Sociedade Brasileira de Imunologia: Principais perguntas e respostas sobre COVID-19

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O Departamento de Imunologia Clínica da Sociedade Brasileira de Imunologia (DIC-SBI) preparou para você uma seleção das principais perguntas e respostas sobre COVID-19, no formato FAQ (Frequently Asked Questions).

Siga abaixo e tire suas dúvidas, com embasamento científico!

*Com o avanço das pesquisas em COVID-19, este documento poderá ser modificado. Portanto, acompanhe sempre o site da SBI ou nossas redes sociais para atualizações.

FAQs:

1) COMECEI A TER SINTOMAS E ACHO QUE PODE SER COVID-19. DEVO AGUARDAR ALGUNS DIAS PARA REALIZAR O TESTE NO RT-PCR?

A sensibilidade do teste para detectar o vírus é maior quando realizado em até 7 dias a partir do início dos sintomas. Assim, deve-se testar o quanto antes para não perder tempo importante de identificação de contatos e para reduzir a disseminação do vírus.

Vale lembrar que, se há suspeita de COVID-19, o ideal é fazer isolamento antes mesmo de sair o resultado do exame.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

2) SE ESTIVE COM UMA PESSOA QUE TESTOU POSITIVO PARA COVID-19 (NO TESTE DE PCR), COMO SABER SE ME INFECTEI E POR QUANTO TEMPO DEVO MANTER O ISOLAMENTO?

Pessoas incubam o vírus por aproximadamente 7 dias e só então começam os sintomas. Os dias de maior transmissão são 2 dias antes dos sintomas, o próprio dia dos sintomas e dois dias depois. Pense se esteve com ela nesta janela de tempo. Se esteve próximo e sem máscara, há grande chance de ter se infectado. 

Recomendação: embora haja recomendações recentes para redução do período de quarentena na dependência de testagem e monitoramento de sintomas (https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/more/scientific-brief-options-to-reduce-quarantine.html), para uma maior segurança sugere-se manter o isolamento social por 14 dias a partir do dia em que acha que se infectou. Neste período, você pode ter sintomas e seria nesse momento inicial que, se quiser realizar um teste de PCR, ele tem mais chance de detectar o vírus. Portanto, caso apresente sintomas, procure atendimento específico para COVID-19. A testagem precoce, tão logo inicie os sintomas, aumenta a chance de identificar o vírus caso você tenha sido infectado.  

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

3) É POSSÍVEL EU INFECTAR OUTRAS PESSOAS, MESMO SEM TER APRESENTADO SINTOMAS DA COVID-19?

Sim. Se você portar o vírus, mesmo sem sintomas, pode infectar outras pessoas. Para os sintomáticos, a transmissão do vírus começa dois dias ANTES de você ter qualquer sintoma.

Recomendação: se você acha que se infectou, siga o recomendado em 2.

4) É POSSÍVEL MEU TESTE DE PCR SER NEGATIVO, MAS EU ESTAR INFECTADO COM O SARS-COV-2, O VÍRUS DA COVID-19?

Sim, existe possibilidade de o teste ser negativo – especialmente se for feito muito cedo ou no final do curso da infecção das vias aéreas superiores. Nesse caso, é importante considerar, além do teste, outros fatores, como se o indivíduo testado teve contato próximo com alguém sabidamente infectado. Além disso, se há características clínicas de COVID-19, existe maior probabilidade do resultado ser falso negativo.

Recomendação: se você acha que mesmo com PCR negativo, está infectado, siga as recomendações de proteção e isolamento descritas em 2. Em seguida, você pode fazer um outro teste para pesquisar se tem anticorpos para a COVID-19 (ver pergunta 6).

5) É POSSÍVEL O TESTE DE PCR DAR POSITIVO, MAS EU NÃO ESTAR INFECTADO COM O SARS-COV-2?

Sim, mas é uma possibilidade muito pequena. Os testes de PCR falso-positivos são raros e muito provavelmente você está infectado.

Recomendação: se persiste com dúvidas, pode repetir o teste após um a dois dias.

6) A PARTIR DE QUANDO, DEPOIS DO PRIMEIRO DIA DOS SINTOMAS, POSSO FAZER O TESTE DE SOROLOGIA PARA SABER SE TENHO ANTICORPOS IGM OU IGG CONTRA O SARS-COV-2?

