Aliados consideram superada a crise política e avaliam que resta a Temer a batalha jurídica no TSE.

0
317

Os aliados mais próximos do presidente Michel Temer garantem que o chefe de governo conseguiu o apoio dos partidos da sua base de apoio no Congresso – PSDB, DEM, PP, PSD, além do PMDB – e, com isso, garantiu a governabilidade. Segundo assessores e amigos de Temer que frequentam o Palácio do Planalto, resta apenas uma longa batalha jurídica que começa nesta terça-feira (6) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte julgará a ação impetrada pelo PSDB pedindo a anulação da eleição presidencial de 2014, por abuso de poder econômico supostamente cometido por petistas e peemedebistas.

Deputados, senadores e ministros que estão à frente das articulações políticas para tentar superar a crise e manter Temer apostam em dois caminhos: o ideal é que Temer seja inocentado em um julgamento rápido pela Justiça Eleitoral e a Corte aceite a tese da defesa de que os gastos da campanha de Temer como vice de Dilma Rousseff não foram contaminados pelo dinheiro que a ação do PSDB considera ilegal, e que financiou a vitória da petista. O outro caminho é a utilização de todos os recursos jurídicos ainda no TSE – e até no Supremo Tribunal Federal – para tentar evitar a cassação da chapa inteira e manter Temer no cargo até o fim do mandato, em 31 de dezembro de 2018.

“A batalha política já vencemos quando desmontamos a conspiração para derrubar o presidente pressionando por sua renúncia ou votando um impeachment no Congresso. Nos resta agora uma batalha jurídica que pode ser longa, mas com boas chances de vitória”, disse ao Congresso em Foco o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), hoje um dos parlamentares mais próximos de Temer. Os aliados do presidente garantem que a tese da defesa tem a simpatia de pelo menos quatro dos nove ministros do TSE, e que um deles poderia pedir vistas diante de um assunto tão polêmico e de graves consequências.

O entendimento dos aliados de Temer é que a vitória da tese de defesa do presidente no TSE poderia superar definitivamente a crise e ajudaria o governo e sua base de apoio parlamentar a aprovar as reformas trabalhista e da Previdência no Congresso. Tal contexto asseguraria a manutenção de Temer à frente do governo, mesmo fraco, até o final do mandato. Uma vitória no TSE é importante para Temer, que teria mais um argumento para enterrar o movimento formado pela maioria dos deputados do PSDB que defende o afastamento imediato do presidente, por renúncia ou impeachment.

Bomba

A crise política se agravou no dia 17 de maio quando o jornal O Globo divulgou gravações de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, um dos donos do Grupo JBS, e o presidente Temer. No encontro no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice presidência da República, foram tratados assuntos como pagamento de propina para comprar o silencio do ex-deputado Eduardo Cunha e até a corrupção de juízes e procuradores para livrar o grupo empresarial de ações judiciais.

A gravação entregue à Justiça em um processo de delação premiada do empresário é a principal base jurídica para o pedido do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, ao STF para investigar e interrogar Temer por suspeita de corrupção e obstrução de Justiça. A última preocupação do Palácio do Planalto é com o que vier a ser dito pelo ex-deputado e assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), preso depois de ser filmado ao receber uma mala com R$ 500 mil – para investigadores, a primeira de diversas parcelas que serviriam como uma espécie de aposentadoria para ele e o presidente.

Em conversa com aliados, Temer admite que errou ao receber Joesley Batista no Jaburu

Crédito: Leonel Rocha/Congresso em Foco – disponível na internet 06/06/2017

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Por favor, insira seu comentário!
Por favor, digite seu nome!