Governo obtém R$8 bi com leilão de áreas de petróleo dominado por Petrobras e Exxon

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O Brasil realizou nesta quinta-feira o maior leilão de sua história sob regime de concessão, ao negociar 22 blocos marítimos com uma participação agressiva de consórcios integrados por Petrobras e Exxon Mobil, que responderam por grande parte dos 8 bilhões de reais arrecadados, superando em muito expectativas do próprio governo.

O leilão, que ofertou ao todo 47 áreas no mar, também marcou o retorno da norte-americana Chevron na busca de um novo cardápio exploratório, já que a empresa não obtinha novas concessões em leilões no país desde 2013.

Outras petroleiras gigantes que já atuantes no Brasil confirmaram interesse em continuar crescendo no país, como Shell, Statoil, BP, com lances competitivos e em declarações de executivos ao fim do leilão.

Os lances mais valiosos do certame de áreas marítimas foram concentrados na Bacia de Campos, tradicionalmente a mais importante do Brasil, mas que tem enfrentado declínio nos últimos anos devido a grande quantidade de áreas já no fim de suas vidas. A bacia respondeu sozinha por 7,5 bilhões em bônus de assinatura.

O governo leiloou também blocos nas bacias Potiguar, Santos, Ceará e Sergipe-Alagoas.

“A principal notícia do contexto global do leilão é o ressurgimento da Bacia de Campos, que sofreu uma interrupção na oferta de áreas por conta do polígono do pré-sal”, disse o diretor-geral da ANP, Décio Oddone.

Com o sucesso da licitação, que teve um ágio de 621,91 por cento, o governo federal revisou para mais de 12 bilhões de reais sua expectativa para arrecadação de bônus com os leilões de petróleo deste ano, recursos esses que devem ajudar a União a ter um déficit menor em suas contas.

Antes do leilão desta quinta-feira, a expectativa do governo era arrecadar um total de 6,9 bilhões de reais em bônus de assinatura neste ano, incluindo as rodadas de blocos marítimos e terrestres sob regime de concessão desta quinta-feira e a rodada do pré-sal sob regime de partilha, em junho.

“Foi um sucesso retumbante e esse já é o maior leilão da história de leilões (de concessões) no Brasil”, disse o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis, do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, ao comentar a nova previsão de arrecadação após o evento.

DESTAQUE

No maior lance da 15ª Rodada de Licitações desta quinta-feira, um consórcio formado pela norte-americana Exxon, a Petrobras e a QPI , do Catar, arrematou o bloco C-M-789, na Bacia de Campos, pagando bônus de aproximadamente 2,8 bilhões de reais, no maior lance já registrado em um leilão de concessão no Brasil. O grupo tem a Exxon como operadora, segundo a ANP.

Já um outro consórcio, com a Petrobras como operadora, a norueguesa Statoil e a Exxon Mobil, arrematou o bloco C-M-657, também em Campos, com um bônus de 2,128 bilhões de reais.

A Petrobras também arrematou como operadora, junto com Statoil e Exxon, o bloco C-M-709, em Campos, por 1,5 bilhão de reais.

A estatal brasileira ainda integrou um consórcio, operado pela Exxon e com presença também da QPI, que levou o bloco C-M-753, por 330 milhões de reais.

Em entrevista, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que os lances no leilão levaram em conta o interesse da empresa e não apenas questões como caixa e endividamento.

Crédito: Marta Nogueira e Rodrigo Viga Gaier e Alexandra Alper/ Reuters Brasil – disponível na internet 30/03/2018

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