segurança conseguiram rendê-la, junto com duas outras militantes.

Cerca de 10 mil policiais foram mobilizados para garantir a segurança em Paris durante a comemoração.

“Demônios antigos”

Em seu discurso, o presidente Macron criticou sentimentos de nacionalismo e alertou para os “demônios antigos” que ameaçam a paz. “Os demônios antigos estão surgindo novamente, prontos a completar suas tarefas de caos e de morte”, disse Macron diante das dezenas de líderes mundiais reunidos no Arco do Triunfo.

“Patriotismo é o oposto exato do nacionalismo. Nacionalismo é uma traição do patriotismo. Ao dizer ‘nossos interesses em primeiro lugar, não importa o que aconteça aos outros’, você apaga a coisa mais preciosa que uma nação pode ter, que a faz viva, que a faz ser grande e aquilo que é mais importante: seus valores morais”.

Trump, que ostensivamente era o principal alvo da mensagem de Macron, ouvia o discurso sentado, com expressão impassível. O presidente americano se declarou um “nacionalista orgulhoso”.

“A história às vezes ameaça retornar ao seu trágico curso e comprometer a herança da paz que pensávamos ter sido selada com o sangue de nossos ancestrais”, afirmou o presidente francês, em outra parte de seu discurso. “Vamos mais uma vez fazer este juramento de nações, para colocar a paz acima de tudo, porque sabemos o seu preço, sabemos o seu peso, sabemos o que ela demanda”, apelou.

Presidente da França, Emmanuel Macron, durante discurso no Arco do Triunfo
Presidente da França, Emmanuel Macron, durante discurso no Arco do Triunfo

“Todos nós, líderes políticos, devemos, neste 11 de novembro de 2018, reafirmar perante nossos povos nossa real e imensa responsabilidade: de passar para os nossos filhos o mundo com o qual as gerações anteriores sonharam”, disse. “Juntos, podemos banir os espectros da mudança climática, pobreza, fome, doença, todas as desigualdades e toda ignorância.”

A cerimônia teve também a participação de estudantes, que levaram passagens de cartas escritas por soldados em oito línguas, assim como performances musicais, incluindo apresentações do violoncelista americano de origem chinesa e nascido na França Yo-Yo Ma e da cantora beninense Angélique Kidjo.

Neste sábado, Macron e Merkel participaram de uma cerimônia em Compiègne, ao norte de Paris, no mesmo lugar onde, cem anos atrás, a Alemanha e as potências aliadas assinaram o armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial.

Os dois líderes inauguraram placas comemorativas, escritas em francês e alemão, destacando a importância da amizade entre a Alemanha e a França para a paz na Europa.

Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 12/11/2018

Primeira Guerra Mundial

 

Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra ou Guerra das Guerras até o início da Segunda Guerra Mundial) foi uma guerra global centrada na Europa, que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que se organizaram em duas alianças opostas: os aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Rússia) e os Impérios Centrais, a Alemanha e a Áustria-Hungria. Originalmente a Tríplice Aliança era formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e a Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não entrou na guerra pela Tríplice Aliança. Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se com mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de setenta milhões de militares, incluindo sessenta milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de nove milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.

 

Entre as causas da guerra incluem-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato da Áustria-Hungria contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, com o que, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.

Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia, seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã até Paris ter levado a um impasse, a Frente Ocidental se transformou em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polônia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Romênia em 1916. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados.

Os eventos nos conflitos locais eram tão tumultuosos quanto nas grandes frentes de batalha, tentando os participantes mobilizar a sua mão de obra e recursos econômicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi redesenhado em vários novos países menores. A Liga das Nações, organização precursora das Nações Unidas, foi formada na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Esses esforços falharam, exacerbando o nacionalismo nos vários países, a depressão econômica, as repercussões da derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes, que foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 12/11/2018

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