Tipicamente os testes detectam anticorpos IgM (relacionados à fase aguda, com infecção corrente) a partir dos dias 5 a 7 e IgG (fase tardia) a partir de 10-14 dias depois dos primeiros sintomas. Em algumas pessoas com sintomas mais leves, pode demorar para ficar positivo. Porém, após a positivação, os anticorpos podem persistir por tempo prolongado e chegam ao pico, normalmente, depois de 28 dias.

Recomendação: se quiser ter uma boa chance de detectar seus anticorpos IgG, espere 30 dias depois dos sintomas.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

7) SE EU TENHO ANTICORPOS IGG, ESTOU PROTEGIDO E NÃO TENHO MAIS RISCO DE TER COVID-19?

Se você não fez o PCR para confirmar a presença do vírus e não teve sintomas, mas testou positivo para IgG, há possibilidade de o teste ser falso positivo. Repita o exame em outro laboratório com outra metodologia. Se for novamente positivo, indica que você já teve contato com o vírus.

Os estudos até o momento mostram que pode haver proteção em quem já apresentou a COVID-19, mas não se sabe exatamente por quanto tempo ela persiste ou se todos que tiveram COVID-19 estão necessariamente protegidos. Por outro lado, embora as reinfecções sejam eventos raros e pouco documentados, ainda são necessárias investigações mais aprofundadas a respeito do desenvolvimento de COVID-19 em quem já apresentou anteriormente a doença.

Recomendação: mesmo que você já tenha tido COVID-19, não abandone as práticas sanitárias de isolamento, sobretudo o uso de máscara e lavagem de mãos frequente.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

8) É POSSÍVEL TER TIDO COVID-19 E NÃO DESENVOLVER ANTICORPOS PARA O VÍRUS?

Sim. Muitas pessoas não desenvolvem níveis detectáveis de anticorpos para o vírus. Também é possível que os anticorpos não sejam detectáveis no momento da realização do teste. Como no tópico 7, se esteve doente, pode estar protegido por algum tempo, a definir. Há outros tipos de respostas protetoras que nem sempre dependem de anticorpos, e pode ser que você as tenha desenvolvido.

Recomendação: não é necessário repetir o teste de anticorpos se ele der negativo.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

9) NUNCA TIVE SINTOMAS, MAS FIZ UM TESTE RÁPIDO QUE MOSTROU ANTICORPOS PARA COVID-19. O QUE ISSO SIGNIFICA?

É possível que você tenha tido uma infecção pelo SARS-CoV-2 que não progrediu com manifestações clínicas, mas que tenha estimulado a produção de anticorpos. Contudo, os testes sorológicos, especialmente os testes rápidos, têm uma probabilidade elevada de darem resultados falso-positivos.

Recomendação: antes de concluir que desenvolveu uma resposta imune contra o vírus da COVID-19 (SARS-CoV-2), melhor confirmar com outros testes mais adequados.

10) SE ALGUÉM QUE MORA COMIGO TIVER SINTOMAS DE COVID-19 E FOR CONFIRMADO POR PCR, COMO DEVO PROCEDER PARA EVITAR ME INFECTAR?

Ambos devem praticar isolamento, uso de máscara em casa e lavagem de mãos. Não façam refeições juntos, não compartilhem talheres, copos, toalhas ou roupas de cama e nem fiquem em lugar fechado sem máscara conversando, pois isso favorece a transmissão do vírus. Para maior segurança, estes cuidados devem ser tomados preferencialmente por 14 dias após o início dos sintomas do outro (veja pergunta 2). Se neste período você desenvolver sintomas, fique em isolamento por mais 14 dias a partir da data de início dos seus sintomas, procure assistência médica e faça o teste de PCR.

11) SE EU TIVE COVID-19 LEVE (CONFIRMADA POR PCR), SEM PRECISAR DE INTERNAÇÃO, PRECISO FAZER OUTRO TESTE DE PCR OU DOSAR ANTICORPOS IGG PARA VOLTAR ÀS MINHAS ATIVIDADES ROTINEIRAS?

Não é necessário repetir PCR ou fazer a sorologia para sair do isolamento. Em relação aos anticorpos, nem todas as pessoas infectadas produzem IgG contra o vírus e, neste caso, o ideal é fazer o isolamento durante o período de 14 dias (sendo os últimos 3 dias sem sintomas), para depois voltar às suas atividades de rotina, como o trabalho, por exemplo. Porém, é imprescindível continuar mantendo práticas de distanciamento social e uso de máscaras, como qualquer outra pessoa, independentemente da infecção, porque casos de reinfecção têm sido relatados. 

Recomendação: grave bem a data de início dos sintomas.

