Temer recebe presidentes da Câmara e do Senado no Palácio do Jaburu e pede para Maia votação de denúncia ainda em julho

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Encontro aconteceu um dia antes de o deputado Sérgio Zveiter apresentar relatório sobre denúncia contra Temer à Comissão de Constituição e Justiça. Reunião durou cerca de uma hora e meia.

presidente da República, Michel Temer, recebeu neste domingo (9) os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no Palácio do Jaburu, onde Temer reside em Brasília.

O encontro durou cerca de uma hora e meia. A reunião aconteceu na véspera da apresentação, prevista para esta segunda (10), do relatório do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) sobre denúncia contra Temer. O tema está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

À TV Globo, Zveiter disse que já concluiu o relatório. O parlamentar fluminense, que é visto pelo Palácio do Planalto como independente, declarou que não sofreu pressões durante a elaboração do documento.

No parecer, o relator pode recomendar a admissibilidade ou a rejeição da denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer foi denunciado pelo crime de corrupção passiva.

Após a apresentação do parecer, a CCJ votará o relatório. Depois, o texto será submetido à análise do plenário da Câmara.

Caberá à Câmara decidir se a peça do Ministério Público seguirá ou não para o Supremo (para ir adiante, a denúncia precisa do apoio mínimo de 342 parlamentares).

Se chegar ao STF e os ministros da Corte aceitarem a denúncia, Temer, então, vai virar réu e será afastado do mandato por até 180 dias. Nessa hipótese, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assume interinamente, por ser o primeiro na linha sucessória.

Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, a reunião deste domingo foi convocada pelo presidente para debater o calendário de tramitação da denúncia na Câmara dos Deputados.

A denúncia da PGR

Michel Temer foi denunciado pelo crime de corrupção passiva, com base nas delações de executivos do grupo J&F, controlador do frigorífico JBS.

Além da condenação, o Ministério Público pediu a perda do mandato de Temer, “principalmente por ter agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade”.

Esta é a primeira vez que um presidente da República é denunciado ao STF no exercício do mandato.

Após a denúncia ter sido apresentada, o presidente afirmou ser “vítima de infâmia de natureza política”; cobrou a apresentação de provas “robustas”; e disse que a denúncia é uma “peça de ficção” do Ministério Público.

Crise Política

Nos últimos dias, a situação de Temer se agravou. Cresceu o movimento dentro do PSDB, um dos principais partidos da base de Temer, de desembarque do governo.

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que a legenda paga um preço “altíssimo” ao manter apoio ao governo “mais impopular da história”.

Segundo o tucano, seis dos sete deputados do PSDB na CCJ vão votar pela admissibilidade da denúncia contra Temer. Para Cunha Lima, o partido deve ficar “ao lado” de seus parlamentares e deixar os “cargos confortáveis” que possui no governo.

Em conversa com investidores na última quinta-feira (6), o parlamentar paraibano chegou a dizer que dentro de 15 dias o país teria um novo presidente. Depois, ele afirmou que foi uma “força de expressão”.

Já o presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), declarou que Temer estava perdendo a capacidade de governar o país. Tasso também disse que Rodrigo Maia teria condições de reunir os partidos em uma eventual transição até 2018.

Nesta segunda-feira, a cúpula tucana vai se reunir para debater o assunto.

‘Tranquilíssimo’

Apesar de atravessar o pior momento desde que assumiu a Presidência, Temer disse neste sábado (8) que estava “tranquilíssimo” depois encerrar sua participação na reunião do G20, na Alemanha.

Ainda no sábado, Temer retornou ao Brasil para tentar manter sua base de sustentação no Câmara dos Deputados. Ele deixou a Alemanha antes do término oficial da reunião das 20 principais economias do mundo.

Crédito Blog do Camarotti/Portal do G1 – disponível na internet 10/07/2017

Temer pede para Maia votação de denúncia ainda em julho

Imagem disponível na internet

No encontro deste domingo (9)no Palácio do Jaburu, o presidente Michel Temer pediu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que coloque em votação no plenário ainda em julho a denúncia por corrupção passiva contra ele apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Pelo calendário de Temer, o ideal é que a denúncia seja votada na semana do dia 17 de julho.
Temer quer agilidade na análise da denúncia. Isso porque ele teme o agravamento do ambiente político em agosto com o surgimento de fatos novos, como as delações premiadas do deputado cassado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro.
“Rodrigo Maia vai fazer tudo o que estiver dentro do regimento”, disse ao Blog um auxiliar direto de Temer, aliviado com o resultado do encontro.
Havia o temor no núcleo palaciano que Maia colocasse dificuldade neste calendário, depois que ficou clara a articulação para tornar o presidente da Câmara como sucessor de Temer como a solução para a crise política.
Pelo cronograma da articulação política do Planalto, a denúncia contra Temer deve ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda esta semana. E na semana seguinte, no plenário da Câmara. Para isso, a estratégia é segurar a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Sem a conclusão da LDO, o recesso parlamentar marcado para começar em 18 de julho, fica adiado.

Crédito Blog do Camarotti/Portal do G1 – disponível na internet 10/07/2017

 

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