“A Janela de Overton”

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“A Janela de Overton: entenda como você pode ser manipulado pela esquerda”

“Quer entender a técnica que “progressistas”, esquerdistas e globalistas usam para manipular você e conquistar adeptos para suas pautas subversivas?

Publico aqui um artigo da autoria de Ignacio Gómez Romero no qual o autor explica por que um número cada vez maior de pessoas tem aderido a causas “progressistas” que se apresentam como humanitárias.

A tentativa de aprovação do PL 3369/2015, que prevê a legalização do incesto e do “poliamor” (e sua equiparação ao status de “família”), revela a estratégia da esquerda para medir a aceitação desses temas pela população e avançar na normalização dessas e outras condutas.”

“As mudanças constantes e frequentes às quais estamos sujeitos atualmente ocorrem numa velocidade tão rápida que, para a maioria de nós, são quase imperceptíveis, a ponto de nos termos acostumado de maneira inconsciente a essas transformações permanentes e de termos perdido a capacidade de assombro.

Como afirma Peter Senge em seu livro A Quinta Disciplina, somos vítimas da parábola da rã cozida, pois estamos presos em tantas mudanças, que terminamos nos perdendo de vista. Senge pede que imaginemos o seguinte: estamos segurando com cuidado uma rã e em seguida a depositamos em uma vasilha com água fervente e a soltamos. A reação imediata dessa rã será sair da vasilha custe o que custar. Mas se, em vez disso, a depositarmos com cuidado na vasilha com a água em temperatura ambiente, ela não oferecerá resistência e começará a nadar. Em seguida, após acendermos o fogareiro a temperatura da água subirá lenta e constantemente até que atinja o ponto de ebulição. Como a rã foi se acostumando à temperatura da água, não resistirá e, sem se dar conta, morrerá na água fervente.

O exemplo anterior ilustra como as mudanças constantes às quais estamos sujeitos nesta nova época em que vivemos nos fizeram perder a noção do que é bom ou mau, do que deve mudar ou permanecer. Hoje em dia está na moda a tolerância e a defesa dos direitos humanos das minorias. Os valores da nossa sociedade também mudaram, pois o que era considerado bom agora está fora de moda e o que antigamente era considerado mau é hoje tido como adequado. 

Nesta pós-moderna sociedade da tolerância em que vivemos, tal como na parábola da rã cozida, não nos damos conta de que a nossa comunidade não tem ideais permanentes e, como resultado, tampouco tem uma divisão clara entre o bem e o mal, pois vivemos em um relativismo galopante, em uma sociedade permissiva na qual impera a lei do menor esforço com o maior prazer possível e onde, além disso, o consumo e a posse de bens é o que determina o êxito das pessoas.

Alguns estudiosos têm investigado as causas desta transformação que nossa sociedade está sofrendo e das razões da mudança na forma de pensar e de conceber as coisas, e deram a elas um nome. Trata-se de uma técnica que permite mudar a atitude popular em relação a conceitos considerados totalmente inaceitáveis, a fim de fazer com que se tornem aceitáveis e até agradáveis.

Essa técnica é conhecida como “Janela de Overton”, e recebeu esse nome em honra ao seu criador Joseph P. Overton, ex-vice-presidente do Centro Mackinac de políticas públicas. Ela consiste em uma sequência concreta de ações com o fim de alcançar uma mudança radical em relação a determinados temas, e possui cinco etapas:

Primeira etapa: do impensável ao radical.
Segunda etapa: do radical ao aceitável.
Terceira etapa: do aceitável ao sensato.
Quarta etapa: do sensato ao popular.
Quinta etapa: do popular ao político.

Evgueni Gorzhaltsán foi um dos primeiros a explicar esse tema e mostra como aqueles que se defrontam com a Janela de Overton sofrem mudanças radicais em sua maneira de pensar sobre determinados temas. Não se trata de uma lavagem cerebral, mas de uma exposição à racionalidade e à tolerância de algo que, em princípio, é inaceitável, mas depois de um determinado processo termina sendo totalmente aceito.

Gorzhaltsán escreveu um artigo no qual explica como funciona a Janela de Overton. Ele dá um exemplo extravagante por meio do qual mostra como tornar aceitável a ideia de legalizar o canibalismo, atividade que, por uma questão de princípio, é considerada por todos repugnante e impensável, completamente alheia à moral pública.

Primeira etapa (do impensável ao radical): o canibalismo é uma prática rechaçada por todos atualmente e sua legalização é inaceitável. Para mudar essa percepção, um grupo de pessoas recorre ao pretexto da liberdade de ação e de expressão, dando razões antropológicas e culturais e exemplos de como isso é normal em algumas comunidades. Começam a reunir declarações “autorizadas” sobre o canibalismo, garantindo, com isso, a transição de uma atitude negativa e intransigente a uma atitude mais positiva ou mesmo neutra da sociedade em relação ao tema.

Simultaneamente, um grupo radical de supostos canibais exige os seus direitos em razão das suas preferências e inclinações, embora o grupo só exista na internet (de maneira virtual). Isso chama a atenção da imprensa, que divulga a sua existência por ser uma novidade. Isso faz com que o tema deixe de ser impensável e passe a ser discutível. Assim, o tabu começa a desaparecer.

Segunda etapa (do radical ao aceitável): procuram-se fundamentos científicos que possam demonstrar que o canibalismo não representa nenhum risco e que, além disso, “posso fazer com o meu corpo o que bem entender, pois é o meu direito”. A partir desse momento, quem se opõe ao tema, ou faz críticas, é considerado alguém de mente estreita, um fanático que não abre a sua mente para coisas novas.