12) SE EU ESTIVER AO AR LIVRE, POSSO RETIRAR A MÁSCARA?

Embora a caminhada ao ar livre seja uma prática sabidamente saudável, não é aconselhável circular sem máscara, mesmo ao ar livre. Claro que o risco de infecção aumenta muito em ambientes fechados, mas já foi mostrado que a máscara torna este risco muito baixo se você a usar, mesmo em ambientes arejados. A máscara lhe protege e protege os demais, caso você esteja infectado e não saiba.

13) O QUE É VACINAÇÃO?

Vacinação é uma maneira segura e efetiva de se induzir uma resposta imunológica protetiva   contra o microrganismo específico da vacina. Assim, se entrar em contato com este microorganismo, o sistema imune destrói o invasor sem haver doença. As vacinas contra a COVID-19, em testes finais para aprovação, são todas de duas doses e administradas por injeções.

14) POR QUE A VACINAÇÃO É IMPORTANTE?

A vacinação é uma forma segura e eficaz de prevenir doenças e salvar vidas. Atualmente existem vacinas disponíveis para nos proteger contra mais de 20 doenças como difteria, tétano, coqueluche, gripe e sarampo. Em conjunto, estas vacinas salvam a vida de cerca de 3 milhões de pessoas todos os anos. A varíola, por exemplo, uma doença muito grave, foi erradicada por causa da vacinação em massa.

Quando somos vacinados, além de proteger a nós mesmos, também protegemos aqueles ao nosso redor. Isso acontece porque a vacinação reduz a propagação das doenças, beneficiando indiretamente algumas pessoas que não podem se vacinar, porque têm doenças graves ou usam determinadas medicações que fragilizam o sistema imunológico.

15) AS VACINAS CONTRA COVID-19 SÃO SEGURAS?

Para qualquer vacina ser liberada, é necessário que antes sejam feitos testes de segurança e eficácia. Sendo assim, as vacinas contra COVID-19 estão sendo rigorosamente testadas, através de ensaios clínicos controlados, com milhares de voluntários em todo mundo, incluindo aqui no Brasil, tendo se mostrado seguras.

As vacinas atuais são de vírus inativado ou que se utilizam de vetores virais que trazem uma parte do vírus para o sistema imune, além daquelas de ácidos nucléicos e proteínas recombinantes já aprovadas ou em fase final de aprovação. Nenhuma delas tem potencial infeccioso.

Antes da aprovação para uso na nossa população, as vacinas terão que passar por critérios pré-estabelecidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Após a liberação para uso, as agências reguladoras e comunidade científica brasileira estarão constantemente monitorando os efeitos das vacinas para uma ação rápida em conjunto com as agências reguladoras e os institutos de pesquisa.

Recomendação: acompanhe o site da SBI para atualizações frequentes sobre este tema: https://sbi.org.br/ 

16) QUAL É O MODO DE AÇÃO DAS VACINAS CONTRA COVID-19?

Quando você recebe uma vacina, de forma geral, seu sistema imune responde da seguinte forma:

  • O corpo reconhece a vacina que contém componentes do patógeno (por exemplo, uma formulação contendo coronavírus inativado), incapazes de causar a doença, mas capazes de estimular a sua defesa;
  • Produz anticorpos específicos e ativa células do sistema imunológico chamadas linfócitos T. Anticorpos são proteínas produzidas naturalmente pelo sistema imune para lutarem contra doenças. Alguns anticorpos podem inibir a entrada do vírus nas células e consequentemente impedir a multiplicação destes microrganismos, evitando a doença. Por outro lado, quando a vacina induz linfócitos como T CD8, estes reconhecem e matam as células infectadas. Estes dois tipos de imunidade podem atuar juntos para impedir a replicação do vírus;
  • Cria mecanismos de lembrança do vírus (memória) e como lutar contra ele. Se você for infectado com o coronavírus no futuro, seu sistema imune já foi treinado e pode destruí-lo rapidamente, antes de você apresentar sintomas da doença.

Recomendação: acompanhe o site da SBI e nossas redes sociais para mais informações sobre o modo específico de atuação de cada uma das vacinas para COVID-19 que vêm sendo testadas e/ou aprovadas.

17) EU JÁ TIVE COVID-19. ESTOU PROTEGIDO?

