Como se proteger contra o coronavírus. Como diferenciar uma gripe comum do novo coronavírus?

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Lavar as mãos frequentemente com sabonete, evitar lugares muito movimentados, cobrir a boca ao tossir ou espirrar com um lenço ou com o cotovelo estão entre os comportamentos para diminuir as chances de contágio.  

O novo coronavírus Sars-Cov-2, que causa a doença Covid-19, é um desafio global que exige uma ação responsável por parte de cada indivíduo.

Não só cada cidadão, mas também empresas, instituições e organizações podem tomar medidas para se proteger do vírus e estar preparados para uma pandemia.

Preparativos para um foco pandêmico são concentrados em três áreas: limitação do número de pessoas expostas à infecção, fornecimento de kits para lares privados com o essencial necessário para sobreviver a uma emergência, restrição de grandes distúrbios sociais e eventos em que a infecção possa se espalhar.

Como posso me proteger?

O coronavírus é transmitido por gotículas de saliva. O vírus se multiplica na garganta. A partir daí, os patógenos podem ser expelidos do corpo mais rapidamente do que dos pulmões, através, por exemplo, de espirro, tosse ou sopro.

O patógeno também é transmitido por contato com secreções contaminadas, como contato pessoal próximo, toque ou aperto de mão, ou por contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

Que medidas concretas os indivíduos podem adotar para proteger a si mesmos e aos outros de uma infecção por gotículas?

Entre as recomendações estão:

  • Manter distância de um ou dois metros de qualquer um que esteja infectado.
  • Lavar as mãos regularmente e cuidadosamente (por pelo menos 20 segundos, com sabão, incluindo os pulsos). Também recomenda-se usar toalhas descartáveis ​​ao secar as mãos.
  • Evitar apertos de mãos, abraços ou beijos.
  • Desenvolver reflexos de autoproteção: pressionar o botão do elevador com a junta do dedo em vez da ponta, tocar em maçaneta de portas com o pulso ou o cotovelo.
  • Evitar lugares e eventos muito frequentados.
  • Evitar tocar no próprio rosto ou de amigos e parentes.
  • Não tocar as mucosas de boca, olhos e nariz com os dedos.
  • Colocar luvas, caso necessário. Lavá-las e trocá-las diariamente.
  • Não espirrar ou tossir na mão. Usar o cotovelo ou um lenço.
  • Descartar rapidamente lenços usados.

As máscaras respiratórias oferecem pouca proteção às pessoas saudáveis. Quando usadas, as máscaras ficam úmidas pela entrada de ar. Após apenas 20 minutos, sua barreira protetora se deteriora. Esses itens devem ser reservados a equipes médicas.

Como se preparar para uma pandemia?

Se ocorrer uma intensa onda de infecções, restrições ao movimento provavelmente serão impostas, e isso poderá levar a gargalos no fornecimento. Nesse caso, é importante tomar precauções que possibilitem que a pessoa permaneça em casa por várias semanas, se necessário.

É recomendável ter em casa medicamentos importantes para serem usados por um mês.

É importante manter um suprimento de alimentos não perecíveis.

Devem ser organizadas formas de proteção a amigos e parentes. Os idosos e os doentes com sistema imunológico fraco estão particularmente em risco e dependem de ajuda, além de crianças doentes. Devem ser planejados meios de se cuidar de familiares sem que o cuidador corra risco de contágio. 

Como é possível ajudar a comunidade?

Quanto mais as pessoas se esforçam para se preparar, mais aumenta o sentimento de união. É possível melhorar a situação ajudando as comunidades a se organizarem.

Após se recuperar da doença Covid-19, o paciente fica imune ao patógeno. Portanto, a pessoa pode sair de casa e se oferecer para assumir outras tarefas como, por exemplo, fazer compras para aqueles que ainda estão doentes.

O que os empregadores podem fazer?

  • Quando um vírus altamente infeccioso se espalha, as empresas precisam tomar precauções para proteger seus funcionários. Funcionários doentes ou em risco devem ficar em casa. Sempre que possível, os empregadores devem oferecer possibilidades de se trabalhar a partir de casa.
  • Funcionários com sintomas agudos de doença respiratória (por exemplo, tosse ou falta de ar) devem ser separados dos outros funcionários imediatamente e enviados para casa.
  • As empresas devem fornecer ar fresco nos locais de trabalho e nas salas de convívio social e substituir os filtros nos sistemas de ventilação.
  • Eles devem fornecer instalações de higiene com água limpa, sabão e toalhas de papel. No escritório, lenços e sprays de limpeza para desinfectar teclados e telefones devem ser disponibilizados e usados ​​regularmente.
  • Todas as superfícies de trabalho e a área circundante devem ser limpas rotineiramente.
  • Funcionários saudáveis, mas com membros da família com Covid-19, devem notificar seu supervisor.
  • Os supervisores devem identificar posições particularmente relevantes nos processos de trabalho e providenciar substitutos. Assim, a ausência de uma pessoa não colocará em risco ou afetará o funcionamento de toda a organização.

