Bolsonaro diz que “implodiu” Inmetro, mas tudo continua como está. Só presidente caiu
Para se ter uma ideia de que nada ainda mudou no Inmetro, o novo presidente, coronel do Exército Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior, nomeado no dia 17 de fevereiro, sequer pisou no órgão. Ele só se apresentará oficialmente na quinta-feira (27/02), depois do carnaval. A “meia dúzia” de diretores que Bolsonaro diz que demitiu, por enquanto, permanece no cargo, recebendo salários normalmente.
O próprio Inmetro, em nota oficial divulgada depois da fala do presidente da República, ressalta que nada mudou: “O INMETRO esclarece que portarias recentes estão em avaliação pela presidência, assim como a composição da diretoria para a nova gestão”. Quer dizer, nem a diretoria mudou nem as portarias criticadas por Bolsonaro foram revogadas.
Uma das portarias das quais fala o presidente da República trata da exigência do órgão de que tacógrafos, equipamentos usados para controlar a velocidade de caminhões, sejam substituídos a cada ano e não mais em dois. A outra prevê a troca de taxímetros para reduzir o número de fraudes. Na visão de Bolsonaro, essas medidas criaram custos adicionais aos motoristas.
Servidores de carreira
Dos seis diretores, somente Vinicius Diniz e Almeida Ramos, que responde pela diretoria de Administração e Finanças, é de fora do quadro do Inmetro — ele foi nomeado por Ângela Fores . Os demais são todos funcionários de carreira. Nos últimos dias, eles trocaram informações com o novo presidente do órgão por meio de chamadas de voz e de vídeo.
O Inmetro é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia. Está debaixo da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, comandada por Carlos da Costa. Foi ele quem nomeou Ângela Flores para o comando do Inmetro no ano passado.
O novo presidente do Inmetro respondeu, entre janeiro e outubro de 2019, pela diretoria de Política Regulatória na Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). Antes de ser nomeado para o Inmetro, ocupava a diretoria do Departamento de Determinantes Ambientais na Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.
Crédito: Blog do Vicente/Correio Braziliense – disponível na internet 24/02/2020
Bolsonaro diz que ‘implodiu’ o Inmetro e mandou ‘todo mundo embora’
O presidente Jair Bolsonaro revelou neste sábado que deu uma ordem para “implodir” o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) por causa da exigência do órgão de que tacógrafos (equipamento usado para controlar a velocidade de caminhões) e taxímetros fossem trocados, como adiantou o colunista do GLOBO Lauro Jardim.
A presidente do Inmetro, Angela Flores Furtado, foi exonerada na última segunda-feira, e substituída por um militar.
Segundo o órgão, não houve ainda mudanças na diretoria, ocupada por funcionários de carreira. O Inmetro é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Economia que tem entre suas funções verificar e fiscalizar a observância das normas técnicas e legais relativas a unidades de medidas.
— Implodi o Inmetro. Mandei todo mundo embora — afirmou Bolsonaro, após visitar um supermercado no Guarujá, onde passa o Carnaval.
O presidente alegou que o Inmetro havia publicado uma portaria determinando a troca de todos os tacógrafos do país por digitais e reduzido o tempo de verificação desse tipo de equipamento de dois para um ano. De acordo com Bolsonaro, cada equipamento custa R$ 1.900. A portaria afetaria os caminhoneiros.
— Mandei acabar com isso aí – disse Bolsonaro, confirmando que passou por cima do secretário especial de Produtividade e Emprego, Carlos da Costa, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, que eram os superiores hierárquicos de Angela
Com relação aos taxímetros, a mudança havia começado a ser implantada no Rio.
— Não temos que atrapalhar a vida dos outros – afirmou Bolsonaro. — Tem que implodir. Cortar a cabeça de todo mundo para sentir que mudou o governo. Não tem mais espaço para jeitinho.
Bolsonaro ainda criticou um plano do órgão para determinar a instalação de chips em todas as bombas de combustíveis no país para coibir fraudes. Lembrou também da adoação no passado da tomada de três pinos por determinação do órgão.
