Além do petista, outros cinco investigados (lista abaixo) se tornaram réus na mesma ação, entre eles o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato – a denúncia do Ministério Público contra Haddad, aliás, teve início a partir de delações do petrolão. Eles responderão por corrupção e lavagem de dinheiro. Já a tese de formação de quadrilha, também apontada pelos promotores, foi rejeitada pela Justiça.
A denúncia relata que entre abril e maio de 2013 Vaccari pediu ao empreiteiro Ricardo Ribeiro Pessoa, então presidente da empreiteira UTC Engenharia S/A, o repasse de R$ 3 milhões. Tal valor seria usado para quitar dívida de campanha do então prefeito de São Paulo recém-eleito.
A dívida, continua a denúncia, havia sido contraída com uma gráfica do ex-deputado estadual do PT Francisco Carlos de Souza, conhecido como Chicão. Caberia a Vaccari à função de representante de Haddad no esquema, segundo o MP.
Haddad tem dito que jamais cometeu irregularidades como gestor público. Segundo o ex-prefeito, a denúncia tem como base uma delação de alguém que teve “interesses contrariados”.
“Com o mesmo depoimento, sobre os mesmos fatos, de um delator cuja narrativa já foi afastada pelo STF [Supremo Tribunal Federal], o Ministério Público fez uma denúncia de caixa 2, uma denúncia de corrupção e uma de improbidade. Todas sem provas, fincadas apenas na desgastada palavra de Ricardo Pessoa, que teve seus interesses contrariados pelo então prefeito Fernando Haddad. Trata-se de abuso que será levado aos tribunais”, diz nota divulgada pelo petista.
Agenda
A denúncia diz ainda que Ricardo Pessoa e Fernando Haddad se reuniram mais de uma vez durante a campanha eleitoral de 2012. Da agenda do petista, já como prefeito, consta que ele recebeu o empreiteiro pessoalmente, em 28 de fevereiro de 2013. Uma contabilidade paralela de campanha era mantida entre Vaccari e Ricardo Pessoa, a título de propina como contrapartida por contratos da UTC Engenharia com a Petrobras. A dívida alcançou R$ 15 milhões, sempre segundo a denúncia.
“Ocorre que a solicitação de R$ 3 milhões teria sido atendida. Sendo assim, Ricardo Pessoa a prometeu e ofereceu diretamente para João Vaccari Neto, e indiretamente para Fernando Haddad. Na sequência, e de modo a viabilizar o pagamento, Ricardo Pessoa e João Vaccari Neto trocaram informações a respeito dos números de telefone dos seus prepostos”, acrescenta o MP.
Os réus:
Fernando Haddad – corrupção passiva e lavagem de dinheiro
João Vaccari Neto – corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Francisco Carlos de Souza – corrupção passiva e lavagem de dinheiro
Ricardo Pessoa – corrupção ativa
Walmir Pinheiro Santana – corrupção ativa
Alberto Youssef – lavagem de dinheiro
Crédito: Congresso em Foco – disponível na internet 20/11/2018