Temer viaja à China para cúpula do Brics e divulgará projetos de privatização. Planalto está preparado para possível nova denúncia contra o presidente.

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O presidente Michel Temer embarca hoje (29) para a China onde fará uma visita de Estado e participa da reunião de cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. No país, Temer vai apresentar o conjunto de 57 projetos que serão concedidos à iniciativa privada em busca de atrair investidores chineses.

O presidente também buscará ampliar o comércio com a China, que é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil. Temer viaja acompanhado por ministros, governadores e cerca de 10 parlamentares.

No dia 1° de setembro, em Pequim, o presidente fará visita de Estado a convite do presidente Xi Jinping. Ele se reunirá também com o primeiro-ministro Li Keqiang. Com a visita, o governo espera promover a diversificação da pauta de exportação para a China e atrair novos investimentos. Em Pequim, está prevista a assinatura de acordos em áreas como infraestrutura, saúde, cultura e tecnologia.

Temer conclui a visita à capital com a participação no Seminário Empresarial Brasil-China, organizado pela Apex-Brasil, que reunirá líderes empresariais chineses que já investem ou têm interesse em investir no Brasil.

Cúpula do Brics

Após Pequim, Temer segue para Xiamen, no dia 3, onde participará da 9ª Cúpula do Brics. “O presidente Temer identifica no Brics um espaço privilegiado de cooperação econômica, em particular em matéria financeira. Nessa perspectiva, o Brasil renovará seu engajamento nas atividades do Novo Banco de Desenvolvimento”, disse o porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola.

De acordo com Parola, durante a reunião do Brics o presidente Temer vai conversar com representantes do setor privado do Brasil e de outros integrantes do grupo com o objetivo de atrair mais investimentos externos para o país.

Michel Temer deixa a China no dia 5 de setembro e deve checar ao Brasil no dia 6, a tempo de assistir o desfile de 7 de setembro, Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios.

Planalto está preparado para possível nova denúncia contra Temer, diz Padilha

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou hoje (28) que o Palácio do Planalto está “preparado” para enfrentar uma possível nova denúncia a ser oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Segundo Padilha, os indicadores mostram que a economia está se descolando da política e, sob esse ponto de vista, deixa de ser impactada por notícias negativas.

“Se vier uma nova denúncia, por certo, estaremos preparados para, politicamente, enfrentá-la no que diz respeito ao campo político, e juridicamente, enfrentá-la, no campo jurídico. E a economia está descolada [da política]. Prova disso é que, neste segundo trimestre, tivemos o melhor desempenho em relação ao primeiro trimestre. E no terceiro, temos vários indicadores que estão superando os do segundo também. Ou seja, estamos em ascensão. Na política, também teremos que dar o tratamento que o caso, se vier, merecer”, disse o ministro. Ele reiterou que o governo vem retomando a confiança dos diversos atores econômicos.

No início deste mês, a Câmara dos Deputados negou o prosseguimento da denúncia contra  Temer oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pelo crime de corrupção passiva. A investigação tem como base a delação premiada do dono do grupo JBS, Joesley Batista. Há a expectativa, no entanto, de que Janot denuncie Temer por outros crimes mencionados no pedido de abertura de inquérito feito em junho, como obstrução de Justiça.
Padilha concedeu entrevista após participar de reunião ministerial conduzida pelo presidente Michel Temer, que amanhã (29) viajará para a China. Durante a reunião, Temer pediu aos ministros um levantamento das ações de cada pasta desde que ele assumiu a Presidência da República, e anunciou a intenção de retomar os encontros setoriais com seus auxiliares.

Após a fala de Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, fez uma exposição otimista sobre a economia brasileira que, segundo ele, está em “trajetória de recuperação”. Aos jornalistas, ele voltou a repetir que o governo acredita que o “senso de realismo” deve permanecer e que a reforma da Previdência, que altera regras para acesso à aposentadoria, será aprovada pelos parlamentares.
De acordo com Meirelles, o governo trabalha com a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) em 2018 de 2% “com viés de alta”.

Meirelles disse que o “quadro positivo” é resultado das medidas de austeridade fiscal e das reformas promovidas pelo governo para controlar de forma mais rígida as despesas. “Isso tudo está dando confiança, a economia já está crescendo em base sólida. Portanto, a nossa expectativa é entrar no próximo ano com um ritmo de crescimento já acima de 2,5%, possivelmente ao redor de 3%. Mas esse é um quadro de previsão sujeito a variáveis”, acrescentou.

Agência Brasil de Notícias 29/08/2017

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