Governo errático amplia paraíso da elite do funcionalismo

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Começou a ser desvendado um dos mistérios da República —a folha de pagamentos dos 11,4 milhões de servidores da União, dos estados e municípios.
 

O enigma da gestão de pessoal no setor público custa R$ 300 bilhões por ano e foi estudado pelo Banco Mundial, uma das instituições multilaterais moldadas no fim da Segunda Guerra pelos economistas John M. Keynes, britânico, e Harry Dexter White, americano, reputado como informante da antiga União Soviética. 

Mesmo assim, jogam luz sobre a balbúrdia instalada por interesses políticos e corporativos na folha de pagamentos. E mostram como tem sido manipulada para iniquidades.

Existem 321 carreiras em 25 ministérios, administradas a partir de 117 tabelas salariais. Esse catálogo prevê 179 formas de pagamento. Contaram-se 405 tipos de gratificações, 167 delas “por desempenho” e extensíveis aos aposentados. Há, ainda, 105,5 mil cargos de chefia.

Dessa confusão nasceu uma elite burocrática: 44% dos servidores recebem mais de R$ 10 mil mensais. Estão no topo da pirâmide de renda. Em estados como Alagoas, eles têm renda média 60 vezes maior que a dos trabalhadores do setor privado.

Mais da metade (53%) desse grupo ganha entre R$ 10 mil e R$ 33,7 mil por mês. E 1% vai além, com supersalários. Nas carreiras jurídicas um iniciante ganha mais de R$ 20 mil.

O Ministério da Economia abriu as portas na última quarta-feira para apresentar esses dados, justificando uma reforma nesse paraíso. Horas depois, no plenário da Câmara, a vice-líder do PSL, deputada Bia Kicis, anunciou o apoio do presidente a uma aliança com o PT, PCdoB, PSOL, entre outros, para criação de nova carreira no funcionalismo, a da Polícia Penal. Será a 322ª na folha de pessoal.

Crédito: José Casado/O Globo – disponível na internet 17/10/2019

Nota: O presente artigo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. 

 

6 Comentários

  1. Na publicação a Asmetro deveria ter colocado a sua opinião sobre o assunto e quais são as ações que está fazendo para esclarecer para o povo brasileiro a real situação do funcionalismo público

    • Prezada Gloria
      Todas as nossas atividades e ações em defesa do servidor do Inmetro estão disponíveis na página do ASMETRO, bem como o tema é sempre pauta de discussão nas assembleias.
      No caso do artigo, colocamos uma nota informando que o mesmo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

  2. Tem-se que combater os supersalarios, sim, e os privilégios que os acompanham. Muitos pensam que todos os servidores públicos usufruem de tais imoralidades. E não é verdade. Nós, os funcionários que ganhamos mal e batemos ponto todo dia, devemos sempre que possível esclarecer a quem pudermos que não anos marajas, e que valemos até mais do que ganhamos.

  3. Isto é herança de décadas de desgoverno.
    Esta matéria está muito enviezada.
    Na minha opinião, a Asmetro não deveria repercutir matérias que prejudicam a imagem do funcionalismo publico.

    • O presente artigo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. Ademais lembramos que somos pautado pela Transparência

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