Ainda não se sabe exatamente se todos que tiveram COVID-19 estão necessariamente protegidos ou por quanto tempo dura a proteção em quem foi infectado e desenvolveu imunidade contra o vírus. Enquanto vírus como o do sarampo geram memória protetora, os vírus respiratórios tipicamente não fazem isso, e as pessoas se re-infectam múltiplas vezes. Por isso, muitos estudos estão sendo realizados para investigar o assunto, e no momento é mais seguro não presumir que a infecção pelo SARS-CoV-2 gera memória protetora eficaz.

Recomendação: não abandone as práticas sanitárias de isolamento, sobretudo o uso de máscara e lavagem de mãos frequente.

18) EU JÁ TIVE COVID-19. DEVO ME VACINAR CONTRA ESTA DOENÇA?

Como respondido no tópico 17, ainda não se sabe exatamente se todos que tiveram COVID-19 estão protegidos ou por quanto tempo duraria esta proteção. Portanto, todos devem ser vacinados, inclusive aqueles que já foram infectados (desde que não estejam na fase sintomática da doença). Ao mesmo tempo, não existe nenhuma evidência que a vacina possa fazer algum dano a quem já teve a doença. Como o acesso à vacinação vai ser restrito, principalmente no início, se você estiver em grupos prioritários, vá se vacinar quando for chamado, mesmo se teve COVID-19.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

19) QUEM FEZ TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS, USA MEDICAÇÕES IMUNOSSUPRESSORAS OU TEM DOENÇAS COMO O CÂNCER PODE TOMAR VACINAS CONTRA COVID-19?

O único tipo de vacina a ser restrito em pessoas imunossuprimidas é o das vacinas atenuadas. Porém, não há, atualmente, este tipo de vacina em teste clínico para a COVID-19. Em relação aos demais tipos de vacina que já foram aprovadas ou ainda estão em fase de teste/aprovação, deve-se seguir as recomendações da ANVISA e dos fabricantes, relacionadas a condições de saúde específicas e vacinação.

20) AS VACINAS PARA COVID-19 FORAM FEITAS DE UM MODO MUITO RÁPIDO COMPARADO COM AS DEMAIS. ISSO QUER DIZER QUE ELAS NÃO SÃO SEGURAS?

As vacinas são seguras. Grande parte do tempo normalmente levado para desenvolver uma vacina era regulatório – prazos burocráticos, que foram – esses sim – flexibilizados durante a pandemia. A velocidade de desenvolvimento das vacinas é também consequência de muitos anos de evolução científica e tecnológica, que permitiram avanços na identificação da composição do vírus e aplicação de técnicas modernas e variadas que já vinham sendo aplicadas em testes de outras vacinas. Além disso, a situação de pandemia, com a rápida disseminação do vírus e número expressivo de infectados, acelera a fase de teste de eficácia e segurança. Se uma parte dos voluntários adquire a doença, é possível avaliar, num período relativamente curto de tempo, se a vacina protegeu. Milhares de pessoas se voluntariaram para participar das três fases de teste em humanos, contribuindo significativamente para obtenção de resultados finais em espaço de tempo relativamente curto.

As vacinas testadas até então são seguras e não causaram efeitos adversos significativos.

21) AS VACINAS QUE UTILIZAM A NOVA TECNOLOGIA, DE RNA, CAUSAM DANOS OU MUTAÇÕES NO DNA DE QUEM É VACINADO?

Não. O RNA é um mensageiro que vai direcionar a produção de proteínas do vírus pelas células do indivíduo, para que o sistema imunológico aprenda a reconhecer este patógeno e gerar uma resposta previamente à infecção natural. Para isso, o RNA exerce suas ações em uma região da célula (citoplasma) que não tem contato com o DNA. O material genético (DNA) fica “protegido” dentro do núcleo das células e não entra em contato com o RNA da vacina.

Referências em:  exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/

22) QUANDO A VACINAÇÃO COMEÇAR, QUEM FOR VACINADO PODERÁ RETOMAR NORMALMENTE AS SUAS ATIVIDADES, SEM PROTEÇÃO (COMO USO DE MÁSCARAS) E DISTANCIAMENTO SOCIAL? QUANTO TEMPO DEPOIS DE VACINADO, PODEREI ME CONSIDERAR PROTEGIDO?

Há grande probabilidade de você estar protegido com uma vacina de alta eficácia. Entretanto, todos os produtores de vacina concordam que levarão alguns anos até que vacinas para todos estejam disponíveis. E, mesmo com uma vacina que tenha eficácia de 95%, 5 em cada 100 pessoas não estarão protegidas. Para a imunização ser mais efetiva e voltarmos à nossa rotina normal, sem máscara ou isolamento, é necessário que haja vacinação em massa. Com imunização de boa parte da população, há redução da circulação do vírus e temos uma imunidade comunitária; ou seja, é necessário ter ampla distribuição da vacina para termos proteção em base populacional. Portanto, até termos um número suficientemente grande de pessoas imunizadas para reduzir a circulação do vírus, é necessário manter as medidas de proteção.

