OMS classifica surto de coronavírus como pandemia; Itália e Reino Unido anunciam medidas defensivas

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– A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o surto do novo coronavírus como uma pandemia pela primeira vez nesta quarta-feira, e Reino Unido e Itália mostraram crescene preocupação com o impacto econômico, anunciando pacotes multibilionários para combater o vírus.
Chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante entrevista coletiva sobre situação do coronavírus 28/02/2020 REUTERS/Denis Balibouse

Os Estados Unidos também anunciaram que avaliam novas medidas para lutar contra o vírus que apareceu na China em dezembro e se espalhou pelo mundo todo, suspendendo atividades industriais, tráfego aéreo, fechando escolas e adiando eventos.

“Estamos profundamente preocupados tanto com os níveis alarmantes de disseminação e gravidade quanto com os níveis alarmantes de inação. Fizemos, portanto, a avaliação de que o Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, disse Tedros em coletiva de imprensa.

Agora há mais de 118 mil casos em 114 países e 4.291 pessoas já morreram, com expectativa de que os números aumentem, disse Tedros.

O número de casos registrados fora da China cresceu 13 vezes nas últimas duas semanas, e a contagem de países afetados triplicou, com Irã e Itália entre os mais atingidos no Oriente Médio e na Europa, respectivamente. No total, 354 pessoas morreram no Irã e 827 na Itália.

“A Itália e o Irã estão na linha de frente e estão sofrendo, mas outros países também estarão na mesma situação muito em breve”, disse Tedros.

O uso da palavra pandemia não muda a resposta da OMS, afirmou o Dr. Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da agência, baseada em Genebra.

Ele também afirmou que há um “forte elemento de controlabilidade” e uma “chance real de atenuar a curva… e reduzir o número de casos”.

O uso da palavra “pandemia” não possui um significado jurídico. A OMS classificou o surto como uma “emergência de saúde pública de preocupação internacional” no dia 30 de janeiro, alavancando um aumento na coordenação da resposta global ao vírus.

“O uso do termo, no entanto, ressalta a importância do trabalho cooperativo entre países do mundo se juntando como uma frente unida nos esforços para controlar essa situação”, disse Nathalie MacDermott, especialista do King’s College de Londres.

Mark Woolhouse, professor de epidemiologia de doenças infecciosas na Universidade de Edinburgo acrescentou: “Agora está claro que o Covid-19 estará conosco por um tempo considerável e as ações que devemos tomar devem ser ações com as quais possamos viver por um período prolongado”.

O Reino Unido anunciou munição de 39 bilhões de dólares para amenizar o impacto econômico do coronavírus depois que o banco central britânico cortou sua taxa de juros nesta quarta-feira, e o novo ministro das Finanças, Rishi Sunak, disse que a economia enfrentaria um “impacto significativo” por causa da propagação do vírus, mesmo que temporário.

“Até um quinto da população economicamente ativa poderá precisar parar de trabalhar em algum momento. E as cadeias produtivas das empresas estão sendo interrompidas por todo o mundo”, disse Sunak em um discurso anual para aprovação do orçamento no Parlamento.

A Itália aumentará os gastos para amenizar os estragos do coronavírus e pode restringir a movimentação ainda mais para frear sua proliferação, disse o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, nesta quarta-feira, quando o total de mortes aumentou em 196 em 24 horas e chegou a 827.

Crédito: Emma Farge e William Schomberg/Reuters Brasil – disponível na internet 12/03/2020


OMS declara pandemia do novo coronavírus

Diretor-geral da OMS observa que número de casos fora da China se multiplicou por 13, e o de países afetados triplicou em apenas duas semanas. Ele pede aos países ação urgente e enérgica contra o Sars-Cov-2.

    
Policial usa máscara em Milão, na Itália, um dos países mais afetados pelo novo coronavírus
Policial usa máscara em Milão, na Itália, um dos países mais afetados pelo novo coronavírus

A disseminação da doença covid-19, causada pelo novo coronavírus Sars-Cov-2, pode ser caracterizada como uma pandemia, afirmou nesta quarta-feira (11/03) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, em Genebra, Suíça.

O número de casos fora da China se multiplicou por 13 em duas semanas, e o de países afetados triplicou, afirmou o diretor-geral como justificativa para usar a expressão, que vinha evitando nas últimas semanas.

O termo “pandemia” designa a disseminação de uma doença por vários países ou continentes. Segundo a OMS, já há mais de 118 mil casos de infecção com o vírus Sars-Cov-2 em 114 países, com 4.291 mortes oficialmente confirmadas.

Segundo Ghebreyesus, o número de infecções, mortes e países atingidos deverá aumentar ainda mais. Ele se disse também muito preocupado com os “níveis alarmantes de disseminação e gravidade”, bem como com os “níveis alarmantes de inação” diante do vírus, indicando que a classificação como pandemia é um estímulo para que os países ajam.

A declaração não muda nada naquilo que os países já deveriam estar fazendo para combater de forma enérgica o avanço do vírus, acrescentou. “Todos os países ainda podem mudar o rumo dessa pandemia”, sendo necessário, para tal, esforços em detectar os infectados, isolá-los e tratá-los, assim como mobilizar a população em resposta ao avanço do vírus.

“Pedimos todos os dias aos países que adotem medidas urgentes e enérgicas. Soamos o alarme alto e claro”, reiterou Ghebreyesus. A OMS afirmou que Irã e Itália são as atuais frentes de combate, mas que novos países vão se unir a eles em breve.

Também nesta quarta-feira, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, se manifestou pela primeira vez sobre o avanço do novo coronavírus no país, insistindo que a disseminação do patógeno seja contida, e que é preciso união no combate ao surto. O país tem cerca de 1.300 infecções e duas mortes confirmadas.

“Nossa solidariedade, nossa razão e nossa compaixão mútua estão sendo colocadas à prova, e desejo que passemos nessa prova”, disse Merkel em Berlim, ao lado do ministro da Saúde, Jens Spahn.

Crédito: Deutsche Welle Brasil – disponível na internet 12/03/2020

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