Anac determina suspensão de voos com o modelo 737 MAX 8. Os Estados Unidos tambem suspendem os voos do mesmo modelo.

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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proibiu nesta quarta-feira (13) o uso das aeronaves 737 MAX 8, da Boeing. Nos últimos dias, vários países suspenderam a utilização do modelo.

No Brasil, apenas a Gol voava com o modelo. A companhia suspendeu o uso das aeronaves na segunda-feira por “liberalidade”. A empresa matinha sete aeronaves 737 MAX 8 que operavam em rotas para os Estados Unidos, América do Sul e Caribe.

“Após a ocorrência de dois acidentes fatais com a aeronave Boeing 737-8 e devido a similaridade dos dois acidentes, decidiu-se como medida preventiva que todas as operações comerciais utilizando a aeronave Boeing 737-8 com marcas brasileiras devem ser paralisadas até que as medidas de segurança apropriadas sejam tomadas”, informou a Anac.

No domingo (10), a queda de um avião da Ethiopian Airlines deixou 157 mortos e foi o segundo acidente em 5 meses envolvendo um 737 MAX 8, que é a versão mais recente do avião comercial mais vendido no mundo. No fim de outubro de 2018, 189 pessoas morreram em um voo da indonésia Lion Air.

Boeing pediu suspensão

Nesta quarta-feira, a Autoridade Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) também suspendeu todos os voos com o Boeing 737 MAX nos Estados Unidos. A medida vale tanto para o modelo 8 quanto para o 9 – ambos produzidos pela fabricante norte-americana.

A Boeing solicitou que a agência recomendasse ao mundo inteiro a interrupção dos voos com o 737 MAX – e não apenas aos EUA. A decisão da Anac cita a determinação da FAA.

A própria Boeing escreveu que os modelos não devem voar enquanto durarem as investigações, medida que considera “zelo em excesso para assegurar a segurança da aeronave ao público”. “A Boeing continua a ter total confiança na segurança do 737 MAX”, diz o comunicado.

Reação do mercado

As ações da Boeing subiram 0,5% nesta quarta-feira. Durante a tarde, os papéis da companhia chegaram a cair 3%, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a suspensão.

Nos dois primeiros pregões da semana, as ações da Boeing acumularam queda de 11%.

Crédito: Portal do G1 – disponível na internet 14/03/2019

Estados Unidos suspendem voos com o Boeing 737 Max

As autoridades americanas decidiram suspender, a partir desta quarta-feira, os voos com o Boeing 737 Max como medida preventiva de segurança, após o acidente fatal com o avião da Ethiopian Airlines ocorrido no último domingo, disse o presidente Donald Trump. 

— A segurança dos americanos e de todas as pessoas é nossa principal preocupação — disse o presidente americano nesta quarta-feira na Casa Branca. — Felizmente, eles (a Boeing) vão rapidamente trazer uma resposta, mas até que isso aconteça, esses aviões não irão decolar.

Os Estados Unidos consideram que levará meses até que seja corrigida uma falha de software nos modelos 737 Max da Boeing, disse a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), órgão regulador do setor no país.

A Boeing vinha trabalhando na correção do software desde o acidente com o 737 Max da Lion Air, da Indonésia, que caiu em outubro do ano passado, deixando 198 mortos. A FAA já havia determinado que o problema fosse resolvido. A fabricante afirmara que acertaria o problema até o fim de abril. 

A decisão é um forte golpe para a Boeing, que que perdeu bilhões de dólares em valor de mercado esta semana, após mais de 50 países e uma dezena de companhias aéreas suspenderem operações com a aeronave, que é a mais vendida da fabricante americana, e registra dois acidentes fatais em seis meses. 

A Boeing está comprando a divisão de jatos comerciais da Embraer . E vai pagar US$ 4,2 bilhões pela participação de 80% no que será uma nova empresa formada em parceria com a fabricante brasileira. O valor representa acréscimo de 10% em relação à cifra que havia sido acertada em julho do ano passado, quando as duas empresas anunciaram o negócio.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, a Boeing informa que recomendou à FAA a suspensão temporária das operações dos 371 aviões 737 Max em todo o mundo, frisando que apoia a medida da autoridade do setor e que se compromete em trabalhar para garantir a segurança dos aviões, esclarecer as causas dos acidentes e evitar que isso volte a ocorrer.

