Servidores precisam de respeito e valorização e não de “fungada no cangote”

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“Os milhões de servidores públicos de todo o Brasil merecem e exigem respeito”, disse o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, ao reagir à fala do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Em entrevista nessa segunda-feira, 11, à Rádio Metrópole, da Bahia, o ministro disse que funcionalismo público “tem tendência à inércia” e que precisaria de “uma fungada no cangote” para ter “mais agilidade”.

Servidores públicos esses, que em sua maioria, no dia a dia, conseguem conduzir políticas públicas no Brasil mesmo sem as condições mínimas para realizar de forma adequada seu trabalho. Durante a pandemia, muitos, inclusive, deram a vida para garantir que a população não ficasse sem serviços públicos.

Para a Condsef/Fenadsef além do teor inadequado, comparações de mau gosto e de teor sexista, o ministro atribui aos servidores características que podem ser aplicadas ao próprio governo. “Ora, é o governo que deveria sair da inércia e ter mais agilidade para fazer o que ainda durante a campanha presidencial disse ser prioridade: reconstruir o Brasil e valorizar os serviços públicos”, pontuou Sérgio Ronaldo.

Frustração faz crescer mobilização

Ministro Rui Costa (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A declaração de Rui Costa acontece em meio a entraves no processo de negociações que não avançam na Mesa Nacional de Negociação Permamente (MNNP) com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o aumento de chances de greve no funcionalismo. Nessa segunda, servidores técnicos de 28 universidades e institutos federais em todo o país declararam greve por melhores condições de trabalho e valorização salarial.

Na base da Condsef/Fenadsef, que representa 80% dos servidores do Executivo Federal, diversas categorias estão em processo de mobilização permanente e discutem a paralisação de atividades por tempo indeterminado caso o processo de negociações com o governo continue sem avanços.

Ao JOTA, Sérgio Ronaldo disse recentemente da frustração da maioria dos servidores com a falta de avanços nas negociações da MNNP.

Soma-se a isso uma série de acordos que foram firmados com algumas categorias específicas deixando a maioria ainda mais inconformada já que muitos acumulam perdas salariais maiores que outros setores atendidos.

“O governo fez uma escolha pelo andar de cima, o que vai contra o discurso que a gente escuta. Não tem outra saída a não ser intensificar a pressão e, sim, construir um calendário de greve.”, disse Sérgio Ronaldo.

As declarações de Rui Costa fizeram com que muitos servidores lembrassem da forma como o governo anterior costumava agir, perdendo as eleições em grande medida justamente por agir assim.

O desrespeito aos servidores públicos brasileiros não será tolerado. Milhões de servidoras e servidores federais, estaduais e municipais em nosso país são frontalmente atingidos por essas falas, no mínimo, infelizes do ministro da Casa Civil. 

Sérgio Ronaldo da Silva -Secretário Geral da Condsef/Fenadsef

A Condsef/Fenadsef reforça que não seremos nomeados de “parasitas” assim como jamais permitiremos que uma “fungada no cangote” seja algo necessário para saírmos de uma suposta inércia atribuída por esse ou qualquer outro ministro. Somos trabalhadores que temos e cumprimos obrigações assim como exigimos que o governo também cumpra com as suas e respeite a categoria.

“Sem servidores públicos não há serviços públicos e sem serviços públicos não há direitos. Vamos continuar exigindo que esses direitos que são nossos e de toda a população brasileira sejam garantidos”, reforçou Sérgio Ronaldo.

Condsef/Fenadsef 13/3/2024


A ‘fungada no cangote’ de Rui Costa no servidor público

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu nesta segunda-feira, 11, que o funcionalismo público tende a ter “inércia grande”

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, defendeu nesta segunda-feira, 11, que o funcionalismo público tende a ter “inércia grande” e precisa de uma “fungada no cangote” para ser mais eficiente. De acordo com ele, o povo precisa de serviços “para hoje” e disse que o presidente Lula (PT) “sabe como cobrar” os funcionários do setor público.

“Há uma tendência a inércia grande, em geral, no serviço público. Tem uma velha frase: ‘não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje’. Então, às vezes, se você deixar solto, pessoal ‘deixe para semana que vem, não tem necessidade de fazer agora, ou deixe para amanhã’. Na verdade, é preciso fazer hoje e não amanhã. Porque o povo precisa é hoje. Digo sempre que quem é prefeito, governador, presidente da República tem que pisar no calcanhar, fungar no cangote para as coisas andarem”, disse Rui Costa à rádio Metrópole, na Bahia

Apesar da declaração do ministro da Casa Civil, o governo Lula já indicou que não pretende trabalhar para que a reforma administrativa avance no Congresso Nacional. A proposta passou a ser encampada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas sem o aval do Palácio do Planalto.

Na avaliação do deputado, a reforma administrativa vai exigir um esforço maior do governo para aprovação.

Em entrevista a Crusoé, por exemplo, Lira classificou este ano como o ideal para se tratar do assunto. Para líderes partidários, no entanto, como o tema não avançou em 2023, dificilmente ele será tratado em 2024, ano eleitoral.

 
Crédito: Redação do Antagonista – https://oantagonista.com.br/brasil/a-fungada-no-cangote-de-rui-costa-no-servidor-publico/ 13/03/2024

3 Comentários

  1. Nenhuma empresa do mundo funciona ou tem êxitos em seus negócios se conduzidas por pessoas que não têm conhecimento adequado dos seus objetivos. Esse raciocínio se aplica a esse é a qualquer governo que o Brasil já teve, tem, e terá. Pessoas sem conhecimentos adequados e visão estreita de mundo, tendem a ser simplistas e em geral, falam bobagens como temos visto no governo passado e se agrava no atual. Os servidores, digo, trabalhadores públicos das diferentes esferas de poder, atuam, até com sacrifício de seus entes familiares, com zelo e dedicação e sabem mais que qualquer membro político deste governo, como tratar o povo que deles precisem. Governo não é feito para ter lucro financeiro ou pagar dividendo a acionistas. O lucro para qualquer governo é o lucro social…é o bem-estar geral dos seus cidadãos. Claro, o equilíbrio das contas públicas é importante, mas submeter o ônus desse equilíbrio às costas do trabalhador público é injusto. Sem o trabalhador público qualquer governo paralisa. Portanto, ao se fazer o orçamento de qualquer nível de governo, a remuneração justa do trabalhador público tem que ser item 1. Pessoas que falam bobagens contra o trabalhador público deveriam lavar suas bocas com água e sabão!

  2. Infelizmente
    Essa visão é ridícula
    Nos funcionários públicos estamos sem aumento digno a seis anos.
    A pandemia a área da saúde deu a vida pra salvar pessoas enquanto muitos estados estava pouco se importando.
    Meu Deus quanta insensibilidade.
    Sem o mínimo de respeito a nossa classe.
    E eles mandando nas telas do governo
    Triste realidade
    Temos que reagir a esse tipo de crítica.
    Meu Deus

  3. Esse ministro é um ridículo, aonde já se viu um senhor que faz parte de um ministério do governo falar uma imbecilidade dessas? Primeiramente vejo que deveria calar-se, pois o mesmo é também um inerte que mama nas tetas do governo federal, e será que produz tanto a ponto de julgar um servidor dessa forma?

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