Entidades e CNN repudiam qualquer tipo de censura à liberdade de imprensa
Entidades representativas do setor de comunicação como a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e a CNN se posicionaram nesta quarta-feira (19) sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impediu a Jovem Pan de tratar de fatos envolvendo a condenação do candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
A Justiça Eleitoral determinou a retirada do ar de todas as plataformas da Jovem Pan de peças publicitárias de campanha eleitoral, feita por adversários, com a temática “Lula mais votado em presídios” e “Lula defende o crime”.
Por 4 votos a 3, os ministros decidiram que os jornalistas da emissora não podem falar sobre o assunto, sob pena de multa diária para o canal e para os jornalistas de R$ 25 mil.
Confira abaixo os posicionamentos.
Posicionamento da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert)
Por meio de nota, a Abert considerou preocupante a escalada de decisões judiciais que interferem na programação das emissoras, com o cerceamento da livre circulação de conteúdos jornalísticos, ideias e opiniões.
“As restrições estabelecidas pela legislação eleitoral não podem servir de instrumento para a relativização dos conceitos de liberdade de imprensa e de expressão, princípios de nossa democracia e do Estado de Direito”, afirmou a associação.
E continuou: “Ao renovar sua confiança na Justiça Eleitoral, a Abert ressalta que a liberdade de imprensa é uma garantia para o exercício do jornalismo profissional e do direito do cidadão de ser informado”, diz o texto da Abert.
Posicionamento da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel)
A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) disse que, pleno centenário do Rádio no Brasil, não poderia deixar de vir a público manifestar sua preocupação com os atos que atingem o trabalho da livre imprensa.
“A recente decisão que impede o trabalho de divulgação e respeito à linha editorial de veículo de comunicação profissional, sediado no Brasil e regulado pela legislação brasileira atinge a todo o setor de Radiodifusão. Tal ato ignora a história da Televisão e do Rádio que esse ano comemoram 72 e 100 anos, respectivamente”, disse a Abratel, em nota.
A associação conclui dizendo que acredita que “qualquer decisão a ser tomada sobre esse tema seja tomada sempre em consonância com a preservação da liberdade de imprensa e do Estado Democrático de Direito”.
“Esperamos que as instituições respeitem a história dos veículos de comunicação profissionais sediados em nosso país.”
Posicionamento da Associação Nacional de Jornais (ANJ)
“Em se tratando de veículos jornalísticos, a ANJ se coloca contrária à censura à imprensa, que é vedada pela Constituição”, informou à CNN a Associação Nacional de Jornais.
Posicionamento da Jovem Pan
A Jovem Pan publicou um editorial nesta quarta-feira (19) a respeito da decisão do TSE. O veículo classificou a decisão da Justiça Eleitoral como censura.
“A Jovem Pan está, desde a segunda-feira, 17, sob censura instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não podemos, em nossa programação — no rádio, na TV e nas plataformas digitais —, falar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Não importa o contexto, a determinação do Tribunal é para que esses assuntos não sejam tratados na programação jornalística da emissora. Censura”, afirmou a Jovem Pan em editorial. Leia aqui o texto na íntegra.
Posicionamento da CNN
A CNN Brasil reitera sua defesa irrestrita da democracia e repudia, portanto, qualquer tipo de censura à liberdade de imprensa e de expressão.
Crédito: Carolina Cerqueira / CNN – @ disponível na internet 20/10/2022
Não se trata de censura a nenhum veículo quando este tem a pecha, coragem, e falta de escrúpulos em desdizer a verdade. A censura é quando os poucos proprietários de veículos de comunicação , que ganharam concessões televisivas e radiofonicas, para divulgarem fatos reais, de interesse da sociedade e impedem que os jornalistas, âncoras, atores ou divulgadores se posicionem politicamente contra a opinião dos mandatários, que se utilizam das informações da forma que bem entendem, tendo como barganha os direitos das concessões. A JP é uma emissora que procura criar cizanias políticas criando sobre fatos verdadeiros , falsos comentários, derivando para fakes informativas, na tentativa de , no caso específico, de tumultuar o processo eleitoral. Seu time de comentaristas, não tem o discernimento do que é cidadania, democracia, e princípio republicano . É uma pena, pisam na bola, e tem muito a sua prender, assim como as emissoras que divulgam os eventos religiosos, de qualquer corrente , onde aparecem padres segurando imagens sacras solicitando dízimos e outras em que aparecem pastores chutando santas enquanto pregam virtudes que não tem ou oferecem promessas de remissão por meio do pagamento de boletos. Ajustar condutas é uma forma democrática de corrigir os excessos, é legal, e válido como a forma de coibir abusos no campo comunicação. Censura, já vivemos e não podemos confundir com regras de convivência e harmonia na sociedade.