‘Vamos reprivatizar a Vale’, diz Salim Mattar, secretário de Desestatização

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O secretário e Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou nesta quarta-feira (13/2) que o governo precisa reprivatizar a Vale. A mineradora pertence aos fundos de pensão, explicou. “Efetivamente, a empresa foi privatizada de uma forma, que não é como as outras companhias de mercado. Isso leva a uma reflexão: talvez a gente tenha que melhorar o aspecto de desestatização, reduzindo um pouco a presença desses fundos nas empresas, de forma que possam ser mais privada e sem interferência do governo”, disse, ao deixar o Seminário de Abertura do Ano 2019. 
 
Conforme Mattar, a Vale é uma “fantástica” companhia, segunda maior mineradora do mundo. “Estava prestes a se transformar na número um, geradora de riqueza e empregos, listada no Brasil e em Nova York. Uma companhia espetacular, mas aconteceu um desastre que trouxe à tona muitas coisas”, afirmou.
 
Uma dessas coisas, continuou o secretário, foi uma reportagem do Uol que levantou a questão da Vale não ser privatizada por conta da participação dos fundos de pensão e da BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
 
“A sociedade e o governo precisam fazer uma reflexão se nós queremos que os fundos de pensão continuem tendo participação dos fundos. A BNDESPar tem ações da Vale. Não há um horizonte para a venda dos papéis, porque estão no pior momento. A empresa perdeu muito valor. Não faz sentido vender neste momento”, detalhou Mattar. 
 

Hora de segurar as ações 

Segundo ele, agora é hora de segurar as ações. “Vamos aguardar um, dois, três anos. Não sei quando será o momento. Mas o BNDES tem que ter carteira de R$ 100 bilhões? Ou esse dinheiro poderia reduzir a dívida ou o deficit, ou ainda para escolas, saúde segurança?”, indagou.
 
Mattar comentou que os governos anteriores eram tão estatistas que não bastava as empresas serem só da União, mas bancos públicos também compravam ações. “Este governo veio para desestatizar. Então é natural que, num período de tempo, essas ações sejam vendidas. Temos que descobrir o timing correto para desfazer essa carteira e aplicar o dinheiro em educação saúde e dinheiro”, completou.
 
Crédito: Simone Kafruni/Correio Braziliense – disponível na internet 14/02/2019
Mattar (ao centro): ‘A Vale não foi privatizada, porque fundos de pensão ainda detêm o controle da empresa’
(foto: Simone Kafruni/CB/D.A Press)
 

Vale precisa ser reprivatizada, diz secretário de desestatização

O secretário especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, Salim Mattar, disse que o modelo de privatização da Vale tem equívocos e precisar ser refeito.

“Nós estamos aqui para reprivatizar a Vale”, disse, durante palestra em seminário promovido pela revista “Voto”, em Brasília.

Para ele, a mineradora não foi privatizada de fato, uma vez que é controlada por fundos de pensão ligados a empresas estatais.

Ele defendeu que haja uma reflexão sobre esse aspecto.

Por outro lado, o secretário criticou a forma como a Samarco e a Vale foram “demonizadas” após as tragédias registradas em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Mattar disse ter ficado horrorizado com a forma como a Samarco foi “destruída”.

“Não se gosta de empresas, de capital, de lucro, esquecem que quem gera riqueza e lucro é a empresa.

Então, demonizaram a Samarco”, afirmou. Mattar disse que na época do desastre em Mariana foi o único a defender a companhia e, da mesma forma, disse ser a primeira voz neste governo a defender a Vale.

 “A Vale é uma companhia espetacular, geradora de riqueza e empregos”, disse citando que a empresa perdeu bilhões de reais em valor de capital após o rompimento da barragem em Brumadinho.

De acordo com o secretário, o atual governo sabe que a geração de empregos é fundamental e vem da iniciativa privada. “Deveríamos emocionalmente separar aquilo que é da empresa, a indenização material de vida, de reconstrução do meio ambiente, do CPF dos responsáveis daquilo que aconteceu”, afirmou.

 “A Vale é uma fantástica companhia, segunda maior mineradora do mundo, estava prestes a se transformar na número um.

Listada na bolsa no Brasil e em Nova York. Aconteceu um desastre e aí veio à tona muita coisa”, disse.

Mattar considera natural que, num período de tempo, de cerca de três anos, as ações da companhia sejam vendidas pelos fundos. Porém, ele afirmou que a venda das ações da companhia pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, não acontecerá agora e pode demorar um, dois ou três anos.

 “Não há horizonte para vendas de ações da Vale. É preciso descobrir o melhor timing para a venda”, disse. O secretário disse que essa orientação sobre os fundos e a venda de ações se aplica apenas à Vale, não a outras estatais.

Críticas a Lewandowski

Mattar afirmou também que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski está retendo a privatização das subsidiárias da Petrobras. O ministro é relator de diversas ações sobre concessões à iniciativa privada. Em junho, decisão liminar (provisória) de Lewandowski proibiu o governo de privatizar estatais sem o aval do Congresso. Mattar voltou a afirmar que a Petrobras, Caixa Econômica e Banco do Brasil não serão privatizadas, e sim remodeladas. Citou ainda a meta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de vender US$ 20 bilhões em estatais neste ano.

Crédito: Ana Krüger e Carla Araújo/ Valor Econômico – disponível na internet 14/02/2019

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