“Estamos apoiando essa medida de forma proativa e de extrema cautela. Segurança é um valor centraol para a Boeing desde que começamos a construir aviões e sempre será. Não existe prioridade maior para a nossa companhia e nossa indústria. Estamos fazendo tudo o que podemos para esclarecer a causa dos acidentes em parceria com os investigadores, promover o aprimoramento da segurança e ajudar a garantir que isso não volte a acontecer”, disse Dennis Muilenburg, presidente da Boeing, no comunicado.

A decisão da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) era esperada após o Canadá ter anunciado mais cedo nesta quarta-feira que suspendeu os voos com a aeronave da Boeing .

O presidente interino da FAA, Dan Elwell, disse numa entrevista coletiva por telefone que as caixas-pretas do avião da Ethiopian Airlines que caiu no domingo serão enviadas à França ainda nesta quarta-feira. Elwell também acrescentou que não sabe quanto tempo a suspensão dos voos do 737 Max nos EUA vai durar.

Um tombo para a Boeing

Nesta quarta-feira, os papeis da Boeing chegaram a registrar queda de 3,22%, mas depois apresentaram recuperação, encerrando o dia com alta de 0,46%, cotados a US$ 377,14. Em apenas dois dias, segunda e terça-feira, as ações da companhia registraram um tombo de 11,15%, resultando em uma perda de valor de mercado equivalente a US$ 26,6 bilhões ou R$ 115,3 bilhões. Para se ter uma ideia, é três vezes o valor da brasileira JBS.

As principais companhias nos EUA usando o Boeing 737 Max em suas frotas são a American Airlines e a Southwest.

O família Max é atualmente o jato mais vendido da Boeing, respondendo por quase um terço do lucro operacional da companhia. A última grande interrupção de operações de um modelo de aeronave da fabricante americana ocorreu em janeiro de 2013, quando a FAA ordenou interromper os voos do Boeing 787 depois que baterias de íons de lítio do avião superaqueceram.

A crescente preocupação com a segurança do modelo Boeing 737 Max está levando empresas aéreas a reconsiderarem planos de compras que totalizam cerca de US$ 57 bilhões.

A VietJet Aviation, do Vietnã, que em fevereiro tinha dobrado para 200 unidades sua encomenda da aeronave no valor de quase US$ 25 bilhões, anunciou que tomará uma decisão sobre seus planos futuros depois que a causa da tragédia for encontrada.

A Kenya Airways está reavaliando propostas de adquisição do Max e poderia optar pelo concorrente A320, da Airbus. Um pedido de US$ 5,9 bilhões da saudita Flyadeal pela aeronave também estaria sob risco.

A Lion Air, da Indonésia, por sua vez, tomou medidas mais concretas para cancelar uma encomenda de US$ 22 bilhões dos jatos 737 em prol do modelo da Airbus, segundo uma pessoa a par do plano.

Passageiros brasileiros

Não há voos operados entre o Brasil e os EUA utilizando o avião agora fora de operação. A única companhia brasileira que tem o 737 Max-8 em sua frota é a Gol, mas que suspendeu o uso do avião preventivamente desde a segunda-feira, dia seguinte ao acidente com o equipamento da Ethiopian Airlines, que deixou 157 mortos. As linhas da Gol entre Brasília e Miami e Orlando, além da linha Fortaleza-Miami, passam a ser operadas com o Boeing NG a partir desta quinta-feira, informou a Gol.

Brasileiros que embarcam em viagens para os EUA com conexões domésticas no país pela Latam, porém, podem ter conexões que seriam feitas com o Boeing 737 Max-8, operadas pela parceira American Airlines.A companhia americana informou que conta com 24 aeronaves do modelo Max em sua frota. “Nossas equipes farão o possível para remarcar as passagens dos clientes afetados o mais rápido possível e lamentamos por qualquer inconveniente”, diz o comunicado divulgado nesta quarta-feira.

A Latam ainda não informou como irá reacomodar seus passageiros.

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