A presidente do Inmetro, Angela Flores Furtado, foi exonerada foi substituída pelo coronel do Exército Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior, com atuação em vários projetos de engenharia ligados às Forças Armadas. Entre janeiro e outubro de 2019, ele ocupou o cargo de Diretor de Política Regulatória na Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (MEC). Até este mês, ele respondia pela diretoria do Departamento de Determinantes Ambientais na Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde.
Segundo Bolsonaro, além de Angela, saíram também “meia dúzia da direitoria”. O Inmetro, porém, informa que “portarias recentes estão em avaliação pela presidência, assim como a composição da diretoria para a nova gestão”.
Crédito: Sergio Roxo e Glauce Cavalcanti/O Globo – disponível na internet 24/02/2020
Bolsonaro decide ‘implodir’ o Inmetro e anuncia demissão de toda a diretoria do órgão
Presidente disse no Guarujá que motivo foi determinação de troca de tacógrafos, o que, segundo ele, prejudicaria taxistas. Presidente do Inmetro já havia sido exonerada no último dia 17.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (22) que decidiu “implodir” o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e anunciou a demissão de toda a diretoria do órgão.
O Inmetro é a autarquia federal responsável por executar políticas nacionais de metrologia, fiscalizar o cumprimento de normas técnicas, métodos e instrumentos de medição e unidades de medida.
Bolsonaro deu a declaração na porta de um supermercado no Guarujá (SP), para onde viajou nesta sexta (21) a fim de passar o feriado de carnaval no Forte dos Andradas, base militar do Exército. A fala foi transmitida ao vivo pelo perfil do presidente em uma rede social. Pela manhã, Bolsonaro foi a estabelecimentos comerciais da cidade, no litoral paulista. Além de visitar dois supermercados, esteve em uma padaria, onde tomou café.
“Implodi o Inmetro. Implodi. Mandei todo mundo embora. Por quê? Há poucos meses assinaram portaria para trocar tacógrafos. Em vez de ser o normal que está aí, inventaram um digital. Ele é aferido de dois em dois anos. Passaram para um. Mandei acabar com isso aí”, declarou.
O tacógrafo é um instrumento que indica e registra dados sobre a condução dos veículos, como distância percorrida, velocidade desenvolvida e tempos de parada e direção.
Segundo Bolsonaro, a portaria do Inmetro iria prejudicar taxistas. “Começou no Rio, não sei se veio para São Paulo, trocar os taxímetros. Mas por quê? Quatrocentos cada um. Os tacógrafos, 1.900. Multiplique por milhões de veículos que mexem com tacógrafos. Táxi só no Rio são 40 mil”, disse.
Uma das mudanças a que o presidente se refere é uma portaria de agosto de 2019 que prevê uma nova regra para padronização de sensores de velocidade utilizados em taxímetros.
“Não temos que atrapalhar a vida dos outros. É facilitar a vida de quem produz. Os novos taxímetros, faça diferente. Os novos tacógrafos, tudo bem. Agora, tirar do pessoal, trocar, não. Então, o que eu tenho que fazer? Implodir.”
Por isso, afirmou, decidiu “cortar a cabeça de todo mundo”. De acordo com Bolsonaro, foram demitidos a “presidente e uma meia dúzia da diretoria”.
“Não estou acusando ninguém de fazer nada errado. Mas ficamos com… Foram demitidos mais pelo excesso de zelo. Aí complicou para eu engolir essa iniciativa deles”, declarou.
Na última segunda-feira (17), o “Diário Oficial da União” já havia publicado a exoneração da presidente do Inmetro, Angela Flores Furtado, substituída pelo coronel do Exército Marcos Heleno Guerson de Oliveira Júnior.
Angela Flores havia sido indicada ao cargo por Carlos da Costa, secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, ao qual o instituto é subordinado.
O G1 procurou a assessoria da Secretaria Especial de Produtividade e, até a última atualização desta reportagem, aguardava uma manifestação sobre as demissões. Também procurou a assessoria do Inmetro, mas não conseguiu obter contato.
Além da presidência, o Inmetro tem seis diretorias: Diretoria de Administração e Finanças; Diretoria de Avaliação da Conformidade; Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida; Diretoria de Metrologia Científica e Tecnologia; Diretoria de Metrologia Legal e a Diretoria de Planejamento e Articulação Institucional.
Crédito: Pedro Henrique Gomes e Laís Lis, portal do G1 – disponível na internet 23/02/2020