5 dicas para não cair em pirâmide financeira com Tiago Reis, da Suno
Promessa de dinheiro fácil e sem risco são as maiores armas das empresas fraudulentas
- Conhecido também como esquema de Ponzi, em homenagem a Carlos Ponzi, que trouxe a fraude para o país em 1939, o golpe consiste no recrutamento de novos investidores para sustentar a rentabilidade dos mais antigos
- Segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 11% das pessoas caem em investimentos fraudulentos, das quais 55% são cooptadas por pirâmides
- Para Reis, a maior arma dos golpistas é a promessa de riqueza, sempre apelando para a ganância das pessoas que desejam ficar ricas
Para ajudar a minimizar os estragos na vida financeira das pessoas, Tiago Reis, fundador da Suno Research e analista certificado, decidiu desmascarar as pirâmides. Com duras críticas e argumentos sólidos, sua iniciativa, apelidada de #OperaçãoFaraó, já ajudou a derrubar as pirâmides Unick, DD Corporation e A2 Trader.
Na visão de Reis, a legislação deveria ser mais rígida para quem comete esse tipo de crime. Muitos desses golpistas conseguem fugir com o dinheiro dos clientes e, em alguns casos, até abrem outra pirâmide após a primeira ruir. “Tem que pegar todo mundo como exemplo e processar, não só a liderança, mas também quem estava embaixo”, diz.
Mas, afinal, como fazer para não cair em investimentos fraudulentos? Confira as dicas de Tiago Reis:
1- Cuidado com promessas de grandes retornos
“Ganhe 1% ao dia”. “Dobre seu investimento em pouco tempo”. Esses argumentos são sinais de que o dinheiro rápido virá por meio do recrutamento de novos entrantes, ao invés da renda gerada pela venda de ativos.
“Qualquer pessoa que te prometer mais de 1% ou 2% por mês é irreal. Lógico que existem alguns créditos que custam mais caro e que pagam até um pouquinho mais, mas existe o risco desse crédito e não há nada que possa ser prometido sem risco, ainda mais acima desse patamar”, explica.
“O maior investidor de todos os tempos, Warren Buffett, ganhou em média 1,6% ao mês, desta forma, o retorno médio possível é daí para baixo. Se alguém te promete mais do que isso, fique esperto, pois isso é uma bandeira vermelha”, completa.
2- Você não sabe como a empresa ganha dinheiro
Uma das maiores táticas dos golpistas é oferecer um modelo de serviço confuso ou difícil de avaliar. Muitas empresas, inclusive, vendem produtos tecnológicos que acabam atraindo pessoas que não têm conhecimento o suficiente para saber distinguir se os produtos e serviços oferecidos pela empresa são reais ou não.
“Se você não sabe explicar como a empresa irá ganhar dinheiro, é uma cilada. É preciso saber como ela irá te dar os retornos prometidos”, diz.
3- Procure por instituições reguladas e auditadas
Empresas de investimentos sérias são reguladas pela CVM ou pela Anbima. Sendo assim, a primeira coisa que você deve procurar saber é se essas empresas possuem registro, no caso da CVM, ou se é associada à Anbima. “Caso a empresa não tenha nenhuma das duas, é mais um alerta para os investidores”, explica Reis.
4 – Você tem que trazer mais gente
Essa talvez seja a estratégia mais típica das pirâmides: quando o recrutamento de novos membros possui mais ênfase do que a venda de um ativo. Além disso, o aliciamento de novos integrantes é um dos principais motivos por trás da queda das pirâmides, pois há um número finito de pessoas e as pirâmides precisam de novos entrantes para continuar crescendo para sempre.
“A estratégia é típica das pirâmides financeiras: traga mais pessoas e você será premiado de alguma forma, ou convide seis amigos para atingir o nível ouro”, diz.
5 – Ostentação cafona
Ostentação fora do normal! Apelar para a ganância das pessoas também é uma das estratégias utilizadas por esse tipo de negócio, pois eles entendem que todo mundo tem o desejo de ser rico. As empresa sabem disso e prometem essa riqueza, que não será entregue. Uma instituição regulada não pode prometer nada”, diz Reis.
“Para muita gente, ostentar é uma espécie de validação social. Sendo assim, é normal ver as empresas alugando carros de luxo, como por exemplo, uma Ferrari, para gravar vídeos publicitários com o intuito de demonstrar sucesso e riqueza, para atrair novos entrantes no negócio fraudulento”, diz.
Crédito: Luiz Felipe Simões/O Estado de São Paulo – @internet 22/01/2021