FIOCRUZ: Balanço de dois anos da pandemia Covid-19

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Os primeiros casos de um novo Coronavírus (Sars-CoV-2) e uma a nova doença causada pelo mesmo (Covid-19) foram identificados na cidade chinesa de Wuhan ao final de 2019. Em 30 de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a infecção humana pelo novo Coronavírus como uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional. Quatro dias depois, em 3 de fevereiro de 2020, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Portaria Nº 188, declarando uma Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.
Dois anos depois, em 3 de fevereiro, os números de casos e óbitos no mundo e no Brasil oferecem uma dimensão deste desastre. Para os casos, totalizava 388 milhões no mundo e 26 milhões no Brasil, correspondendo a 6,7% do total. Para os óbitos foram registrados 5,71 milhões no mundo e mais de 630 mil no Brasil, correspondendo a 11% do total. Enquanto no mundo a mortalidade por milhão de habitantes foi de 720, no Brasil ela alcançou 2.932, ou seja, 4 vezes maior, resultando em uma calamidade que afetou diretamente a saúde e as condições de vida de milhões de brasileiros.
Esta pandemia tem como uma de suas características um vírus que se move e se transforma muito rapidamente. Além da variante Alfa, que predominou no primeiro ano da pandemia no Brasil, tivemos outras, como a variante Gama, detectada em novembro de 2020 (em 6 meses passou de uma participação, entre os casos, de 12%, em dezembro de 2020, para mais de 95%, em maio de 2021) , a variante Delta, detectada em dezembro de 2020 (em 6 meses passou de uma participação de 0,8% em junho de 2021 para mais de 99% em novembro de 2021) e mais recentemente a variante Ômicron, detectada em novembro de 2021 (com participação entre os casos variando de 42,7%, em dezembro de 2021, para 96,4%, em janeiro de 2022).

Se as variantes são importantes no curso da pandemia, não se propagam e produzem desastres em um vazio. O contexto social, econômico e político para o enfrentamento da pandemia teve um papel fundamental, de modo que governos de alguns países foram bem-sucedidos nas suas capacidades de enfrentamento e outros falharam seguidamente, apresentando os piores indicadores no mundo, com altas taxas de mortalidade.
O Brasil é um dos países de maior desigualdade social no mundo, o que amplia a vulnerabilidade de diferentes territórios e populações à pandemia (em favelas, comunidades indígenas e quilombolas, entre outras). É fundamental compreender e
contextualizar, através de um conjunto de dados e indicadores, sua evolução, dinâmica e respostas sociais para o acesso das pessoas aos serviços e cuidados de saúde, como medidas de distanciamento físico e uso de máscaras, bem como para o acesso, distribuição e campanhas de vacinação para os diferentes grupos sociais e populacionais.
O objetivo deste Boletim Especial é fazer um balanço dos dois anos de declaração da emergência de saúde pública de importância internacional pela OMS e de importância nacional pelo MS. Com este balanço esperamos contribuir para que as mesmas falhas não ocorram em novos cenários de crise, ou mesmo continuem a ser repetidas durante a atual pandemia.
Na primeira parte deste Boletim, realizamos um balanço dos dois anos de declaração da Covid-19 como emergência de saúde pública de importância internacional e nacional. A segunda parte é composta de sínteses das análises realizadas para os temas regularmente apresentados em nossos boletins e que integram o painel de indicadores do Observatório Covid-19 da Fiocruz ao longo da pandemia: casos e óbitos, SRAG, perfil demográfico, taxas de ocupação de leitos UTI, distanciamento social e vacinas.

Leia a íntegra do Boletim COVID 2022

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