Precauções para viagens de negócios e lazer

Durante uma pandemia, os planos de viagem devem ser revisados regularmente. Empregadores e funcionários precisam estudar as diretrizes e recomendações mais recentes para cada destino. As empresas devem aconselhar seus funcionários a serem examinados quanto a sintomas de doença respiratória aguda antes de viajar, e a ficar em casa se ficarem doentes.


Como diferenciar uma gripe comum do novo coronavírus?

Febre, tosse e fadiga: com sintomas semelhantes, pode ser difícil saber diferenciar o novo coronavírus de gripe ou resfriado comuns. Confira o que costuma ou não caracterizar infecções pelo vírus.   

À primeira vista, os sintomas do novo coronavírus, batizado Sars-Covid-19 e surgido na China, são semelhantes aos de um resfriado ou gripe comuns. Mas há diferenças.

Os sintomas mais comuns incluem:

– Febre

– Tosse seca

– Falta de ar

– Dores musculares

– Fadiga

Entre o sintomas menos comuns estão:

– Acúmulo de muco nas vias aéreas

– Dor de cabeça

– Expectoração com presença de sangue (hemoptise)

– Diarreia

Sintomas atípicos para o coronavírus:

– Coriza

– Dor de garganta

Coriza e dor de garganta são sinais típicos de infecção respiratória do trato superior. Portanto, aqueles que têm crises de espirros ou nariz escorrendo provavelmente têm gripe ou resfriado comum.

Como o novo coronavírus geralmente afeta o trato respiratório inferior, a maioria dos infectados apresenta tosse seca, falta de ar ou pneumonia, mas não dor de garganta.

Nesta segunda-feira (24/02), o Ministério da Saúde ampliou os critérios para definição de caso suspeito para o novo coronavírus, passando a incluir pessoas que apresentem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar.

Muitos inicialmente não apresentam sintomas

Muitos dos infectados com o novo vírus inicialmente não apresentaram sintomas. De acordo com o Instituto Robert Koch (RKI), agência de controle e prevenção de doenças do governo alemão, o novo vírus tem um período de incubação de até 14 dias.

Se você não tiver certeza do que tem ou estiver preocupado, consulte um médico. Um profissional de saúde pode fazer uma análise de amostra de fleuma (muco) para determinar a presença ou ausência de vírus respiratórios.

As máscaras respiratórias ajudam?

Na verdade, não. Vírus não são transmitidos pelo ar, e o coronavírus atual é transmitido por gotículas ou contato direto com alguém infectado. Portanto, é melhor manter uma distância segura daqueles que estão ou podem estar com a doença. Uma das principais medidas preventivas é lavar as mãos regularmente com sabão e água quente. Também recomenda-se usar toalhas descartáveis ​​ao secar as mãos.

Gripe ou resfriado?

Até os médicos podem ter dificuldade em distinguir entre um caso de infecção por influenza e um resfriado comum quando confrontados com os sintomas de um paciente.

Com um resfriado, a maioria das pessoas fica com a garganta arranhando, depois o nariz escorrendo e, eventualmente, desenvolve tosse. Esses sintomas, assim como febre e dor de cabeça, podem atormentar uma pessoa por dias, fazendo com que se sinta apática.

Já a gripe atinge a pessoa de uma só vez: a cabeça e os membros de um paciente com gripe doem, uma tosse seca começa, a voz fica rouca, ocorrem dores na garganta e febre alta (até 41 °C), geralmente acompanhada de calafrios. O paciente só quer ficar na cama, se sente exausto, não tem apetite e pode dormir por horas a fio.

Um resfriado comum geralmente passa dentro de alguns dias, e a maioria dos sintomas desaparece após cerca de uma semana. Uma gripe é mais persistente, mantendo a pessoa acamada por pelo menos uma semana, e em alguns casos leva várias semanas até que a pessoa realmente se sinta saudável novamente.

Quando antibióticos devem ser usados?