Vale lembrar que até o momento as vacinas foram testadas para evitar a doença e ainda não se sabe se serão capazes de evitar a infecção ou transmissão do vírus. Além disso, medidas isoladas não resolvem completamente o problema!

23) OS EFEITOS COLATERAIS QUE PODEM APARECER APÓS A VACINAÇÃO PARA A COVID-19 SÃO PERIGOSOS E PODEM ME DEIXAR DOENTE?

Não. É normal desenvolver algumas reações como fadiga, dor de cabeça, dores musculares, febre baixa ou outras após tomar a vacina, mas são sinais da resposta imune se formando e desaparecerão dentro de alguns dias. Porém, isso não significa que você foi infectado pelo coronavírus ou está desenvolvendo COVID-19. Além disso, o fato de várias pessoas não apresentarem reações também não significa que a vacina não tenha tido efeito, pois cada pessoa pode responder de forma diferente à vacinação.

Portanto, as vacinas são seguras e não causam COVID-19.

24) EXISTE UM MEDICAMENTO ESPECÍFICO E TOTALMENTE EFICAZ PARA A COVID-19?

Não. Atualmente, não há um tratamento antiviral específico e totalmente eficaz para COVID-19, tampouco terapia precoce que previna o desenvolvimento da doença.

É importante o acompanhamento médico precoce e o monitoramento diário e atento dos sintomas que podem indicar evolução da gravidade da doença.

Referências em: exposicaocovid19.sbi.org.br/faq/ 

25) DEVO USAR OS KITS DE PREVENÇÃO OU TRATAMENTO DA COVID-19 QUE ESTÃO SENDO OFERECIDOS À POPULAÇÃO EM ALGUNS LOCAIS?

Não existe tratamento precoce para a COVID-19. Não existem evidências científicas, no momento, que apoiem quaisquer desses tratamentos precoces. Além disso, a ingestão de uma mistura de medicamentos sem saber como eles interagem entre si no organismo pode trazer risco para a saúde. A melhor prevenção para a doença é praticar o isolamento físico, usar máscaras quando em presença de outras pessoas, evitar aglomerações principalmente em locais fechados, e lavar as mãos frequentemente – além é claro de cuidar da sua saúde e alimentação.

26)  É VERDADE QUE O USO DE VITAMINA C OU D PREVINE A INFECÇÃO PELO NOVO CORONAVÍRUS?

Não. Não há qualquer comprovação que o uso de vitaminas C ou D em altas doses, nem tampouco gargarejos de água morna ou alho sejam eficazes para prevenção ou tratamento da COVID-19.

27) EXISTEM ALIMENTOS QUE PODEM FORTIFICAR O SISTEMA IMUNE E PREVENIR A COVID-19? 

Não. Nenhum alimento específico irá prevenir a infecção ou mesmo o desenvolvimento da doença grave.

Recomendação: alimentos mais saudáveis (naturais, integrais, ricos em fibras, não processados, sem frituras) são sempre recomendados para a saúde do corpo em geral e para manter o sistema imune funcionando bem.

Referências:  https://www.cdc.gov/coronavirus/index.html – https://www.who.int/news-room/q-a-detail/q-a-coronaviruses

Assinam este documento os seguintes pesquisadores integrantes do Departamento de Imunologia Clínica e Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia:

Departamento de Imunologia Clínica da Sociedade Brasileira de Imunologia (DIC-SBI)

Ana Caetano Faria (UFMG) / André Bafica (UFSC) / Cristina Bonorino (UFCSPA) / João Viola (INCA) / Jorge Kalil (FMUSP/Incor) / Kelen Cristina Ribeiro Malmegrim de Farias (FCFRP/USP) / Luiz Vicente Rizzo (Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein) / Manoel Barral Netto (Fiocruz) / Pérsio Roxo Júnior (FMRP/USP) / Viviane Boaventura (UFBA/Fiocruz)

Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI)

Ricardo Gazzinelli (Fiocruz-UFMG) / Karina Bortoluci (UNIFESP) / Cristina Ribeiro de Barros Cardoso (FCFRP/USP) / Dario Zamboni (FMRP/USP) / José Alves Filho (FMRP/USP)

Crédito: Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI)  05/01/2021

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