As chamas que atingiram a catedral de Notre-Dame, em Paris, por volta de 18h50 desta segunda-feira (horário local), geraram nove horas de trabalho para controle do fogo, mobilização de mais de 500 bombeiros e lágrimas, orações e cantos de pessoas em todo o mundo.
Agora que o incêndio está controlado – os bombeiros continuam no local e estão avaliando os danos à estrutura –, autoridades e representantes da sociedade civil começam a fazer um balanço da tragédia.
Segundo o jornal francês Le Monde, não há registro de mortes decorrentes do incêndio, mas dois policiais e um bombeiro envolvidos na operação ficaram feridos.
Jean-Claude Gallet, comandante dos bombeiros de Paris, afirmou à imprensa que, graças ao trabalho da corporação, a estrutura principal do monumento gótico de 850 anos, incluindo as duas torres, está “a salvo e preservada em sua totalidade”.
No entanto, sabe-se que a agulha principal, em espiral, e a cúpula da igreja colapsaram.
Ainda não há notícias sobre o estado de alguns itens internos como vitrais e obras de arte – mas, segundo o reitor da catedral, Patrick Jacquin, duas das principais relíquias do monumento não foram danificadas: a Coroa de Espinhos e a túnica de São Luís.
Discursando no entorno da Notre-Dame, o presidente francês, Emmanuel Macron, agradeceu ao trabalho dos bombeiros e anunciou o lançamento de uma campanha nacional para reconstruir as partes da catedral danificadas.
“A Notre-Dame de Paris é nossa história, nossa literatura. É o epicentro de nossa vida”, disse Macron.
“Trata-se da catedral de todos os franceses, mesmo daqueles que nunca vieram aqui”.
Estrutura em restauração
Ainda não há confirmação sobre as causas do acidente, mas a polícia de Paris afirmou que o fogo pode estar ligado aos trabalhos de restauração da catedral.
O prédio estava sendo restaurado desde o ano passado, quando a Igreja Católica da França fez um apelo por financiamento para salvar a estrutura, que estava com diversos problemas.
Com mais de 850 anos, a igreja de estilo gótico é o monumento histórico mais visitado da Europa, segundo o Le Monde.
Os bombeiros bloquearam um perímetro de segurança ao redor do local e os prédios em volta foram evacuados.
Fora do perímetro de segurança, milhares de pessoas observavam a tragédia. Algumas choravam, outras cantavam hinos e muitas filmavam o desastre com seus celulares.
A fumaça gerada pelo incêndio ultrapassou o entorno da catedral e se espalhou pela capital francesa.
A Defesa Civil do país disse em que não poderia usar aviões para combater o incêndio porque jogar água com aeronaves poderia “resultar no colapso total da estrutura.”
“O peso da água e a intensidade do despejo de uma altitude baixa poderia fragilizar a estrutura da Notre-Dame e causar danos colaterais aos imóveis vizinhos”, disse o órgão.
A afirmação foi feita depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer no Twitter que era “preciso agir rápido” e sugerir “tanques de água aéreos” para apagar o incêndio.