A maioria dos resfriados e gripes é causada ​​por vírus, contra os quais os antibióticos são inúteis. Antibióticos fortalecem as defesas do corpo, matando ou impedindo o crescimento de bactérias, mas também atacam as paredes celulares ou processos metabólicos de microrganismos.

A penicilina, por exemplo, destrói a síntese de bactérias na parede celular. As paredes celulares porosas tornam impossível a sobrevivência dos patógenos, literalmente causando a explosão. Mas isso só funciona em bactérias, e não em vírus.

O uso de antibióticos faz sentido nos casos em que as bactérias entram no corpo de alguém que está com o sistema imunológico enfraquecido, e começam a se multiplicar. Esse processo pode levar a uma infecção, e às vezes causa danos permanentes em órgãos. Pneumonia, amigdalite, cistite e meningite são frequentemente causadas por bactérias – portanto, faz sentido combatê-las com antibióticos.

Mundo em alerta devido ao coronavírus

Pela primeira vez, casos novos reportados fora da China excedem os diagnosticados no gigante asiático. Diversos países registram infecções, incluindo Brasil. OMS, porém, descarta tratar situação como pandemia. 

Enquanto a resposta da China para controlar o surto de Covid-19, aparentemente, começa a surtir efeito, o coronavírus passa a se espalhar por outras regiões do mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (26/02) que, pela primeira vez, o número de novos casos diários fora da China excedeu os diagnosticados no gigante asiático.

Segundo a OMS, na terça-feira, 427 casos foram reportados em 37 países contra 411 novas infecções na China. O número total de infecções ultrapassa 80,9 mil, sendo 96,5% registradas em território chinês. Desde o início do surto em dezembro, a doença já matou mais 2,7 mil pessoas.

Novos casos surgiram em toda a Europa nesta quarta-feira, muitos relacionados ao centro do surto no norte da Itália. A Grécia, Geórgia, Macedônia do Norte e Noruega reportaram as primeiras infecções. Com mais de 20 casos, a Alemanha alertou para o início da epidemia no país.

Brasil e Paquistão também confirmaram os primeiros casos em seus territórios. Além da Itália, a Coreia do Sul e o Irã enfrentam surtos da doença. No país asiático, o total de infecções passou de 1,1 mil. No Irã, são 139 casos confirmados.

Apesar do crescente avanço da doença, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, denunciou que alguns países afetados pela epidemia não estão compartilhando todos os dados disponíveis com a entidade.

“Um dos maiores desafios que enfrentamos é o fato de que muitos países afetados ainda não estão compartilhando seus dados com a OMS. Peço a todos os países que compartilhem imediatamente todas as suas informações”, afirmou Ghebreyesus na reunião semanal com as missões diplomáticas em Genebra para relatar a situação atual em relação ao vírus.

O diretor-geral, que não mencionou país algum especificamente, salientou que a OMS está em contato constante com diferentes ministérios da saúde para resolver a situação. “Não podemos fornecer recomendações de saúde adequadas sem dados detalhados ou listas com dados completos sobre pacientes afetados”, acrescentou.

O chefe da OMS disse também que o aumento dos casos fora da China, com aumentos repentinos na Itália, na Coreia do Sul e no Irã, é “profundamente preocupante”. No entanto, ele afirmou que o surto ainda não é uma pandemia. “Usar o termo ‘pandemia’ não tem resultados tangíveis, e em vez disso corre o risco de aumentar o medo e a estigmatização, ou criar paralisia no sistema”, acrescentou.

Embora a OMS já tenha esclarecido que não haverá uma declaração oficial de pandemia por considerar ser suficiente a declaração de emergência internacional para o coronavírus, que está em vigor desde 30 de janeiro, Ghebreyesus disse que não hesitará em usar a palavra no futuro caso seja uma descrição adequada para a situação.

O SARS-CoV-2 parece ter atingido o seu estágio mais alto de transmissão na China, onde o número de casos e mortes está diminuindo progressivamente, mas isso não deve ser motivo de relaxamento, mas sim de “vigilância contínua”, como salientou o diretor-geral.

Iniciado em dezembro em Wuhan, na China, o surto da doença é causado por um novo tipo de coronavírus, semelhante ao da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que matou quase 800 pessoas em todo o mundo durante uma epidemia ocorrida entre os anos 2002 e 2003 e que também começou na China.

Os sintomas são febre e cansaço, acompanhados de tosse seca e, em muitos casos, dificuldades respiratórias.

Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 27/02/2020

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