Zelada, Investimentos, Odebrecht, Vale na coluna do Lauro Jardim.

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Zelada, Propeg e ex-assessor de Palocci tentam acordo de delação.

Jorge Zelada, ex-diretor Internacional da Petrobras, está procurando advogados para tentar um acordo de delação. Se fizer, pega em cheio o chamado PMDB da Câmara.

A agência de propaganda Propeg está iniciando negociações para uma delação premiada.

Branislav Kontic, o ex-assessor de Antonio Palocci que tentou se matar, quer também contar o que sabe.

(A assessoria de imprensa da Propeg enviou nota em que afirma que não há negociação de delação premiada. Diz o texto: “A empresa sempre esteve e estará à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos”.)

 O vento está virando

 Ainda falta muito, mas um estudo inédito do Bradesco BBI mostra que os investimentos estrangeiros em ações e títulos de renda fixa mudaram de direção.

No mercado de ações, peso do Brasil no índice MSCI LatAm, referência sobre intenções de investimento, voltou a subir, depois de ter caído ininterruptamente desde 2010 — ano em que atingiu seu cume. Naquele ano, a participação das ações brasileiras no MSCI chegou a 67,9% da carteira. Foi ao fundo do poço no ano passado, com 45,9%. Agora, está em 54,7%, com tendência de alta.

Na renda fixa, o ponto máximo também foi alcançado em 2010, com 74 emissões (em volume, o ápice foi 2012, com US$ 50,5 bilhões). O momento de maior penúria foi em 2015, com apenas oito emissões, totalizando US$ 7,5 bilhões. Em 2016, já são 16 emissões, com US$ 20,2 bilhões.

O motivo, de acordo com o estudo, é a combinação favorável de fatores externos e internos: dois terços da liquidez mundial flutuam ao sabor de juros negativos e a expectativa de valorização dos ativos brasileiros.

Homologação antes de depoimentos: a estratégia da Odebrecht

 A Odebrecht tentará uma última cartada com a Procuradoria-Geral da República — e, claro, com Teori Zavascki — para tentar que a delação de seus executivos seja homologada ainda este ano: propor que a homologação seja feita antes da tomada dos depoimentos, a exemplo do que ocorre com os acordos de leniência.

Caso a PGR ou Teori não aceitem, e tudo indica que não toparão, os depoimentos só terminariam em fevereiro ou março de 2017 e a homologação, consequentemente, só ocorreria em abril.

Governo decidiu rifar Murilo Ferreira e mudar presidência da Vale

 O governo não vai admitir publicamente, mas já decidiu que Murilo Ferreira não fica na presidência da Vale além de maio de 2017, quando acaba o seu mandato — que ele gostaria de ver renovado.

A Vale é uma empresa privada, mas o governo participa do seu bloco de controle por causa de participações acionárias do BNDESPar e Previ. O Bradesco, outro sócio relevante, já foi avisado. Políticos da bancada de Minas Gerais também.

O governo não tem um poder absoluto a ponto de definir que Ferreira não seja reconduzido para mais um mandato. Mas vai usar, além da força óbvia que qualquer governo federal possui, a renegociação do acordo de acionistas, que acontece também em 2017, para convencer os sócios de que é hora de mudar o comando da Vale.

Em 2011, Dilma também meteu-se na empresa, rifando o então presidente Roger Agnelli. O Palácio do Planalto está analisando alguns nomes — um deles é o ex-diretor da própria Vale, José Carlos Martins, o executivo que mais tem se movimentado para conseguir a benção do governo.

Crédito Lauro Jardim no O Globo – disponível na web 10/10/2016

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