O gênio universal da Toscana morreu há 500 anos. Artista e cientista, apesar da origem humilde ele se tornou um dos homens mais conhecidos do Renascimento.
Em 2019, mais precisamente nesta quinta-feira (02/05), o mundo lembra os 500 anos da morte daquele que foi, talvez, o maior artista do Renascimento: Leonardo da Vinci.
Para lembrar a data, numerosas exposições focam a obra e a vida do artista e cientista. Em Paris, o Louvre mostrará uma retrospectiva no fim do ano. De 24 de maio a 13 de outubro, 200 desenhos estarão expostos no Palácio de Buckingham, em Londres.
Para Leonardo da Vinci, arte e ciência eram inseparáveis. Na verdade, tudo era indissociável para ele: extremamente curioso, queria compreender o mundo e fazer suas descobertas científicas fluírem para sua produção artística.
Ainda criança, sentava-se à porta de casa com um livrinho de esboços, observava as nuvens, desenhava e anotava o que via. Quando adulto, dissecava secretamente cadáveres para expandir seus conhecimentos de estrutura corporal, musculatura, articulações e proporções físicas.
Leonardo nasceu em 15 de abril de 1452 em Anchiano, um distrito do município de Vinci, na Toscana. Seus pais, um tabelião e uma empregada doméstica de 16 anos, não eram casados. Ele cresceu com o avô e gostava de desenhar. Por fim, conseguiu uma vaga de aprendiz na oficina do renomado escultor Andrea del Verrocchio, que trabalhava para os Médici, família de comerciantes e banqueiros que dominou Florença por séculos com seu dinheiro e poder.
Da Vinci adentrou círculos sociais mais elevados e tornou-se membro da associação de artistas florentinos Guilda de São Lucas. Seus meticulosos retratos e imagens de Nossa Senhora logo se destacaram. Ele guardou algumas de suas pinturas consigo, no ateliê, por décadas, retrabalhando-as reiteradamente. Uma dessas obras é a mundialmente famosa Mona Lisa, que hoje pode ser visto no Louvre em Paris.
Quer sonhadoras, quer autoconfiantes e esclarecidas, as mulheres o atraíam – mas apenas na tela: na vida privada ele se interessava por homens. Em seus retratos femininos também contrariava as convenções da época: em vez de pintá-las de perfil, como era o costume, elas encaram o espectador.
Mas seria injusto reduzir Da Vinci apenas à arte de pintar. Por um lado, ele não realizou tantos quadros, pouco mais de uma dezena de pinturas lhe são atribuídas com certeza. Por outro, ele deixou numerosos estudos e esboços de anatomia, com explicações em escrita reversa, assim como plantas construtivas sem qualquer pretensão artística, incluindo desenhos de tanques, equipamentos de voo ou mergulho. Desenhou pontes e projetou uma cidade inteira, porém a maioria de suas ideias jamais foi realizada.
Florença, Milão e Roma, as capitais do Renascimento, foram seus locais de atuação. Lá Leonardo da Vinci encontrou clientes, famílias ricas e até mesmo o papa. Em 1516 foi convidado para morar com o rei francês Francisco 1º, mecenas que lhe proporcionou toda a liberdade para se dedicar a seus projetos.
Uma de suas tarefas era organizar as stravaganze reais, festas esplêndidas e inebriantes. Em 2 de maio de 1519, o gênio universal da província toscana morreu no castelo Château Clos Lucé; segundo a lenda, nos braços do monarca francês.
Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 02/05/2019