O futuro secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, defendeu que a economia brasileira precisa ter menos imposto sobre produção e emprego para o país ser mais competitivo. De acordo com ele, o governo de transição traçou estimativas de crescimento e, se concretizarem as iniciativas de políticas liberais, o Brasil poderá ter um crescimento anual de 5% em cinco anos. As declarações foram dadas na manhã desta segunda-feira (17/12) em mais um Correio Debate, com o tema “A importância da indústria para o desenvolvimento do Brasil“.
Carlos da Costa apontou que o Brasil perdeu poder de produtividade nos últimos anos. Em 1980, a capacidade produtiva do país era de 40% da economia dos Estados Unidos (EUA). Atualmente, é de 23%. Segundo o futuro secretário, há uma “falência” do atual modelo de estímulos e o próximo governo terá o papel de tirar o país do atraso.
O secretário destacou que é preciso um ambiente adequado para realizar negócios. “Não raro, essas relações que estão por trás de uma cadeia valor dependente de segurança jurídica, de um sistema tributário que não acumule impostos, informações adequadas e liberdade para produzir”, apontou. “A indústria, por exemplo, tem participação de 21,5% do PIB e 31% de carga tributária. É algo que precisa ser revisto. Precisamos de menos impostos sobre produção e emprego, porque o Brasil precisa ser competitivo. O governo atual, de Michel Temer, tem feito um trabalho de limpar o caminho para que nós construamos o caminho que nós chamamos de caminho da prosperidade”, completou.
Para ele, com a resolução de problemas que geram estabilidade, o crescimento será guiado por aumento da produtividade. “Nós temos condições de crescer 5% ao ano”, disse Carlos da Costa. “Estimativas nossas que mostram que é viável. Não é um número estratosféricos. Se conseguirmos passar de 23% para 30% (da produtividade), em cinco anos nós vamos crescer isso. Nós temos um país que, se nós fizermos um bom trabalho, nós podemos gerar mais empregos, ser mais produtivo e competitivo, para nós, mas principalmente para as próximas gerações que virão”, acrescentou.
Produtividade
O futuro secretário também ressaltou que por conta da falta de competitividade, o país adotou uma série de medidas compensatórias, como subsídios para setores. De acordo com Carlos da Costa, a missão é reverter o quadro para concretizar um crescimento com base na produtividade e competitividade. “ Nós precisamos de um governo menor e mais eficiente que resolva os problemas fiscais, que é a condição mais urgente. Sem ela, nós não conseguimos avançar”, apontou.
Da Costa citou ainda que, atualmente, há 51 órgãos lidando com produtividade no país. “Parece até piada”, criticou. “Em si, isso é falta de produtividade”, completou. A Secretaria de Produtividade e Competitividade centralizará a área e divulgará novos indicadores para avaliar a evolução nos próximos quatro anos.
“Vamos atacar o que torna o fazer negócio difícil no Brasil. Para que nós consigamos priorizar, nós vamos ter um constante diálogo com o setor produtivo. Nós temos uma agenda liberal. A agenda liberal começa com humildade. O preceito fundamental do liberalismo é a ação humana livre e descentralizada. Nós não sabemos com detalhe aquilo que os empresários vivem no dia a dia. Sem esse diálogo nós nos tornamos arrogante”, disse o futuro secretário.
A indicação de Carlos da Costa para o cargo foi antecipada pelo Blog do Vicente na segunda metade de novembro. O futuro secretário ficará responsável em comandar as áreas de indústria, comércio e serviços.