Operação da PF apura fraudes em fiscalizações do Inmetro em postos de combustíveis de Goiás. Superintendente é afastado.

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Fiscais recebiam propina de donos de postos para omitir adulteração na venda de combustível em alguns estabelecimentos, diz PF. São 17 mandados; entre os alvos estão fiscais do órgão e empresários.
Ação da polícia contra servidores do Inmetro e empresários em Goiás
Ação da polícia contra servidores do Inmetro e empresários em Goiás

A Polícia Federal e Polícia Civil realizam, nesta terça-feira (6), uma operação para combater crimes de corrupção no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) de Goiás. De acordo com a PF, fiscais do órgão recebiam propina de donos de postos para omitir adulteração na venda de combustível em alguns estabelecimentos.

Ao todo, foram expedidos 17 mandados em Goiânia e cinco cidades do estado. Entre os alvos estão fiscais do órgão e empresários. O superintendente Regional do Inmetro em Goiás, André Abrão, foi afastado do cargo, suspeito de obstruir as investigações.

Em nota ao G1, o Inmetro informou que os funcionários investigados pela operação vão ser afastados. Disse ainda que o órgão “está sempre em consonância com o trabalho da Polícia Federal, respeita as decisões da Justiça e fiscaliza fora e dentro da instituição”.

A operação, denominada Fiel da Balança, foi deflagrada nesta madrugada e ocorreu na capital, Inhumas, Caturaí, Pires do Rio, Caldas Novas, e Aparecida de Goiânia. Segundo a Polícia Federal, os postos investigados ofereciam quantidade de combustível inferior à paga pelo consumidor.

Segundo a corporação, cerca de 60 policiais das duas instituições cumprem quatro mandados de prisões temporárias expedidos pela Justiça Federal, contra fiscais do instituto, além de 13 expedidos pela Justiça Estadual contra donos de postos, mecânicos de bombas de combustíveis.

Os presos na operação devem ser levados para a Superintendência da Polícia Federal em Goiás, que fica no Setor Bela Vista, na região sul de Goiânia.

Presos estão sendo levados para a sede da Polícia Federal em Goiânia (Foto: Thaís Luquesi/TV Anhanguera)

Presos estão sendo levados para a sede da Polícia Federal em Goiânia (Foto: Thaís Luquesi/TV Anhanguera)Presos estão sendo levados para a sede da Polícia Federal em Goiânia (Foto: Thaís Luquesi/TV Anhanguera)

Presos estão sendo levados para a sede da Polícia Federal em Goiânia (Foto: Thaís Luquesi/TV Anhanguera)

Superintendente do Inmetro impedia envios de relatórios informando irregularidades, diz PF.  Ele foi afastado da função nesta terça-feira (6).

Investigação identificou fiscais recebendo propina de donos de postos para omitirem adulteração na venda de combustível em alguns estabelecimentos, diz PF. Operação cumpre 17 mandados.

Operação apura fraudes em fiscalizações do Inmetro em postos de Goiás
Operação apura fraudes em fiscalizações do Inmetro em postos de Goiás

A Polícia Federal afirmou que o superintendente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Goiás, André Abrão, impedia que relatórios comprovando fraudes em postos de combustíveis fossem enviados à corporação, atrapalhando investigações da Operação Fiel da Balança. Ele foi afastado da função nesta terça-feira (6).

Segundo a PF, fiscais do órgão recebiam propina de donos de postos para omitir a adulteração na venda de gasolina e álcool. Em nota ao G1, o Inmetro disse que os funcionários investigados serão afastados e que “está sempre em consonância com o trabalho da Polícia Federal, respeita as decisões da Justiça e fiscaliza fora e dentro da instituição”.

“Em outubro do ano passado, deflagramos uma operação para apurar fraudes na fiscalização de postos de combustíveis. Depois disso, pedimos um relatório desses estabelecimentos ao Inmetro. É o superintendente impediu que esses relatórios que comprovavam irregularidades fossem encaminhados para a Polícia Federal”, disse o delegado da PF, Antônio Santos.

Além disso, segundo o delegado, o superintendente informava sobre o andamento das apurações aos suspeitos. “Ele chegou a informar a um dos fiscais do Inmetro que ele estava sendo investigado pela polícia”, disse.

O presidente do Inmetro, Carlos Augusto de Azevedo, informou que o afastamento ocorreu com base em decisão judicial. “Um novo superintendente já foi nomeado e o órgão segue funcionando normalmente. Estamos combatendo a corrupção fora e dentro do Inmetro”, afirmou.

Azevedo disse ainda que o órgão vai estudar melhorias no controle e fiscalização para evitar que novas fraudes aconteçam.

A operação ocorreu em parceria com a Polícia Civil. Ao todo, havia 17 mandados: dez de condução coercitiva, três de busca e apreensão e quatro de prisão (três fiscais foram presos e um está foragido).

Os mandados foram cumpridos durante a madrugada desta terça em Goiânia, Inhumas, Caturaí, Pires do Rio, Caldas Novas e Aparecida de Goiânia. Os presos na operação foram levados para a Superintendência da PF em Goiás, que fica no Setor Bela Vista, na região sul de Goiânia.

Durante a operação, a Polícia Civil cumpriu dez mandados de condução coercitiva contra donos de postos e técnicos de manutenção de bombas de combustíveis. Equipamentos utilizados para adulteração das bombas foram apreendidos pela polícia.

“Na casa de um dono de postos, em Inhumas, encontramos várias placas e controles que eram utilizados para fraudar a quantidade de combustível vendido. Com ele também encontramos uma arma e ele acabou preso em flagrante por posse de arma”, explicou o delegado Webert Leonardo.

Crédito:  Murillo Velasco, G1 GO – disponível na internet – 06/02/2018

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