Rio e SP prorrogam quarentena até 31 de maio e estudam novas medidas

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Witzel prorroga quarentena no Rio até 31 de maio e estuda novas medidas

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), decidiu prorrogar até o dia 31 de maio a quarentena decretada no estado. A decisão de Witzel será publicada na próxima segunda-feira (11), quando perderia efeito o atual decreto de isolamento social.

Durante o fim de semana, o governador vai avaliar com a equipe em seu gabinete possíveis novas medidas de endurecimento da quarentena.

Um documento da Secretaria Estadual de Saúde obtido pela CNN aponta que, na avaliação dos técnicos da pasta, a situação da saúde no estado já justificaria a adoção de um bloqueio total, o chamado “lockdown”.

No texto, a pasta afirma que 98% dos leitos de UTI estão ocupados. O cenário é grave, pois a Secretaria reconhece que as previsões estão baseadas em dados subnotificados e sem atualização.

Mas mesmo com essas lacunas, a secretaria reconhece “a possibilidade de saturação do sistema de saúde” do estado do Rio e afirma que a taxa real de infecção no estado “é desconhecida” porque não foi possível realizar a testagem em massa da população.

Segundo os números mais recentes do Ministério da Saúde, o Rio de Janeiro é o segundo maior estado em relação aos números do novo coronavírus. São 15.741 casos confirmados e 1.503 mortes decorrentes do novo coronavírus.

Doria prorroga quarentena em São Paulo até 31 de maio

O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta sexta-feira (8) a prorrogação da quarentena no estado de São Paulo até o dia 31 de maio em razão da proliferação do novo coronavírus.

“Como governador de São Paulo, queria dar uma notícia diferente da que eu vou dar agora. Mas o cenário é desolador. Teremos que prorrogar quarentena até dia 31 de maio”, afirmou.

Esta é a segunda vez que o governo de São Paulo prorroga a medida de restrições a circulação e abertura de estabelecimentos para prevenir o contágio da COVID-19. Doria não descartou o endurecimento das medidas se houver necessidade e indicação técnica.

O estado concentra o maior número de casos da doença e é o epicentro da pandemia no país, com 41.830 casos confirmados e 3.416 mortes — no Brasil são 135.106 casos e 9.146 mortes.

A medida começou a ser aplicada em 24 de março e, inicialmente, estava prevista para terminar em 22 de abril. Entretanto, com o aumento do número de casos, foi prorrogada para de 10 de maio. Agora, o governo decidiu por um novo adiamento.

“O medo é o pior conselheiro da economia. A quarentena, felizmente, está salvando vidas em São Paulo e em outros estados brasileiros”, afirmou o governador. O prefeito Bruno Covas (PSDB) também anunciou a prorrogação da quarentena na capital paulista — o município também vai adotar um rodízio de veículos mais rígido.

“O objetivo do rodízio é fazer com que as pessoas fiquem em casa. Não há razão para ficar circulando pela cidade. Cada deslocamento leva o vírus de um lugar para outro”, disse o prefeito da capital.

Doria observou, porém, que no último mês houve um aumento de 3.330% no ritmo de crescimento da pandemia — sendo 770% só na região metropolitana de São Paulo. “Infelizmente, nas últimas semanas, houve um desrespeito na quarentena”, disse.

O secretário da Fazenda Henrique Meirelles também chamou de “equívoco” a interpretação de que o isolamento social causa a crise econômica. “É o contrário. A crise é causada pela pandemia. Isso parece óbvio, mas no discurso de muitos e nas ações de muitos, estão indo em direção contrária”. disse.

“Em pandemias anteriores, mostram que cidades ou estados ou regiões que adotaram a quarentena com maior rigor foram aqueles que se recuperaram mais rapidamente do ponto de vista econômico”, acrescentou. 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a prorrogação da quarentena se deu a partir da decisão unânime de especialistas. Ele substitui o infectologista David Uip na coordenação do comitê de contingência, que se licenciou por razões de saúde. 

Segundo ele, a projeção era de 700 mil casos confirmados sem as medidas de isolamento. “Quarenta mil vidas foram poupadas em razão dessas medidas”, acrescentou.

Dimas Covas também projetou uma curva de 90 mil a 100 mil casos no estado tendo como base uma taxa de isolamento de 55%. “Teremos o poder de alterar essa curva daqui duas semanas”, disse.

Ele também explicou os pré-requisitos que indicam a possibilidade de diminuição das medidas de isolamento: a redução sustentada do número de novos casos por 14 dias e a ocupação de leitos hospitalares inferiores a 60%. 

A economista Ana Carla Abrão explicou que uma eventual flexibilização se dará por fases e irá priorizar os setores comerciais mais críticos, levando em conta o distanciamento social e a higienização de ambientes. 

Crédito: CNN Brasil – disponível na internet 09/05/2020

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