Neste momento, deve-se condenar a intolerância. É também necessário criar um eufemismo para descrever o próprio fenômeno, com o objetivo de dissociar a essência da questão de sua denominação, de separar a palavra de seu significado. Assim o canibalismo se converte em “antropofagia” e, posteriormente, em “antropofilia”. Ao mesmo tempo, cria-se uma referência histórica, mitológica, contemporânea ou simplesmente inventada, mas o mais importante é que seja legitimada, para que possa ser utilizada como prova de que a antropofilia pode ser legalizada.

Terceira etapa (do aceitável ao sensato): aqui é importante promover ideias como “o desejo de comer pessoas está geneticamente justificado”, “às vezes uma pessoa tem de recorrer a isso, casa haja circunstâncias urgentes” ou “um homem livre tem o direito de decidir o que come”. Especialistas e jornalistas passam a demonstrar que, durante a história da humanidade, sempre houve ocasiões nas quais as pessoas praticaram o canibalismo e que isso era algo normal. Isso é dito para diminuir a pressão das pessoas que não estão de acordo com o tema, as quais sempre serão tratadas como intolerantes e irracionais.

Quarta etapa (do sensato ao popular): aqui os meios de comunicação, com a ajuda de pessoas conhecidas e políticos que sempre querem ficar bem com todos, já falam abertamente da antropofilia. O termo começa a aparecer em filmes, letras de canções populares e vídeos. São contadas histórias verdadeiras ou inventadas de personagens históricos que praticavam a antropofilia, procurando dar um toque humano e sentimental a essa atividade.

Quinta etapa (do popular ao político): neste momento a pressão já é tanta nos meios de comunicação e nas redes sociais, que começam a ser preparadas iniciativas de lei para legalizar o fenômeno. Os grupos de pressão se consolidam no poder e publicam pesquisas que supostamente confirmam uma elevada porcentagem de partidários da legalização do canibalismo na sociedade. A partir desse ponto um novo dogma é estabelecido na consciência pública: “A proibição de comer pessoas está proibida.”

Durante a última etapa do “movimento das janelas” de Overton, do popular ao político, a sociedade já sofreu uma ruptura, pois as normas da existência humana foram alteradas ou destruídas com adoção das novas leis.

Como podemos ver, a Janela de Overton tem um sem número de aplicações para conseguir realizar a mudança de paradigmas em temas impensáveis, como a legalização do aborto, que ignora os direitos de um bebê indefeso, a legalização da maconha para fins “recreativos” ou o tema da família, que, sendo a base da sociedade, agora pode ser rebaixada e comparada a um simples contrato de convivência, como pretendem os promotores da agenda LGBT. 

Com certeza todos os seres humanos têm direitos, mas o meu direito, assim como o dos demais, termina onde inicia o direito do meu próximo, e não posso alegar que o meu direito seja prioritário ou passe por cima do direito dos demais, muito menos do direito de instituições tão fortes e representativas como a família.

Quando nos perguntamos por que o nosso mundo está virado de pernas para o ar, por que os valores perderam a relevância, por que as virtudes se tornaram loucas, por que ocorrem hoje coisas que antes eram impensáveis, a resposta é clara: de modo inconsciente, fomos expostos à Janela de Overton e como consequência perdemos o rumo. Seremos suficientemente inteligentes para reagir diante deste fato? Ou nos deixaremos levar pela mudança e, ao fim e ao cabo, sermos fervidos como a rã da parábola?

Crédito: Ignácio Gómez Romero/citizen-go-brasil na página da internet do Sempre Família – disponível na internet 31/12/2019 

Nota: O presente artigo não traduz a opinião do ASMETRO-SN. Sua publicação tem o propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

2 Comentários

  1. Janela de overton consiste na argumentação de um tema não aceito pelo povo para que essa argumentação leve a aceitar o tema com base em valores aceitos pela maioria das pessoas..Engano afirmar que está de um LADO. Usada em frentes de direita,, esquerda, centro ou qqr tipo de ideologia.

  2. Balelas de quem se identifica com a “seita” tradição e propriedade. Falar e se identificar com a linguagem da sociedade é uma das características da esquerda, desde a assembleia constituinte francesa. Manipular pessoas tem origem nos conservadores, oligarcas com receio de dividir o queijo roubado! A manipulação das pessoas se dá pelas falsas promessas, e incutindo medo, com auxílio da manipulação dos poderes da informação, como os meios de comunicação , concessionários públicos a serviço dos grupos que detém o controle financeiro, e o “invisível” mercado que se apresenta como necessário e imprescindível ao bem estar da sociedade. As
    mudanças sociais surgem de acordo com a maturidade cidadã e democrática da sociedade. A defesa da família não é feita pelo direito, pelas leis, assim como temas sobre aborto, maconha e outros que dizem respeito aos movimentos sociais também não serão, pois cabe ao estado de direito, defender as liberdades individuais e coletivas promovidas pela mudança natural dos costumes e não a divisão de classes em função daqueles que pregam a manutenção das suas crenças. Essa janela de Overton poderia muito bem permanecer fechada pois nada acrescenta a sociedade livre, exceção feita ao ideário da direita conservadora, e aos interesses retrógrados aos avanços sociais. O medo e a mentira, são as armas daqueles que não aceitam mudanças que colocam em risco as ideias conservadoras.

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