Segundo informou uma fonte à Reuters, Santos Cruz não pediu demissão do cargo. A saída do general do ministério do presidente Jair Bolsonaro acontece pouco mais de um mês depois de Santos Cruz ser alvo de críticas do escritor Olavo de Carvalho, ideólogo dos seguidores de Bolsonaro, assim como de filhos do presidente.
A fonte disse ainda que a saída do general do cargo se deu devido a uma série de disputas envolvendo a área de comunicação do governo, o que estava atrapalhando o planejamento do setor.
Em nota divulgada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro disse que a amizade com Santos Cruz continua.
“O presidente da República deixa claro que essa ação não afeta a amizade, a admiração e o respeito mútuo, e agradece o trabalho executado pelo general Santos Cruz à frente da Secretaria de Governo.”
Santos Cruz, por sua vez, expressou, em carta à imprensa, agradecimento e admiração a servidores da secretaria, a parlamentares e outras autoridades. E finalizou: “Ao presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.”
Sobre Santos Cruz, o escritor Olavo de Carvalho chegou a afirmar que “fofoca e difama pelas costas” e recebeu resposta do general, que classificou o escritor de “um desocupado esquizofrênico”.
O general também foi criticado por filhos do presidente —o vereador no Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Sob a Secretaria de Governo, comandada por Santos Cruz, está a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência, e Carlos fez críticas públicas à comunicação do governo.
Após o momento mais agudo da crise, no início de maio, quando Santos Cruz e Bolsonaro estiveram reunidos por mais de uma e hora e meia num domingo, o presidente chegou a manifestar confiança no general.
Santos Cruz é a terceira baixa no primeiro escalão no governo Bolsonaro em menos de seis meses. Antes dele deixaram os cargos de ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, que presidiu o PSL, partido de Bolsonaro, durante a campanha eleitoral, e o ministro da Educação Ricardo Vélez.
Crédito: Lisandra Paraguassu com reportagem adicional de Ricardo Brito, em Brasília, e de Eduardo Simões, em São Paulo/Reuters Brasil – disponível na internet 14/06/2019